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Beatriz Ferreira irá estrear no boxe profissional em novembro nos EUA

Beatriz Ferreira foto Fernanda Oliveira Fokus Assessoria
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Desde 2016, os boxeadores podem ter carreira híbrida, ou seja, serem profissionais e também lutarem nos Jogos Olímpicos, no boxe amador, estilos diferentes da nobre arte. Diante disto, Beatriz Ferreira, de 29 anos, medalhista de prata em Tóquio 2020, que soma estatística quase impecável de 36 pódios em 37 torneios internacionais, com 86 vitórias e apenas nove derrotas em 95 lutas olímpicas, também planeja dominar o cenário profissional e possui a primeira luta marcada para o seu novo cartel, em 12 de novembro, contra a compatriota Taynna Cardoso. O evento irá ocorrer na arena Rocket Mortgage FieldHouse, em Cleveland, nos Estados Unidos, com transmissão ao vivo no DAZN.

Bia tem conquistado resultados históricos para o boxe brasileiro e tentará fazer o mesmo no profissional (Foto: Fernanda Oliveira/Fokus Assessoria)

À Tribuna, a pugilista baiana, radicada em Juiz de Fora, contou o que acredita que será diferente na estreia profissional em relação à carreira amadora já consolidada. “A responsabilidade. Agora eu tenho dois estilos de boxe, é o mesmo esporte, mas são totalmente diferentes, então tenho dois tipos de treinos, adrenalinas e estímulos diferentes. É um desafio pra mim, é tudo novo, estou mergulhando de cabeça em algo que não podia antes, então estou bem ansiosa, acredito que tem tudo pra dar certo e que a visibilidade vai crescer bastante, porque eu vou estar criando conteúdos, praticando os dois esportes, então vou poder alcançar os dois públicos. Espero poder ganhar mais pessoas torcendo por mim, um público diferente, estou bem animada”, detalha Bia.

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Ainda segundo a atleta, este novo desafio poderá ajudar na impulsão de uma nova era aos pugilistas que tanto sofrem financeiramente no Brasil com a falta de apoio desde os trabalhos de base. “Pode ser, é tudo incerto, mas é claro que temos os melhores pensamentos e sempre buscando esse resultado, de fazer com que a modalidade cresça, seja mais reconhecida. Tem atletas que sonham em se tornar campeões mundiais no profissional e às vezes falta um pouco de incentivo para poder ter esses resultados. Aqui no Brasil é um pouco mais difícil. Acredito que após fechar essas lutas, iniciar essa carreira, vou estar abrindo caminhos e dando oportunidades para que outros atletas ingressem em equipes boas, para poderem seguir com a carreira no profissional”, deseja Bia.

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Em sua carreira no boxe amador, Bia tem enriquecido a história da nobre arte no Brasil. Ela foi, por exemplo, a primeira pugilista do país a realizar uma final olímpica e também a vencer os Jogos Pan-Americanos, entre outras conquistas inéditas. Este é outro objetivo da atleta: ajudar a fortalecer a história brasileira no boxe, agora também no profissional. “Eu fico muito feliz com isso, eu gosto de estar contribuindo com a história da nossa modalidade, com a nobre arte, de ver o crescimento do esporte e dos atletas brasileiros. Trabalhamos muito para sermos reconhecidos. Nós trabalhamos muito, esse reconhecimento às vezes vem e às vezes não, então não podemos ficar esperando. Temos que correr atrás e fazer, tem tudo pra dar muito certo. Com certeza financeiramente é a parte que mais toca, porque muda muito do olímpico para o profissional a questão de valores, então é ali que você enxerga a possibilidade de talvez mudar a sua vida e das pessoas que você gosta”, explica a atual vice-campeã mundial no boxe olímpico.

Estudo, trocação e show

A estreia de Bia está prevista para ocorrer em quatro rounds diante de uma adversária conhecida. Taynna era a reserva da Adriana Araújo até a chegada da multimedalhista Bia Ferreira. Ela é uma boxeadora que faz carreira hibrida em amador e profissional. Questionada sobre a estreia e a diferença das lutas olímpicas para as profissionais, Bia projetou um cenário atrativo ao público e desafiador técnica e fisicamente.

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“Penso que vão ser combates bem estudados, é o estilo do profissional estudar os seus adversários para poder atacar na hora certa. E acredito em um show de boxe, a galera que gosta de golpes duros e essa pegada mais forte, acho que no profissional dá pra gente manter isso e fazer mais aquela trocação que o público do boxe adora ver. Vou encontrar adversárias que têm um combate nesse estilo, acredito que não vou pegar atletas iniciantes como eu, e sim aquelas que já estão no ritmo mais forte. E até quero isso, porque eu gosto de me autodesafiar. Sempre gostei de lutar com oponentes qualificadas pra já começar com tudo, então acredito que vou encontrar adversárias experientes, boas, e assim faremos um belo combate para o público e cada vez contribuindo mais com um show que é o boxe”, projeta à Tribuna.

Conforme a Agência Estado, Beatriz Ferreira ainda deverá fazer uma segunda luta profissional, em 3 de dezembro, na preliminar de Juan Francisco Estrada e Roman “Chocolatito” Gonzalez, em Glendale, Estados Unidos, com rival a ser anunciada.

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Pelo seu relato, no entanto, a nova caminhada não irá impedir a sequência da preparação, também, para a atleta competir na Olimpíada de Paris 2024, quando vai tentar a conquista inédita do ouro olímpico para o boxe feminino do Brasil.

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