Apesar de ter apenas 21 anos, não é de hoje que Luiz Maurício Dias da Silva (Cria UFJF/Exército) representa não só Juiz de Fora, como o Brasil em importantes competições de lançamento de dardo. E o atleta já tem os próximos compromissos confirmados com a camisa verde e amarela. Nos dias 17 e 18 de outubro, o juiz-forano estará em Guayaquil, no Equador, para disputar o Campeonato Sul-Americano Sub-23 de Atletismo.
A oportunidade foi confirmada nesta semana, quando a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) oficializou a convocação dos destaques na faixa etária para o torneio. Ao todo, foram 76 esportistas escolhidos, 38 no masculino e 38 no feminino, com base no ranking brasileiro da categoria e de cada modalidade entre 1º de dezembro de 2020 a 5 de setembro da atual temporada.
À Tribuna, Luiz Maurício festejou a nova chance de competir em alto nível, sobretudo em um cenário de evolução após extenso período longe da rotina de treinamentos por conta da pandemia. “O ‘Sula’ é importante para seguir me preparando para a segunda principal competição do ano, depois do Troféu Brasil no início da temporada. Agora vou competir o Pan-Americano sub-23, que é o meu maior foco. O Sul-Americano está no meio do caminho e também é uma competição importante, a nível internacional e que é sempre interessante mostrar um resultado bacana. Venho me preparando para o Sula, mas com foco no Pan”, explica o juiz-forano.
Para evitar possíveis contaminações pelo coronavírus, a viagem do atleta será em voo fretado pela CBAt, bem como serão pagos, a todos os membros da delegação, exames PCR. “A Confederação vai bancar tudo. Alimentação, transporte, exames como o PCR, entre outras despesas”, confirma o atleta.
Preparação no Rio
Luiz Maurício segue sem poder realizar seus treinamentos na estrutura da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ainda fechada como uma das restrições adotadas pela instituição de ensino em seu campus, no combate ao coronavírus. No entanto, o atleta usufrui das condições fornecidas pelo Exército Brasileiro, que o patrocina. “Sigo treinando no Rio de Janeiro e conseguindo fazer tudo para uma boa preparação. Tem sido muito bom aprender. Só venta um pouco, mas tenho evoluído cada dia mais”, conta.
E diante do número limitado de eventos que pode participar em função da pandemia, Luiz já fez história no início do ano, quando se sagrou bicampeão da principal competição de atletismo do país, o Troféu Brasil, que teve sua 40ª edição realizada no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo (SP).
Seu treinador no projeto de atletismo da Federal, Jefferson Verbena, conta que Luiz segue evoluindo, apesar das dificuldades como a própria distância entre técnico e atleta. “Nós conversamos sempre, mas nenhum de nós está em Juiz de Fora. Só que tem um treinador lá do Exército que tem acompanhado ele. Em função da pandemia, das dificuldades de treinar e de confirmar datas das competições, ficou limitado saber, ao certo, como fazer projeções. Ele tem retornado agora, vem competindo bem, teve uma dificuldade com um implemento em uma prova em que o dardo oferecido não era de nível tão alto, mas tem se sentido muito bem e acredito que vá fazer uma grande competição lá e buscar até mesmo sua melhor marca.”
Rumo aos 80 metros
Em maio, Luiz Maurício disputou o Sul-Americano adulto, também na cidade equatoriana, e foi o sexto colocado com marca de 70,74m. Já no Troféu Brasil, o título veio com lançamento de 75,30m, distância muito próxima de seu recorde pessoal, de 76,10m, obtido também no Troféu Brasil, mas de 2020. Antes do embarque, ele trata com otimismo a possibilidade de um resultado tão relevante quanto os seus melhores.
“Tenho grandes chances de bater essa marca (76,10m). Tenho chegado perto nos treinamentos, e vou para essa competição pensando nisso, em superá-la, além de aproveitar ao máximo, pegar ritmo competitivo para ir ao Pan-Americano sub-23”, projeta Luiz Maurício.
E de objetivos em objetivos, o juiz-forano vai evoluindo para ultrapassar os 80 metros e conseguir o sonho maior: estar em uma Olimpíada. No último ciclo, o índice foi de aproximadamente 82 metros. “Tenho grandes chances de estar em 2024, mas é continuar o trabalho e ir batendo as metas pequenas, como chegar a 80 metros, participar bem de campeonatos sub-23 e ir evoluindo devagar, degrau por degrau, até 2024. Não é um sonho tão longe, são 9 metros de distância. É trabalhar em cima disso e dos erros.”