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Nascida na Suíça e radicada no Brasil, Isabel Gutruf tem torcida dividida na Copa

D. Gutruf
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Brasil e Suíça dividem o mesmo grupo da Copa do Mundo. O duelo entre as duas seleções marcou o começo da trajetória de ambas no Mundial da Rússia. O primeiro jogo sempre gera uma ansiedade para o torcedor, que não vê a hora de o time entrar em campo, marcar o primeiro gol ou celebrar uma vitória. Um nervosismo que deve ser maior ainda quando a torcida é, ao mesmo tempo, para as duas seleções que estão jogando. Inicialmente parece estranho que isso aconteça, mas é verdade.

A jovem nascida em Einsiedeln veio para o Brasil ainda na adolescência (Foto: Marcelo Ribeiro)

Filha de uma brasileira com um suíço, a estudante de direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Isabel Cristina Gutruf, 19 anos, passa por essa situação na Copa da Rússia. Nascida em Einsiedeln, na Suíça, a jovem veio para o Brasil ainda na adolescência, depois de passar alguns anos morando na Alemanha, e agora vê sua torcida dividida no Mundial. Isabel acreditava que o jogo ficasse no 0 a 0, mas Brasil e Suíça empataram de 1 a 1 na primeira rodada do grupo E.

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A estudante se mudou para o Brasil aos 13 anos, com a mãe e a irmã mais nova. Quando chegou por aqui, a adaptação não foi um problema. “O brasileiro é brincalhão e acolhedor”, disse ela. O desafio ficou, na verdade, por trocar o alemão pelo português.

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Por que Juiz de Fora?

Isabel diz que a escolha por Juiz de Fora veio depois que sua mãe, natural de Angra dos Reis (RJ), conheceu a cidade e achou ser um lugar confortável para morar com as filhas. “Eu gosto muito daqui. Muita gente não sabe, mas Juiz de Fora é maior que muita cidade na Suíça. Zurique tem 400 mil habitantes. Sair da Suíça e chegar ao Rio de Janeiro seria um susto enorme. Em Juiz de Fora se pode conciliar uma boa educação, infraestrutura e ainda ter uma certa tranquilidade. Minha mãe achou aqui interessante.”

Segundo Isabel, na Suíça as pessoas não têm o hábito de se mobilizar pelo jogo do próprio país, como fazemos aqui no Brasil (Foto: Marcelo Ribeiro)

A estudante diz que não acompanha futebol, mas gosta de assistir aos jogos da Copa. “Eu não vejo tanto futebol, mas na Copa eu gosto. Já vi na Suíça, na Alemanha e aqui. Sempre é uma experiência diferente.” Nesta edição do torneio, as duas seleções pelas quais Isabel declara sua torcida têm a chance de avançar juntas para a próxima fase. Algo que a deixa mais tranquila. “Eu ainda nem tinha pensado nisso. Me lembraram disso no trabalho. Graças a Deus, né!?”, comemorou ela.

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Nesse clima de torcida dividida, Isabel lembra de um episódio angustiante no duelo entre Suíça e Argentina (pelas oitavas de final da Copa de 2014) que acabou eliminando sua nação daquele campeonato. “Foi um sofrimento. A Suíça tomou um gol no fim da prorrogação e foi eliminada.” Naquele ano, a Argentina acabou chegando à final, mas foi derrotada pela Alemanha, que acabou se consagrando campeã.

Segundo Isabel, na Suíça as pessoas não têm o hábito de se mobilizar pelo jogo do próprio país, como fazemos aqui no Brasil. E essa característica dos trópicos ela já absorveu e garante que vai parar e assistir aos jogos, ainda que dentro da sua própria casa, como foi na partida entre seus países, no qual o coração balançou um pouquinho no sentido europeu. “Eu torci um pouquinho a mais pela Suíça. No Brasil tem 200 milhões torcendo, lá são só oito. Tenho que ficar do lado deles”, brincou Isabel.

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Na hora do jogo, bandeira da Suíça pendurada na varanda do apartamento e foto para os amigos. “Meus amigos me perguntavam para qual lado eu ia torcer, aí falei: ‘vou torcer pela Suíça’. Quando mandei foto de como estava aqui em casa, o pessoal tomou susto, mas levou na brincadeira. Acho que não estão acostumados com uma bandeira diferente, na rua é tudo do Brasil. Eu gostei!”

Os dois juntos

Isabel diz estar satisfeita com o desempenho da seleção suíça até agora. Em dois jogos, um empate com o Brasil e uma vitória contra a Sérvia. A Suíça está no segundo lugar do Grupo E, com os mesmos 4 pontos do primeiro colocado, o Brasil, só que perdendo no saldo de gols. Nesta quarta (27), a tarde será de decisão, um verdadeiro “haja coração”. A partir das 15h (de Brasília), conheceremos os dois classificados deste grupo para as oitavas de final da Copa. A Suíça joga com a Costa Rica (já eliminada), enquanto o Brasil encara a Sérvia. Três seleções disputando duas vagas e prometendo emoção até o fim da rodada.

Para Isabel, fica a torcida por Suíça e Brasil seguirem no Mundial e também um olhar atento ao Grupo F, de onde sairão os adversários das oitavas. “Acredito que a Suíça vai passar junto com o Brasil. Isso seria o cenário ideal. E, outra coisa: seria muito legal ver um jogo entre Suíça e Alemanha, ainda mais que também já vivi lá.” E nesse caso, o coração não duvidaria: “minha torcida continuaria para a Suíça.”

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