Em janeiro, o ex-atleta Ronaldo Bernardo, 48 anos, profissional de clubes como os locais Tupi, Sport e o extinto Manchester, já tinha planejado sua vinda da China para Juiz de Fora curtir alguns dias com a família, de criação no Bairro Araújo, Zona Norte. Não podia imaginar, naturalmente, que seu retorno seria logo no princípio da pandemia da Covid-19.
“Eu já estava saindo da China quando começou o surto. A família ficou preocupada, porque tomou uma dimensão muito grande em tão pouco tempo, mas eu já estava a caminho do Brasil. E depois que cheguei ficaram mais tranquilos. Eu estava sozinho na China”, conta à Tribuna.
Ronaldo, que como atleta também defendeu clubes do interior do Rio de Janeiro, onde nasceu, e de São Paulo, além de 13 equipes da Costa Rica, El Salvador, Guatemala e Honduras, atualmente é diretor técnico e treinador de futebol na cidade de Nantong, província de Jiangsu, distante cerca de 700km de Wuhan, epicentro do coronavírus.
Por conta do cenário atual, ele ainda não sabe quando irá retornar aos trabalhos e ao país onde reside há quatro anos. “Meu voo de volta para China já foi cancelado duas vezes e agora já está por tempo indeterminado”, conta.
Priorizando sua segurança, o experiente profissional, que também já trabalhou no México, Coreia do Sul e Filipinas, e até mesmo na organização de eventos de apresentações de Ronaldinho Gaúcho, ao lado de Assis, irmão do R10, tem mantido contato com colegas brasileiros que estão no país asiático. Até lá, além de se manter atualizado com o noticiário sobre o coronavírus, seguirá revivendo histórias e prolongando a estadia com a família, onde cresceu.
“Tenho contato com vários treinadores brasileiros e também outras pessoas que estão trabalhando fora do esporte. No momento, nas áreas que eram mais críticas está sendo controlado, já tem um nível de contaminação mais baixo. E as quarentenas estão sendo muito eficientes para não propagar ainda mais o vírus . Algumas cidades já estão voltando a rotina do dia a dia, pouco a pouco”, comenta.