“Nesta segunda, posso garantir que todo o elenco se reapresenta na próxima semana. Não chegaram propostas, o que pode acontecer nos próximos dias.” O relato do diretor carijó Nicanor Pires à Tribuna na noite desta segunda (26) é provisório, mas reitera a meta carijó em perder o menor número possível de atletas para que o elenco busque o acesso à Série B de 2019 a partir de 14 de abril, quando o Galo recebe o Tombense na estreia da terceira divisão nacional.
Valorizado após ser campeão mineiro do interior e causar dificuldades ao Cruzeiro nos dois jogos da semifinal do Estadual, o grupo alvinegro tirou a semana de folga e retorna aos treinos na próxima segunda (1). Até lá, o panorama pode mudar. Hoje, destaques como o lateral-esquerdo Patrick Brey, o volante Leo Costa, o meia-atacante Vitinho e até o atacante Renato Kayser seguem no Galo segundo o diretor do time local. A Tribuna apurou que Kayser conversa com o América desde a classificação à semifinal, mas o Tupi garante não ter recebido contato do Vasco, que emprestou o atleta ao Carijó e pode solicitar a devolução do jogador a qualquer momento por previsão contratual.
Já o caso de Vitinho depende do Coelho, que repassou o atleta ao Tupi. A tendência é que ele inicie a Série C pelo clube juiz-forano. “O Vitinho tem contrato com o Tupi até junho, assim como com o América. Após o término, caso o América opte por não renovar com o jogador, iremos fazer uma proposta. Se estenderem o contrato, o Tupi deve buscar novo empréstimo. Mas o Vitinho nos disse que gostou do clube e quer jogar a Série C aqui”, conta Nicanor.
Ainda de acordo com o dirigente, o contrato de apenas quatro atletas termina com o fim do Estadual: o do goleiro Alexandre Azizi, do lateral-direito Afonso, do atacante Douglas e do volante Leo Salino. O último, juiz-forano, capitão e titular absoluto da equipe, possui permanência incerta. Salino teria acordo verbal com equipe da Série B, mas não deixou de conversar com o Tupi por uma sequência no clube.
Alguns contratos firmados ainda possuem previsão de liberação do jogador em caso de proposta vantajosa. Logo, a limitação financeira diante da valorização do grupo é a principal fragilidade carijó. “Se o Tupi não tiver condições de cobrir uma proposta de uma grande equipe, vamos ter que liberar. Prefiro não dizer os nomes desses atletas para não facilitar a procura dos clubes”, explica Nicanor.
Saída “digna”
A sequência do elenco para o restante da temporada é reflexo da satisfação de Nicanor e restante da cúpula carijó pelo trabalho realizado nos primeiros meses de 2018. O diretor lembrou a recuperação da equipe ao avaliar a participação no Estadual. “Quando montamos o time, tínhamos traçado como objetivo chegar à semifinal. Iniciamos o campeonato de uma forma que não esperávamos, principalmente com aquela derrota para o Uberlândia (5 a 2 em Juiz de Fora), que deixou torcida e imprensa desconfiadas. Vencemos a primeira, contra a Caldense, mas sem jogar bem e, após a saída do (Alexandre) Barroso, o Ricardo (Leão) assumiu, deu um padrão de jogo para a equipe e encaixou as peças que foram importantes para que tivéssemos uma arrancada na competição. A partir disso, voltamos a vislumbrar a meta inicial, que acabou acontecendo”, relembra.
Os embates com a Raposa, visto por especialistas como dona de um dos melhores times do Brasil, também criaram esperança. “Saímos da competição de forma digna. Enfrentamos o Cruzeiro de igual para igual, e não é qualquer time que faz isso, principalmente no Mineirão. Vários clubes de Série A que visitam o Cruzeiro se posicionam todos atrás da linha da bola, e o Tupi buscou o resultado a todo momento. Prevaleceu a superioridade do Cruzeiro, mas todo esse contexto nos dá uma expectativa de um segundo semestre melhor para buscar o acesso à Série B, nosso principal objetivo na temporada”, aponta o diretor.