Maria Eduarda, mais conhecida como Duda, é exemplo para meninas e meninos de Juiz de Fora e região de que a dedicação e o suor no esporte são recompensados. E, sobretudo, de que o futebol feminino pode ser um caminho na vida das atletas que, como a própria juiz-forana, sonham com a profissionalização fazendo o que mais amam.
Com apenas 17 anos, a jovem do Bairro Monte Castelo, Zona Norte, não apenas já tem o orgulho de dizer que é atleta do tradicional Santos Futebol Clube, como conquistou, neste mês, o Campeonato Paulista sub-17 pelas Sereias da Vila. Até o auge em sua ascendente carreira, no entanto, Duda, teve longa trajetória, iniciada, como na maioria dos casos, no meio nos meninos.
“Eu comecei jogando com os meninos do time Uberabinha. Com o tempo fui chamada pelo meu professor de Educação Física, Guilherme Furtado para jogar pelo time de Matias (Barbosa). Logo depois fui para a equipe de futsal Buscapé”, conta Duda, sobre sua caminhada antes de um desafio que mudaria sua vida.
“No ano seguinte (2019), me inscrevi na peneira do Santos junto com o Projeto Meninas em Campo, onde tive uma grande oportunidade de mostrar o meu futebol e de fazer parte da equipe. Fomos campeãs da Copa Gevi, vice-campeãs do Paulista sub -17 e do Brasileirão sub-16”, relata Duda.
A partir de então, a juiz-forana se destacaria para todo o país. Tanto é que recebeu proposta do também gigante Corinthians, logo após o final da temporada passada. “Fui chamada para compor o elenco deles neste ano, mas, em meio a tanto caos por conta da pandemia, acabei voltando para o Santos, onde pude jogar o Paulistão 2020 e ser campeã”, enfatiza, com merecido orgulho.
Pela família e para a família
O título estadual na categoria já é inesquecível não apenas para Duda. “Tenho só a agradecer a Deus por tudo, é uma conquista muito marcante, creio que não só pra mim, mas para toda minha família e amigos. É uma sensação única e vou guardar esse momento pra sempre na minha vida, porque ser campeã paulista não é pra qualquer um. Já imaginava essa conquista por ter batido na trave no ano passado e trabalhamos muito pra isso acontecer. Não poderia ser diferente”, analisa Duda.
Ao mostrar sua gratidão, ela não deixa de mencionar a família, de onde vem não apenas sua motivação, como também de onde herdou sua paixão pelo esporte mais popular do planeta. “Esse amor vem da minha família, dos meus pais, tios e tias, que são todos apaixonados pelo futebol. Creio que minha paixão veio de todos eles.”
E certamente Duda já tem realizado sonhos de sua mãe, Jackeline, que teve carreira amadora no futebol. “Ela teve uma oportunidade de jogar para o time do Vasco da Gama, porém não foi”, revela Duda.
Formação e a amarelinha
Finalizada a temporada de Duda, os objetivos futuros vão na linha de um 2021 ainda melhor esportivamente, apesar do cenário pandêmico caótico que afetou sua carreira, como toda a sociedade. Em pauta, a busca pela tão almejada profissionalização. “Tenho como metas fazer boas campanhas em todos os campeonatos, independentemente de ser campeã ou não. O desempenho será para me formar como atleta, meu objetivo”, expõe.
Degrau por degrau, ela se apoia na família, no talento e na vontade de crescer pelo principal desejo no futebol. “Meu maior sonho no esporte é ser convocada para a seleção brasileira”, conta.
‘Temos que seguir firmes e fortes’
Em meio às dificuldades sempre reiteradas no futebol feminino, ainda muito distante da valorização objetivada pelas atletas de todo o mundo, Duda comemora pequenos passos pela experiência no futebol paulista. “Acredito que a modalidade está crescendo cada vez mais. Claro que é bem difícil se igualar ao masculino, mas, aos poucos, estamos conquistando o nosso espaço, não só no futebol, mas dentro da sociedade também.”
Esta é uma das mensagens mais importantes que Duda deixa, afinal. “Às meninas que têm o mesmo sonho que eu, diria que dificuldades sempre terão, porém temos que seguir firmes e fortes, treinando bastante principalmente, para quando a oportunidade chegar, você estiver pronta.”