Prodígio poderia ser o apelido da juiz-forana Giulia do Bronx, moradora do Bairro São Pedro, na Cidade Alta. No último final de semana, ela se sagrou campeã na disputa do Campeonato Rei do Rio da Federação de Jiu-Jítsu do Rio (FJJRio) na categoria infantil 3, faixa cinza, peso pena. Com o título, a jovem atleta chegou a sua nona medalha de ouro em um ano e meio de carreira, além de 12 pratas e quatro bronzes, totalizando 25 idas ao pódio. O número pode aumentar ainda neste ano, já que ela pretende participar de mais três campeonatos nos próximos meses.
“Vencer é sempre bom, mas o mais importante é competir para estar evoluindo cada vez mais. É legal representar Juiz de Fora pelo Brasil nas competições. Meu sonho é ir mais longe, só que fica difícil porque os gastos são altos, aí não dá para ir de vez em quando. Mas, meus próximos passos são focar nos treinos e finalizar com chave de ouro as próximas competições”, declara Giulia.
No próximo dia 11, a pré-adolescente disputa a Copa Paletitas, em Cataguases. Já no dia 3 de dezembro, participa da quarta e última etapa da Liga Mineira, no Ginásio Municipal, em Juiz de Fora. Para finalizar o ano, Giulia tentará mais uma medalha na Rols Gracie, na Arena Carioca, no dia 11 de dezembro.
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Em busca de novas conquistas
Conforme conta a mãe de Giulia, Ayhamara Horonata, a garota sempre gostou de praticar e assistir a diversas modalidades de esportes. Quando criança, quis praticar karatê, mas a única academia da Cidade Alta fechou, e não havia condições de levá-la a outro bairro. Na pandemia, no início de 2021, a menina começou a assistir à MMA, quando se encantou com o estilo do ex-campeão Charles do Bronx, que passou a ser seu ídolo e fonte de inspiração, inclusive para o nome nas competições – “Giulia do Bronx”.
Desde então, a juiz-forana passou a focar no jiu-jítsu. Naquele momento, ainda era inviável praticar devido às restrições da pandemia, e ela começou a assistir a videoaulas pelo YouTube. Em maio de 2021, Giulia e sua madrinha descobriram a academia Carlson Gracie Way3 e marcaram aula experimental. O resultado foi a paixão imediata. A garota começou a treinar à noite com adultos, porque até aquele momento não havia turma para crianças.
Hoje, ela estuda em horário integral no colégio, e em seguida, faz preparação física com o seu personal trainer e já emenda com os treinos de jiu-jítsu e muay-thai, agora em turmas infantis. “É muito bacana ver sua trajetória e confiança. Ela fala que a academia é sua segunda casa”, conta a mãe.
Para o futuro, Giulia quer migrar para o MMA. Por isso, pratica vários estilos de luta, em busca de ser a mais completa possível, como diz sua mãe. “Hoje, buscamos patrocínio para ajudá-la a poder continuar a caminhada, pois são muitos gastos para nós pais e a maioria dos grandes campeonatos são nas capitais Rio de Janeiro e São Paulo, necessitando de maior subsídio, principalmente por causa das despesas com inscrições, hospedagem, transporte e alimentação”, explica a mãe, que disponibiliza o contato no Instagram @giuliadobronx para interessados em ajudar.
“Ela é uma criança competitiva e dedicada, e nós como pais temos como objetivo acompanhá-la e estimulá-la sempre a buscar novos desafios”, destaca Ayhamara.
*Davi Sampaio, estagiário sob a supervisão da editora Carolina Leonel