No último domingo (11), na Arena da Juventude, no Rio de Janeiro (RJ), Theo Garcia, radicado em Leopoldina e de apenas 8 anos, foi campeão do Mundial de jiu-jitsu, organizado pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Olímpico (CBJJO). Ele se tornou o primeiro da região a conseguir tal feito, na categoria kids.
Dias antes desta competição, Theo ainda teve outra conquista inédita. Em 3 de agosto, ele se tornou bicampeão sul-americano de jiu-jitsu, também em uma disputa na capital fluminense. Em entrevista à Tribuna, a mãe de Theo, Isabela Garcia, conta mais sobre a história do filho com o esporte.
Início no esporte
Theo Garcia nasceu em 2016, em Mangaratiba, no estado do Rio de Janeiro. Porém, em 2020, ainda com quatro anos, ele e sua família se mudaram para Leopoldina, cidade localizada a 98 km de Juiz de Fora. Isabela conta que o principal motivo dessa mudança foi por conta da sua segunda gravidez, e apontou que a vinda para Minas também foi benéfica para o Theo.
“Moramos em Mangaratiba até fevereiro de 2020, quando eu engravidei do meu filho caçula. A gente achou melhor voltar para Leopoldina. Para criar filho em cidade pequena é melhor, sabe? Lá, tínhamos que pegar BR para estudar, não tinha médico perto… Então a gente resolveu voltar. Para o Theo, vir para Leopoldina foi uma bênção, né? Porque logo em seguida estourou a pandemia. Para quem mora em cidade grande, o grande barato, a alegria, é vir para a roça. Então ele não sentiu a mudança, foi como tirar férias no lugar que ele ama, perto dos primos, perto dos avós.”
A sua chegada na cidade mineira também marcou o seu início com o esporte. No mesmo ano, ele começou a fazer aulas particulares de jiu-jitsu. “Ele começou logo no finalzinho do ano da pandemia, em 2020. Eu busquei esportes aqui em Leopoldina, e eu vi que tinha jiu-jitsu. Ele tinha 4 anos, então era uma aula particular, só ele o professor, com uma dinâmica de coordenação motora e também e tinha a parte específica de aprender os golpes básicos.”
Depois de dois anos fazendo as aulas só com o professor, ele também passou a frequentar em grupos com outras crianças. “Com quase 6 anos, o mestre dele, Júnior, falou assim para mim: ‘Isabella, olha para ele, evoluiu. Agora ele precisa ir para o coletivo, porque aí vai treinar com crianças do tamanho e do peso dele. E assim foi feito, ele foi e se encontrou”, conta a mãe de Theo.
Início nas competições de jiu-jitsu
Com a mudança para as aulas em grupo, a vontade de começar a competir também surgiu em Theo, muito por conta do seu mestre, Júnior Cruz.
“Nessa época, o professor dele competia bastante, então ele o via chegar com medalha e aí o mestre estimulava, ‘vamos competir’. Eu falo que o bichinho da competição o pegou. Desde a primeira vez que ele pisou no tatame competitivo, ele nunca mais parou”, conta a mãe.
Ele começou nas disputas regionais, que acontecem em cidades como Muriaé, Cataguases e Visconde do Rio Branco. Porém, não demorou muito para começar a participar de competições em outros estados. Em 2023, ele disputou o Pan-americano de jiu-jitsu, realizado no Rio de Janeiro, e já conseguiu o seu primeiro pódio de alto nível.
“Em 2023, ele sempre falava, ‘eu quero competir no Rio, mestrão, eu quero competir.’ E aí o professor falou, ‘olha, quando você tiver 11 campeonatos na região, eu te levo para competir no Rio.’ Porque até então, o mestre nunca tinha levado ninguém para disputar título em outro estado. Dito e feito. Quando ele completou, ele começou a ficar no pé do mestre, que o levou para o Pan-americano, no Rio. E nesse primeiro campeonato, os dois subiram no pódio, foi um dia muito legal.”
Futuro com sonhos ainda maiores
Já se destacando no esporte, Theo Garcia pode ter um grande futuro pela frente. “A gente vê um caminho longo para o Theo ali, né? Queremos que ele prospere. O mestre já falou: ‘olha, ele começou tão cedo que, com 18 anos, vai ser faixa preta.’ Então a gente espera sim, que ele continue no esporte, que ele continue disciplinado, que ele continue. Digno, honrado, e sobretudo, por uma escolha dele.”
Isabela também conta que, no momento, o maior desejo de Theo é conseguir lutar em competições ainda maiores. “Ele tem um sonho de competir nos Estados Unidos. A gente super apoia, dentro das possibilidades, quer fazer por ele, então a gente está se programando para poder levá-lo para São Paulo, que tem os campeonatos ainda mais puxados, mais profissionais.”
*estagiário sob a supervisão da editora Júlia Pessôa.