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‘Fico bem comigo mesmo’: atleta juiz-forano perde quase 50 kg com a corrida

pedro qual seu corre INTERNA by felipe couri editada
Pedro deixou o sedentarismo e a obesidade para trás (Foto: Felipe Couri)
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“Esqueci o que iam falar de mim e pensei no meu futuro”. É dessa forma que o atleta juiz-forano Pedro Campos, de 20 anos, morador do Centro da cidade, encarou o seu início na corrida. No final de 2020, no auge da pandemia, o jovem estava sedentário e obeso. Foi quando percebeu que, pesando 126 quilos, havia perdido sua qualidade de vida. Ele, então, decidiu mudar de hábitos e, além de melhorar a alimentação, estipulou como meta correr por 30 dias. Desde então, não parou de praticar a atividade física. Hoje, após cerca de três anos e meio, Pedro pesa 78 quilos e é um exemplo de mudança de rotina.

Com sua história de superação de 48 quilos perdidos, Pedro Campos é o personagem da reportagem de estreia da segunda temporada da série “Qual é o seu Corre”, que conta a história de um corredor de Juiz de Fora ou região a cada etapa do Ranking de Corridas de Rua da cidade. A primeira prova da disputa mais movimentada da cidade é a Corrida do Bahamas, que ocorre neste domingo (24), a partir de 8h, com largada em frente à Represa de São Pedro (Av. Pedro Henrique Krambeck, s/n). Segundo a organização, são mais de 2,5 mil inscritos, distribuídos entre corrida, caminhada e disputa kids. Os atletas que optaram pela corrida terão que percorrer 6,5 quilômetros, enquanto os da caminhada fazem um trajeto de três quilômetros. Haverá, ainda, uma corrida para cães, denominada “Cãominhada”, de um quilômetro. O trajeto da disputa kids não tem quilometragem definida.

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Inspiração mútua

Antes de conseguir perder 48 quilos por meio da corrida, o estudante de administração gostava de jogar futebol com seus amigos, mas não praticava nenhum esporte “com seriedade”, como ele define. Depois de seis meses totalmente sedentário durante o isolamento, Pedro viu em seu pai, Adilson Campos, um exemplo, e, pouco tempo depois, essa lógica se inverteu. “Meu pai era corredor, sempre me incentivou, mas teve que operar duas vezes ambos os joelhos e precisou parar naquela época. Mas tomei ele como inspiração e hoje eu que sou inspiração dele, diversas vezes o levo para correr comigo”, conta.

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Desde que estreou no Ranking, Pedro participa da maioria das provas. No ano passado, ele foi bronze na sua faixa etária (18-19 anos) na soma de todas as provas. Ele conquistou o segundo lugar nas corridas Côrtes Villela e na Camilo dos Santos; o terceiro na Corrida do Bahamas e a quarta colocação na Meia Maratona, um sonho realizado pelo corredor. “Muitos falaram que eu não ia conseguir, mas conclui ainda com um bom tempo, confesso que não esperava”, lembra.

“A base da minha vida”

Como quase todos os corredores de Juiz de Fora, Pedro Campos se esforça para conciliar a sua rotina com os treinamentos. Ele trabalha de 8h às 18h em um escritório de sua família e vai para a faculdade às 19h. O tempo que tem para treinar é o horário de almoço de uma hora e meia. “Vou sempre, porque se eu não conseguir treinar, meu dia desanda”, afirma. Geralmente, seu trajeto diário vai do Corpo de Bombeiros, localizado na Avenida Brasil, até a entrada da Zona Norte, o que dá cerca de dez a 12 quilômetros.

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Dessa forma, a corrida representa a base da vida do juiz-forano. “Tudo o que eu faço é pensando nela, o dia flui por ter corrido ou não flui quando não vou. Me ajuda muito na parte mental, alivia muito meu estresse e me tranquiliza para resolver problemas. Fico bem comigo mesmo”, resume.

Mariah, a próxima atleta

Jovem sente falta de espaços adequados para os corredores (Foto: Felipe Couri)

Se teve o pai como uma inspiração, Pedro também quer ser para Mariah, sua filha que irá nascer em agosto, um exemplo. “Quero que ela se apaixone pela corrida assim como eu, buscarei ser o espelho dela”. Para que, no futuro, a filha tenha mais qualidade para correr, o esportista pede por melhorias estruturais em Juiz de Fora.

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“Falta muito cuidado, eu mesmo já caí duas vezes pisando em buracos na Avenida Brasil. Tem a Via São Pedro que é um bom lugar, mas faltam espaços adequados para os corredores. Precisamos de mais investimento”, crê. Apesar disso, ele comemora o crescimento do Ranking de Corridas. “Esse ano pretende ser melhor ainda. Teremos premiações por faixa etária, e isso motiva muita gente. A galera que não tem chance de brigar no geral, briga com as pessoas da sua idade”.

Reconhecimento e sonho

Perguntado sobre o que busca na corrida após ter perdido 48 quilos, Pedro diz que quer reconhecimento. “Para isso, busco melhorar cada vez mais treinos e meus tempos. Quero brigar na elite e fazer minha prova alvo, que é a Maratona do Rio. São 42 quilômetros, é muito difícil, mas tenho como objetivo”.

Se pudesse dar um recado às pessoas que não praticam atividade física, Pedro orienta a não se importar com o que os outros vão pensar, já que os exercícios irão ser benéficos no futuro. “A corrida é saúde. Tanto na parte corporal quanto mental, agrega a todo humano que pratica. Não pode ter medo, porque prende, dificulta a colocar em prática. Se começar hoje, daqui a um mês já estará bem melhor. É mentalizar que todo o esforço vai valer a pena”.

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