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Uberabinha mira Lei de Incentivo para disputar Módulo I do Mineiro

uberabinha base by divulgacao
Vitórias no sub-15 e no sub-17 garantiram acesso (Foto: Divulgação/Uberabinha)
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Após conseguir o inesperado acesso para o Módulo I do Campeonato Mineiro de base no último dia 11, o Uberabinha já traça o planejamento para a disputa da elite mineira nas categorias sub-15 e sub-17 no ano que vem. Para entender as dificuldades e pretensões da equipe em 2024, a Tribuna conversou com o presidente, o preparador e dois jogadores do time. Conforme a diretoria, reuniões irão acontecer nas próximas semanas para acertar as metas, mesmo que muitas delas já estejam definidas, como o valor que o clube precisa para participar do Mineiro: R$ 220 mil.

Na última rodada do Módulo II deste ano, o Uberabinha precisava vencer os dois jogos e ainda torcer por uma combinação de resultados para assegurar o acesso. Foi quando a equipe sub-15 venceu o Dinamo por 3 a 1 e o sub-17 ganhou do mesmo adversário por 3 a 0, em Araxá. Os triunfos fizeram com que a “Tropa do Urso” chegasse a 20 pontos na classificação somada das categorias e terminasse o campeonato na terceira colocação. O Uberlândia foi o campeão, com 25, e o Tombense ficou em segundo, com 21. Os três clubes, então, garantiram a vaga na elite do futebol mineiro de base no próximo ano.

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Recurso via lei de incentivo

“Será um ano muito decisivo para mim”, projeta Bernardo (Foto: Dacoast)

De acordo com o presidente do Uberabinha, Sérgio Eduardo, o “Dudu”, o clube precisa de cerca de R$220 mil para custear transporte, hospedagem e alimentação que envolvem as viagens do Campeonato Mineiro. “Isso sem muito alarde, para ser sem sufoco, com pouca ajuda dos pais”, frisa. O mandatário afirma que tenta emendas parlamentares com vereadores e que está em busca de empresas para serem patrocinadoras.

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Mas o foco principal do clube para conseguir o dinheiro necessário é por meio da Lei de Incentivo ao Esporte (11.438/06). Essa medida permite que pessoas físicas e jurídicas possam apoiar projetos esportivos, de modalidades olímpicas ou paralímpicas por meio de doações ou patrocínios, usando para isso um percentual a ser descontado no Imposto de Renda. Segundo Dudu, o Uberabinha tem toda a documentação validada para receber o apoio, que tem valor máximo de pouco mais de R$1 milhão. “Posso usar o benefício se conseguir arrecadar pelo menos 20% disso, cerca de R$220 mil, que é o necessário na disputa do sub-15 e sub-17”, aponta.

Caso consiga o apoio via Lei do Incentivo, o Uberabinha pretende também participar da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro na categoria sub-20. Alguns jogadores que disputaram o estadual este ano no sub-17 sobem para a categoria de cima em 2024. “Juntaremos esses nascidos em 2006 com a geração 2005 (vitoriosa no clube) e 2004, mas depende do dinheiro”, pondera.

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Em dezembro, a equipe irá anunciar seletivas para as categorias sub-15 e sub-17, com possibilidade também de peneira para o sub-20. O presidente afirma que, se jogadores de fora da cidade forem aprovados, há chance de o Uberabinha abriga-los em alojamentos. Além do estadual, o clube irá participar dos campeonatos de Juiz de Fora e região.

Expectativas para o Mineiro

“Foi um sonho conquistar algo tão importante”, diz Gianluca (Foto: Dacoast)

Capitão da equipe sub-15 neste ano, o meia Gianluca Caracci, morador do Bairro Vila Ideal, diz que a sensação de conquistar o acesso foi inexplicável. “Mesmo diante de todas as dificuldades, em nenhum momento a gente deixou de acreditar que era possível. Foi um sonho conquistar algo tão importante para o clube da nossa cidade”. Ele, que faz 16 anos no ano que vem, irá integrar a equipe sub-17.

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O jovem ressalta que a ajuda dos pais e dos membros da diretoria e comissão técnica foi essencial para o acesso, e que, no próximo ano, esse apoio precisa ser intensificado. “Acho que o principal objetivo do Uberabinha é se manter na Primeira Divisão. Esperamos mais apoio da Prefeitura e de grandes empresas no financeiro e na logística, para termos lugares melhores para treinar”. Fã de Kevin de Bruyne, do Manchester City, Gianluca prega pés no chão no Campeonato Mineiro.

“É muito difícil competir de igual para igual com times como o Atlético-MG e o Cruzeiro. A realidade desses clubes é muito diferente, lá existe um apoio muito maior. A diferença você vê no preparo físico e mental. Mas diante de todas as diferenças, a gente dá o nosso melhor para poder conseguir competir”, destaca.

Já Bernardo Pires, de 16 anos, morador do Bairro Nova Era II, será um dos remanescentes do time sub-17 na elite do estadual. Ele joga de zagueiro e volante e é campeão da Copa Bahamas, Liga de Futebol de Juiz de Fora, Copa Zico e Copa Zona Norte pelo Uberabinha. “Foi um sentimento muito bom (conquistar o acesso), não esperava viver esse momento por não termos muita estrutura e apoio. Mas a ajuda dos pais foi essencial, assim como a dos membros do clube”.

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Na visão do atleta, o time precisará fazer uma boa pré-temporada, com treinos intensos, para que cheguem na melhor condição no estadual. “A expectativa é  mostrar um bom futebol para assim nos destacarmos também na elite. Será um ano muito decisivo para mim, me sinto bem em representar Juiz de Fora em uma competição assim. Ainda quero conquistar muitos títulos e jogar em grandes clubes”, planeja. 

Ponto-chave: preparação física

Responsável pela preparação física tanto do time sub-15 quanto do sub-17, Gabriel Resende enxerga que o trabalho em 2024 precisa ser diferente e iniciado ainda neste ano. “A Primeira Divisão é uma vitrine grandiosa para os garotos. Já estamos planejando o início das atividades de força, como academia, alinhado com os treinamentos semanais. O nível do campeonato vai subir, então, o nível de treinamento obrigatoriamente tem que melhorar”.

Para que os atletas mantenham a sua capacidade física durante todo o campeonato, Gabriel recomenda uma boa alimentação e qualidade no sono. “Eles precisam estar sempre focados no objetivo deles. Com essa idade é de extrema importância evitarem ao máximo bebidas alcoólicas e complementarem os treinos com algum tipo de preparação por fora do clube”, analisa.

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