O que Danilo, lateral-direito ex-Real Madrid (ESP) e atualmente no Manchester City (ING), Leo Santana, fixo e ala do time de futsal do Barcelona (ESP), Hudson, volante do Cruzeiro (MG) e Thomas, atacante do Sport (PE), possuem em comum? Além do destaque dos atletas locais em grandes equipes do futebol e futsal brasileiros, os quatro já solicitaram e foram atendidos por um mesmo fisioterapeuta juiz-forano. Cristiano D’Ávila, 29 anos, soma atendimento a expoentes do esporte de Juiz de Fora e região, em currículo que teve, há um mês, o acréscimo de mais uma experiência internacional. O profissional defende, atualmente, o Kairat, do Cazaquistão, na Ásia Central, um dos maiores times de futsal do mundo. O clube tem sede na cidade de Almaty, a maior do país.
“O Kairat é bicampeão europeu, sempre chega às finais das competições que disputa. E vim por convite do técnico, Cacau. Temos um amigo em comum, o Leo Santana, também juiz-forano e que hoje está no Barcelona, e estavam precisando de um fisioterapeuta, por isso fui indicado por ele. Mas é uma experiência que será de grande valia para mim, tanto como pessoa, porque estarei morando em outro país, de cultura e costumes diferentes, quanto profissionalmente, por atuar em uma das melhores equipes do mundo”, contou Cristiano à Tribuna por telefone. Para ele, o idioma está sendo uma das principais dificuldades na adaptação.
“Uma das principais diferenças de estar no Cazaquistão é a língua. O idioma é o cazaque, impossível de aprender! Também falam russo, difícil demais, mas que tento falar alguma coisa. Temos sete brasileiros aqui, então a adaptação, como equipe, fica mais fácil. E no time tem um tradutor, ou seja, dentro do clube o relacionamento é muito fácil”, comenta.
No processo de ambientação, o juiz-forano ainda convive com diferente religião e hábito em todas as refeições. “É um país da religião islâmica, mais de 70% da população, mas eles respeitam todas as outras formas de culto e de crença. A cidade, Almaty, é linda, como outra cidade grande qualquer. Tem mais de um milhão de habitantes, mas transporte, segurança e saúde funcionam. E quanto à alimentação, eles sempre tomam sopa. Em todas as refeições. E também bebem muito chá. No mercado você encontra prateleiras e mais prateleiras com diversos sabores”, relata.
Estrelas
Formado em 2010 pela Faculdade Suprema, também de Juiz de Fora, ele não teve dúvidas em seguir o caminho da fisioterapia esportiva. E a primeira das inesquecíveis experiências veio logo após finalizar sua graduação. “Sempre quis trabalhar com o esporte em geral, e, claro, futebol e futsal, que são as grandes paixões do brasileiro. Minha primeira grande oportunidade foi no Atlético de Madrid, em 2011. Fiquei um mês na Espanha a convite de um amigo, o juiz-forano Gustavo Lucas, que era médico lá. Fiz estágio no departamento médico”, relembra.
A partir daí, Cristiano conheceu mais estruturas de referência no esporte mundial, onde teve oportunidade de conhecer alguns dos maiores jogadores da atualidade, como o português Cristiano Ronaldo (detalhar). Tudo pelo trabalho de acompanhamento realizado. “Em 2016 fui para a equipe de futebol de salão do Sibiryak, da Rússia. Fiquei três semanas em trabalho com toda a equipe, a convite do Leo Santana, que jogava lá. Fiz um trabalho preventivo para todo o elenco. Em fevereiro de 2017 fui para Madrid a convite do Danilo, que saiu do Real Madrid para o Manchester City. Ele não tinha lesão, fiz apenas um trabalho de complemento do que ele realizava no clube. Algumas avaliações, testes, e esse trabalho complementar em casa. Além disso tudo, também presto serviço de consultoria para os atletas, tanto presencial, quando via internet.”