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Escola gaúcha e pensamento no acesso: Tupi apresenta Vilar e técnico Cyro Leães

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Uma cara nova e outra conhecida do torcedor do Tupi. Em comum, o técnico Cyro Leães, 43 anos, e o goleiro Vilar, 38, apresentados na manhã deste sábado (23) na sede social alvinegra, no Centro de Juiz de Fora, direcionaram o discurso ao prazer em defender a centenária camisa com pensamento exclusivo no acesso à elite mineira – caminhada que, em campo, começa em 4 de maio, em duelo contra o Betim no Módulo II, em Juiz de Fora.

Ao lado da dupla, que assinou contrato até o fim da competição estadual, também foram confirmados e estiveram presentes na entrevista coletiva o auxiliar técnico Vitor Gaúcho e o preparador físico Rafael Andrade. Além deles, a comissão carijó também irá contar com o analista de desempenho Rodrigo Justino. O presidente do clube, Eloísio Pereira de Siqueira, o Tiquinho, e o gerente de futebol Marcelo Fidélis iniciaram as apresentações, com o novo treinador dimensionando, na introdução, a oportunidade na carreira e o objetivo principal no Galo.

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Da esquerda para a direita, Rafael Andrade, Vitor Gaúcho, Marcelo Fidélis, Vilar e Cyro Leães (Foto: Leonardo Costa)

“É uma satisfação gigante, do tamanho da história do Tupi, ter recebido o convite para estar junto desse projeto de reestruturação, de recolocação desse grande clube ao cenário onde ele sempre deve exercer a sua atuação. É um clube tão tradicional que me enche de orgulho e, independente de histórias passadas, transforma esse meu desafio como o maior da minha carreira. Vou fazer o possível para não desperdiçar a oportunidade e ser uma peça importante na condução e no convencimento de todos a nossa volta de que podemos contribuir para que o Tupi volte à primeira divisão do Campeonato Mineiro. (…) Venho muito feliz e convicto de que temos totais condições de fazer um trabalho que não vai ser fácil, será doloroso, mas com boas perspectivas de trazer alguma colheita. (…) E nossa mentalidade é de acesso. Tudo o que estamos conversando, desde o primeiro contato, é pensando no acesso”, destacou Cyro, em seu primeiro posicionamento oficial como comandante do Tupi.

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O primeiro relato do goleiro Vilar foi em tom similar. Campeão mineiro do interior pelo Galo em 2018, ele mostrou os pés no chão ao garantir que o passado não o tornará titular do time de forma automática, em um comportamento que deve ser compartilhado pelos futuros companheiros de time. “É motivo de orgulho estar nesse clube novamente, onde tenho mais de 50 jogos. Quando surgiu o convite, (a decisão) foi de bate-pronto. Já queria há algum tempo fazer parte da história do clube novamente. Sei dos objetivos e das dificuldades, que certamente podemos encontrar, mas o objetivo natural é que a gente busque esse acesso. Feliz e motivado em ser uma primeira contratação e com a convicção de que posso ajudar. O fato de ter 50 jogos não me dá cadeira cativa, titularidade, não é meu perfil também, e isso vai ser com profissionalismo, comprometimento. Vou estar à disposição do clube”, destacou o goleiro.

Cyro Leães e o jogo do Tupi

Cyro coleciona trabalhos no futebol feminino e no masculino como preparador físico e auxiliar. Sua primeira experiência profissional foi como técnico feminino do Internacional, entre 2001 e 2003. Trabalhou fora do país, nos Estados Unidos, Noruega e Bahrein. Como auxiliar técnico no Brasil, passou por Grêmio e Santa Cruz-RS. Foi técnico do Cruzeiro de Porto Alegre, Flamengo de Alegrete e SC Rio Grande. A partir de 2015, passou a ser auxiliar de Adilson Baptista em clubes como Joinville, América-MG, Ceará e Cruzeiro.

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Questionado sobre as preferências que carrega em sua carreira e irá procurar aplicar no elenco do Tupi em formatação para a disputa do Módulo II, o gaúcho Cyro afirmou se apegar às origens, tanto na educação familiar quanto na desportiva.

“Primeiro, não consigo desassociar o treinador do homem. Sou natural de Porto Alegre, família de Alegrete, muito identificado com a escola e a cultura gaúchas, em todos os seus cenários. Pai de três filhos, casado há mais de 20 anos. Dediquei toda a minha vida profissional para a família e para o futebol. Sou apaixonado pelo esporte, vivo talvez mais do que deveria o futebol. (…) Sou um sobrevivente do futebol, porque não joguei, não sou filho ou neto de ex-jogador. A partir de uma paixão de adolescente pelo esporte me dediquei a me formar pelos meios em que eu pudesse estar inserido no cenário. Consegui abrir portas importantes, conheci pessoas importantes e chegar em um nível de alto rendimento. Depois de 22 anos de carreira, estou aqui. Me sinto preparado para mais esse desafio. Sou um profissional que, quando vai para o trabalho, traz toda essa carga familiar e de princípios humanos junto. Não acredito em duas coisas, ser uma ali e outra aqui”, contextualiza o comandante, complementando sobre a questão de campo.

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“Enquanto técnico de futebol, gosto muito de alguns alicerces da escola gaúcha, principalmente a organização defensiva. Mas não sou um treinador defensivo. Acredito que a organização defensiva é um ponto inicial para desenvolver outros momentos do jogo. Acredito na clareza do jogo nos quatro momentos – ofensivo, defensivo e as duas transições. Gosto do futebol bem jogado e não abro mão de ter a bola e de ter jogadores com capacidade de jogo. Entendo que todo jogo de futebol é decidido por uma ação técnica bem executada, então preciso dessa parte muito bem aflorada. Em cima disso tento construir uma equipe bem equilibrada, sustentada por uma organização defensiva, mas que tenha capacidade de jogar.”

Cyro Leães e Vilar, os primeiros apresentados no Tupi para o Módulo II (Foto: Leonardo Costa)

Pré-temporada

Conforme o gerente Marcelo Fidélis, o Tupi pretende iniciar os treinamentos em 1º de abril, mas contar com a maior parte do elenco em Juiz de Fora até o dia 10. “Podemos registrar até 35 atletas, mas queremos contar com 25 neste início de atividades”, antecipou o dirigente.

Com cerca de 40 dias até a estreia, Cyro dividiu as prioridades de momento em duas partes. “Primeiro, ter a margem de erro menor possível, temos pouco tempo. Não podemos errar em treinamento. Precisamos de uma programação que nos traga o que vai ser importante para o jogo. E segundo, temos nos dedicado bastante na finalização da montagem de um grupo de profissionais que possam nos entregar aquilo que a gente acredita. O tempo é curto e estamos tentando acelerar, dentro do possível, para que a decisão seja a mais sensata e correta, mas estamos debruçados na programação de trabalhos e finalização da montagem do elenco”, reitera o treinador. “Posso garantir que teremos treinamentos de alto nível e grau de competitividade. Cenário no dia a dia baseado na confiança e no profissionalismo, não pode deixar de ser assim no futebol brasileiro. Cada um que venha pra cá deve entender o momento do clube e como pode contribuir e fazer que, neste momento que vamos passar juntos, transforme a vida do Tupi e de todo mundo”, complementa.

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Sobre as escolhas de atletas na montagem de elenco, Cyro afirmou que “não só o perfil de jogador deve ser considerado, assim como não acredito que eu seja uma pessoa de um jeito e treinador de outro. O perfil humano do profissional deve ser considerado. A gente deve enxergar e reconhecer o Tupi como uma grande oportunidade para todos, inclusive para toda a comunidade envolvida, aos empresários que podem se aproximar. Se conseguirmos reunir pessoas que acreditem no seu potencial e no espaço que o clube dá para esse reconhecimento do trabalho, é um perfil importante. Do lado desportista, pela característica da competição, precisamos também de jogadores que entreguem, suportem e sustentem essa forma de jogar. O Módulo II tem questões particulares do jogo, como no enfrentamento de um pra um, de bola no fundo, bola mais em velocidade em profundidade, disputas aéreas, características importantes que também precisam compor o perfil do profissional. Estamos nos organizando para ter conversas com esses profissionais e tentando minimizar a margem de erro.”

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