Ícone do site Tribuna de Minas

Preparadora de goleiros da região acerta com o Red Bull Bragantino

flavia guedes treina garotos
Flavia Guedes treinando
Flávia Guedes treina garotos da base e vai trabalhando seu sonho de chegar à elite do futebol nacional (Foto: Arquivo pessoal)
PUBLICIDADE

A preparadora de goleiros Flávia Guedes, 29 anos, foi contratada para a categoria sub-20 feminina do Red Bull Bragantino. Ela também fará parte da comissão técnica da equipe adulta, como auxiliar de preparador de goleiros. Nascida em Mar de Espanha, cidade a cerca de 60km de Juiz de Fora, a profissional começou os trabalhos no último dia 12 e conta que já se sente em casa. “Estou muito entusiasmada para o resto da temporada. Esse ano o sub-20 disputa o Campeonato Brasileiro, o Paulistão e a Copinha. É sempre bom representar o lugar de onde a gente veio”, declara Flávia, que também já morou em Juiz de Fora.

A intenção de ser contratada pelo Red Bull Bragantino começou em dezembro do ano passado, quando Flávia se candidatou em uma vaga aberta pelo clube em seu site. Ela passou por duas entrevistas com o departamento de relações humanas, supervisores e comissão técnica. “Quando recebi a ligação falando que fui contratada, fiquei extremamente feliz. Meu objetivo sempre foi trabalhar em algum clube do Brasil, mas eu não imaginava que aconteceria tão cedo. O Red Bull tem uma estrutura e um projeto gigantescos”, comemora.

PUBLICIDADE

Palmeiras, Seleção e EUA

Flávia é ex-atleta profissional de futebol. Ela começou a jogar futsal quando criança em Mar de Espanha, antes de chegar a Juiz de Fora, com 14 anos, e começar a jogar pelo time feminino do colégio Vianna Jr, em 2009. No ano seguinte, a então meia-atacante foi aprovada em uma peneira do Palmeiras e se mudou para São Paulo. Depois de seis meses de treinos no time paulista, a atleta foi vista pelo seu treinador, Marcelo Frigério, revezando no gol em uma das atividades. O técnico viu futuro nela naquela posição e avisou à jogadora que deveria continuar. O pedido foi atendido e a mineira se tornou goleira do Palmeiras até o fim de 2010, quando o clube decretou o fim do projeto de futebol feminino.

PUBLICIDADE
Antes de ser treinadora, Flávia foi atleta no Brasil e nos Estados Unidos (Foto: Arquivo pessoal)

Quando voltou para Minas Gerais nas férias, o treinador do Centro Olímpico, Rodrigo Iglesias, chamou Flávia para sua equipe, e, em 2012, ela subiu para o profissional como quarta goleira. No mesmo ano, se transferiu para o São José (SP) e foi convocada para a Seleção Brasileira sub-20 pela primeira vez.

Já em 2013, a arqueira foi para os Estados Unidos, jogar e estudar na faculdade Columbia College, em Missouri. Na América do Norte, em 2016, foi eleita a melhor goleira da Liga Universitária do país, levando seu time ao National (principal liga universitária) pela primeira vez. Ela jogou até 2017 na equipe, e, depois de dois anos sem atuar, retornou ao Brasil em 2019, acertando com o Real Brasília, onde esteve até junho do ano passado, quando decidiu encerrar a carreira.

PUBLICIDADE

Trabalho até chegar ao RB Bragantino

O primeiro contato de Flávia como treinadora ocorreu em 2014, quando trabalhou com a TetraBrazil nos Estados Unidos durante o verão, enquanto ainda estava na faculdade. Nesse período, começou a considerar a possibilidade de se tornar treinadora no futuro. Durante os anos seguintes, continuou sua carreira como jogadora de futebol, ao mesmo tempo em que se dedicava a realizar cursos na CBF visando a uma transição para a carreira de treinadora.

Flávia Guedes foi contratada pelo Red Bull Bragantino no início deste ano (Foto: Arquivo pessoal)

Em 2023, já aposentada dos gramados, teve sua experiência inicial como preparadora de goleiros no AYSO United, clube dos Estados Unidos. A profissional ministrava treinos das clínicas de goleiros de 7 a 18 anos. Quando voltou ao Brasil, em outubro, acertou com o PSG Academy de Juiz de Fora para treinar os arqueiros de todas as categorias, até ser contratada pelo Red Bull Bragantino. Hoje, ela possui as licenças C e B de treinadora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), além de cursos de preparadora de goleiros e análise de desempenho da entidade.

PUBLICIDADE

“Sempre gostei de trabalhar com essa parte de formação, de ensinar crianças a jogar futebol. E ser atleta com certeza me ajudou em diversos aspectos. Visão de jogo, como tratar e gerir meus atletas, e me moldar como treinadora. Busco sempre representar Juiz de Fora e Mar de Espanha, sempre tive muito incentivo das duas cidades”, fala a preparadora.

Inspiração e metas

Por tê-lo visto trabalhando de perto e, depois, se tornado seu amigo, o auxiliar do Juventude, Gerson Ramos, é espelho para a mar-de-espanhense. “Ele sabe muito sobre futebol, como gerir pessoas, sempre me passou muita confiança como atleta. Espero que um dia os jogadores e jogadoras que passem por mim tenham o mesmo sentimento, de sair de um treino com entendimento do conteúdo e de se sentir escutado e compreendido”, mira.

Como metas, Flávia estipula o seu desenvolvimento através do aprendizado com “todos os profissionais da comissão”, para que consiga ensinar o melhor para suas goleiras. Além disso, ela busca conseguir a licença PRO da CBF e se tornar treinadora de alguma grande equipe. “Até chegar a essa posição, quero entender o máximo que puder de todas as áreas que envolvam o jogo.”

PUBLICIDADE

Perguntada sobre qual recado daria para outras meninas que sonham em ser atletas e jogadoras, Flávia fala sobre a importância da dedicação. “Busco deixar algo positivo onde passar, alguma conversa ou ensinamento que mude a vida como atleta ou pessoa. Com estudo, perseverança e apoio, conseguimos alcançar os nossos maiores sonhos”, recomenda.

Sair da versão mobile