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Mais de 50 torcedores do Cruzeiro vão de Juiz de Fora ao Paraguai para a final da Copa Sul-Americana

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“Vou aonde você for, só pra ver você jogar.” É com esse verso na cabeça e no coração, de uma das músicas mais tradicionais que ecoam nas arquibancadas em jogos do Cruzeiro, que 53 cruzeirenses partiram de Juiz de Fora, na noite de quinta-feira (21), rumo ao Estádio General Pablo Rojas, em Assunção, capital do Paraguai, para acompanhar a Raposa na final da Copa Sul-Americana contra o Racing-ARG, que será disputada no sábado (23), às 17h, horário de Brasília.

A caravana rumo ao Paraguai é organizada pelo JFZeiros, reduto oficial de torcedores do Cruzeiro em Juiz de Fora. Jhon Seixas, líder do reduto, estima que a viagem, que será realizada de ônibus, irá durar mais de 26h. Para ele, que já perdeu a conta de quantos jogos da Raposa assistiu nos estádios do Brasil e da América do Sul, organizar a excursão rumo à final da Copa Sul-Americana é uma grande honra e responsabilidade.

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“É a realização do sonho de muita gente, inclusive o meu, de carregar tantos cruzeirenses, muitos deles que nunca saíram do país, que nunca saíram do estado. A maioria das pessoas é de Juiz de Fora, e uma ou outra da região, que fica sabendo  porque viramos uma referência na Zona da Mata, e isso pra mim é motivo de alegria”, afirma Jhon.

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Grupo se reúne para assistir aos jogos do Cruzeiro, seja no bar ou no estádio (Foto: Leonardo Costa)

150 jogos e contando

Natural de Montes Claros, cidade localizada no norte de Minas Gerais, cerca de 700 km de Juiz de Fora, Jhon frequenta o Mineirão desde a final da Libertadores 1997, quando o Cruzeiro se sagrou bicampeão da principal competição da América do Sul. Ele conta que já acompanhou mais de 150 jogos diretamente dos estádios. A paixão pelo Cabuloso é tão grande que Jhon adequou sua vida às partidas da Raposa.

“O Cruzeiro, hoje, ocupa um espaço de tempo enorme na minha vida, porque eu acabei comprando a franquia da escolinha oficial do clube,  sou um dos representantes da região. Eu sou contador, trabalho em escritório, mas eu tento sempre colocar o Cruzeiro na minha agenda. Nela, a preferência é o time. Tudo é feito depois que o Cruzeiro se encaixou nela. Eu trabalho com produtividade, por conta própria, mas nos intervalos de jogos do Cruzeiro, porque em dia de jogo, em dia de caravana, eu fico por conta”, detalha Seixas.

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Mais que uma final, um recomeço

O Cruzeiro volta a uma final continental após 15 anos de ausência e depois de passar por três anos consecutivos na Série B do Campeonato Brasileiro. Por isso, Gabriel Rodrigues, um dos 53 cruzeirenses que vão à Assunção, entende que o jogo de sábado ficará marcado em sua memória. “A gente renasceu das cinzas, e eu estou batalhando pra gente ficar na história mesmo, pra passar para as próximas gerações que, naquele momento que o Cruzeiro precisava, a gente estava presente”, afirma.

Gabriel é veterano de caravanas para acompanhar o Cruzeiro. Apesar do vasto currículo de partidas em que esteve nas arquibancadas, ele acredita que a final da Copa Sul-Americana terá um carinho especial em sua memória, já que será a primeira vez que sairá do Brasil. “Será totalmente diferente, porque nós vamos lá para buscar na raça aquela taça, nós queremos muito, e contra um time argentino. Graças a Deus, eu sou bem pé quente. Vamos lá pegar mais uma”, projeta o cruzeirense.

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Um amor gerado através de outro

Diferente da maioria dos torcedores de futebol, Letícia Fernandes começou a acompanhar o Cruzeiro de forma tardia, muito por conta de seu relacionamento com Gabriel. “Ele que me apresentou o Cruzeiro. Depois, conhecemos o reduto e o Mineirão”, conta. “E depois que conhece o Mineirão, que estamos lá no meio daquela torcida, é um sentimento que não tem como descrever. Não tem sensação melhor do que gritar ‘Ah, eu tô maluco!’ dentro do Mineirão pra ela poder comemorar um gol.”

Para Letícia, o  jogo mais marcante, até agora, foi a derrota do Cruzeiro para o Fluminense, por 3 a 0, jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil de 2022. “O Cruzeiro perdeu o jogo, mas nesse dia a torcida deu um show. Foi o dia mais emocionante que eu tive na minha vida”, afirma.

Assim como Gabriel, Letícia também fará a sua primeira viagem internacional para acompanhar o Cruzeiro. “Eu estou muito ansiosa. A gente fica um pouco apreensivo por causa da viagem muito longa, mas eu tô contando os minutos para chegar lá, eu quero muito. A sensação de entrar no estádio deve ser muito diferente, e é uma final, o jogo é completamente diferente”, descreve.

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‘Não tem nada que eu não faria pelo Cruzeiro’

Tamyris Maia é natural de Entre Rios de Minas, município localizado a 196 km de Juiz de Fora. Oriunda de uma casa com a mãe atleticana e o pai cruzeirense, a torcedora afirma ser a mais fanática entre seus familiares. “Nunca perdi uma partida do Cruzeiro. Quando não estava transmitindo, eu colocava no radinho, escutava, ficava nervosa quando o Cruzeiro perdia”, relembra.

Tamyris também irá realizar sua primeira viagem internacional. Com um ótimo retrospecto em finais, já que seu primeiro jogo no Mineirão foi o de volta da final da Copa do Brasil de 2017, em que o Cruzeiro foi campeão, a cruzeirense quer que a Raposa seja campeã no sábado e que isso sirva como virada de chave na história celeste. “Eu quero que, a partir desse jogo, marque realmente uma nova fase para o Cruzeiro, que a gente volte do lugar que a gente nunca deveria ter saído”, almeja.

Gabriel, Letícia, Jhon e Tamyris vivem a expectativa para a final da Copa Sul-Americana (Foto: Leonardo Costa)

A JFZeiros

Os integrantes da JFZeiros sempre se reúnem em dias de jogos do Cruzeiro no Bar do Marquim, localizado na Rua Santo Antônio 10, Centro. Neste sábado, não será diferente. Jhon estima que cerca de 80 cruzeirenses estarão reunidos para acompanhar a final da Copa Sul-Americana. “Para quem quiser se juntar a nós, é só acompanhar o nosso Instagram. Lá tem todas as informações, o direcionamento da torcida é feito em todas as redes sociais”, explica Jhon.

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Jhon conta que o principal objetivo do reduto é reunir o máximo de torcedores possíveis para se reunir e confraternizar em dias de jogos do Cruzeiro. “A gente tenta fazer um mínimo de organização para que todos consigam viver bem, estar bem, numa resenha, em um jogo, e o reduto consegue fazer isso”, afirma.

*estagiário sob supervisão da editora Gracielle Nocelli

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