Ícone do site Tribuna de Minas

‘Salvou a minha vida’: juiz-forana começa a correr após bariátrica e hoje sonha com maratona 

qual e o seu corre 1

(Foto: Arquivo pessoal)

qual e o seu corre 2 1
“Tenho o sonho de fazer uma maratona, que são 42km”, conta Alexia (Foto: Arquivo pessoal)
PUBLICIDADE

Em janeiro deste ano, Aléxia Lage, de 23 anos, moradora do Bairro Paineiras, pesava quase 116kg e decidiu fazer uma cirurgia bariátrica. Seis meses após o procedimento, ela começou a correr para melhorar a qualidade vida. Agora, em novembro, pesando 72kg, conta que a corrida se transformou em algo fundamental no seu cotidiano. Além de ter mais saúde, a estudante de Direito mudou hábitos e fez amigos. Para os próximos anos, sonha em disputar uma maratona.

Pela importância que a modalidade conquistou na vida de Aléxia, a jovem é personagem da série “Qual é o seu Corre”, que conta histórias de corredores locais. Neste sábado (23), ela participa da Corrida Bahamas Night Run, décima e última prova do 36º Ranking de Corridas de Rua de Juiz de Fora. A largada acontece na Via São Pedro, às 19h. Há a opção de corrida de 6km ou caminhada de 3km, além de uma disputa infantil. Ao todo, estão inscritas 3 mil pessoas. 

PUBLICIDADE

Da dúvida às provas do Ranking

Aléxia tinha obesidade crônica desde a infância. Nunca ficou totalmente sedentária, mas não conseguia ter constância nos esportes que tentou, como vôlei e natação. Tinha muita dificuldade em emagrecer por ser algo fisiológico. Em 2023, começou a pensar em fazer a cirurgia bariátrica. Analisando os benefícios que podia ter, ela decidiu, em 4 de janeiro deste ano, realizar o procedimento. Seis meses depois, deu os primeiros passos na corrida por incentivo de uma amiga.

PUBLICIDADE

“Vi que a vida dela tinha mudado bastante depois que começou a correr. Como eu era obesa, tinha dificuldade em ter disposição para corrida, apesar de muito desejo. Sou sistemática, se fosse para fazer, queria algo com performance. Comecei em julho, e salvou minha vida. No início, era difícil, ia mal nas corridas, não conseguia manter dois minutos direto. No final da terceira semana, pensei em desistir. Fui no que seria meu último treino e tive um ótimo desempenho. Continuei e, depois de um mês, fiz minha primeira prova do Ranking, de 5km, que era muito para mim na época. Ainda consegui um tempo bom”, relembra.

Com três treinos semanais, que juntos chegam a 20km, Aléxia diz que tem alguns cuidados. “Tenho hipoglicemia, e tem gente que me coloca para trás. Mas corro sempre com um gel de carboidrato ou doce de leite. Levo a corrida à moda antiga. Tem muito influenciador estimulando às pessoas a comprarem coisas caríssimas. Não acredito nisso, vejo que é necessário só um bom tênis e um relógio para ver seu tempo. Também faço musculação, com acompanhamento de um profissional, desde o 30° dia após a bariátrica, para superar a flacidez. Hoje, tenho uma ficha só para corrida.”

PUBLICIDADE

Junto aos treinos, a alimentação de Aléxia melhorou. A corrida também foi uma oportunidade para fazer novas amizades. Por isso, define que a prática esportiva é “tudo” em sua vida. “Me encontrei no esporte. Comecei para emagrecer e, hoje, é quase uma dependência emocional. Não consigo ficar sem correr, é uma questão de humor. Às vezes, nosso corpo não está legal para correr, então, me respeito. Mas mantenho constância e disciplina. Hoje, corrida é sinônimo de boa saúde mental”, declara.

Metas de Aléxia 

Com 44kg a menos – 15 deles perdidos após iniciar na corrida -, Aléxia quer emagrecer mais dez. “É para qualidade de vida”, fala a estudante, que tem a meta de fazer uma meia maratona no ano que vem. “Quero continuar porque as corridas têm um ambiente muito gratificante. Às vezes, choro vendo vídeos de maratona, é uma recompensa pessoal. Sempre uma energia surreal, as pessoas se motivam, apoiam e gritam. É um esporte muito individual, mas também tem o coletivo”, analisa.

PUBLICIDADE

Questionada sobre como resumiria a corrida, a atleta fala em disciplina e motivação. “Não tem glamour, mas é o esporte que me escolheu. A bariátrica me deu muita ajuda, mas o que salvou minha vida foi a corrida. Digo a todos para que tentem. Vai ser ruim no começo, não adianta falar que é maravilhoso. Mas você compete contra você mesmo. Sua cabeça aprende a ter controle emocional. É meditação forçada. Recomendo muito, muda a nossa vida em geral.”

Com toda importância que a corrida ganhou em sua vida em poucos meses, Aléxia pretende correr para sempre. “Tenho o sonho de fazer uma maratona, que são 42km. Vou levar com calma, não adianta falar que vai ser ano que vem. Mas é o meu maior plano”, almeja a juiz-forana.

Sair da versão mobile