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‘Esperava um pouco de valorização’, revela Aílton, em exclusiva à Tribuna

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“Sou eu quem agradeço a todos os torcedores pela paciência. Não é um adeus, mas um tchau. O futebol dá muitas voltas e quero deixar as portas abertas aqui. Não sei que horas, mas um dia eu volto!” (Foto: Felipe Couri)
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O planejamento financeiro do Tupi foi o principal motivador para a saída do técnico Aílton Ferraz. A revelação foi feita pelo próprio profissional à Tribuna, durante entrevista exclusiva no hotel em que está hospedado na cidade. De acordo com o ex-comandante do Galo, o Alvinegro propôs salário menor em relação aos vencimentos da Série C e equivalente ao que aceitou quando assinou com a agremiação para o Campeonato Mineiro.

A falta de possibilidades de valorização no ano foi confirmada pelo gerente de futebol carijó, Nicanor Pires. “O que posso falar é que o Tupi fez uma proposta com o que tem condições de pagar. Vamos manter a responsabilidade financeira. Não adianta o Tupi fazer uma proposta superior se não tem condições de pagar durante a temporada. O Tupi foi responsável”, disse Nicanor. O técnico ainda se emocionou ao descrever a relação criada com Juiz de Fora e torcedores do Tupi. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

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Tribuna de Minas – O que motivou sua decisão de não permanecer no Tupi?

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Aílton Ferraz – Falo com muita tristeza porque é uma cidade e um time que aprendi a amar. Foi uma decisão difícil, tanto que demorou muito, e decidimos isso ontem (quinta). Houve um impasse, mas digo isso para quem fala que não fiquei pela parte financeira. Fiz um trabalho no Mineiro livrando o time (do rebaixamento) e ganhava um valor “x”, que no mercado não é muito, mas aceitei, estava há um ano parado. Na Série C não subimos por culpa que não é nossa. Quem viu o jogo (contra o Fortaleza) sabe. E o mínimo que você espera é uma valorização. Entendo que o clube passa por dificuldades, não é só o Tupi. Mas esperava um pouco de valorização, tanto que “segurei” o mercado. A proposta que não entendi é de reduzir o salário, após o que foi no Mineiro. Isso não aceitei.

Você deixa o clube com a sensação de dever cumprido?

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– Saio satisfeito por deixar legados, não apenas de uma boa campanha, mas de amizade, amor ao próximo e humildade. Quem caminhou comigo nesse tempo viu como trato as pessoas. Houve situações dentro do clube que vocês não souberam e que contornei. Se fosse qualquer outro treinador tomaria outra atitude, mas aprendi que sempre temos que dar chances.

– Você sai valorizado. Todos querem Aílton Ferraz agora?

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– Tenho os pés no chão. Dei prioridade ao Tupi, porque sei que nem sempre acontece o que achamos que pode ocorrer. Lógico que há bastante clubes, mas especulações. Umas bem próximas, outras distantes. Mas tudo isso está com o meu empresário. Espero que apareça algo o mais rápido possível porque adoro trabalhar e para que eu possa desenvolver o trabalho em outros clubes.

– A melhoria da estrutura deve ser o primeiro passo para que o Tupi suba um degrau no futebol brasileiro?

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– Sim. O primeiro desafio é mexer na estrutura, ajeitar o campo para treino, e da concentração. O Tupi tem um detalhe fantástico: dá café da manhã, almoço, lanche e janta todos os dias para os funcionários. Isso é raro. Se melhorar esses pontos, tem tudo para chegar na Série B, se manter, e sonhar com a Série A. Meu filho (Crys) passou aqui e deixou um bom legado. Falaram que deixou uma pequena história e me perguntaram se eu conseguiria também. Saio feliz porque representei bem meu filho (se emociona). O Chrystiano sofreu muito por ser filho de ex-jogador, mas sempre teve meu respeito porque nunca dependeu do pai para estar empregado. Um homem, hoje casado, e vai ter um filho, vou ser vovô no ano que vem.

– Quer deixar um recado para o torcedor?

– Tenho visto os agradecimentos e quero dizer que sou eu quem agradeço a todos os torcedores pela paciência. Fomos passo a passo no campeonato, tudo foi bem planejado, mas sem a ajuda deles nada disso iria acontecer. Não é um adeus, mas um tchau. O futebol dá muitas voltas e quero deixar as portas abertas aqui. Não sei que horas, mas um dia eu volto!

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