Ficou no quase o bicampeonato do juiz-forano Matheus Mazzei no Rally dos Sertões. O navegador, que faz dupla com o piloto Rodrigo Varela, ficou na segunda colocação da categoria UTV após passar por um problema no carro nos últimos quilômetros da etapa final, quando liderava a disputa. O título, desta vez, ficou com a dupla Deni Nascimento e Gunnar Dums, que teve tempo total de 28h30min17, apenas 1min39 à frente de Mazzei e Varela.
A disputa deste ano teve a largada em Petrolina (PE) e chegada em Cruz (CE), na sexta-feira (18), passando também pela Bahia. No total, o trajeto do “maior rally das Américas” ultrapassou 3,8 mil km. Das oito etapas que integraram a disputa, Matheus Mazzei e Rodrigo Varela assumiram a liderança na quarta e sustentaram até os 15 últimos quilômetros da etapa final, quando o carro que guiavam entrou em modo de segurança.
“(O carro) começou a falhar muito nas dunas, perdeu toda a potência. O segundo colocado estava só a 1min38s da gente. Com essa perda de potência, o carro não conseguia subir as dunas. Tinha que parar ele, desligar e resetar. Ele demorava um tempo para poder voltar a andar normalmente. Depois, andava mais um pouco e ele parava”, conta Mazzei.
Como afirma o juiz-forano, perder o título após liderar por boa parte dos quase quatro mil quilômetros de disputa foi um golpe duro. “Essa derrota foi uma coisa inexplicável. A gente tem que entender que não é só o piloto e o navegador, tem o terceiro ponto que é o veículo. Tínhamos o melhor veículo, os melhores mecânicos e os melhores engenheiros trabalhando, mas aconteceu isso. Ficamos muito tristes, porque o bicampeonato pulou da nossa mão nos últimos 15 quilômetros”, lamenta.
Edição mais desafiadora
O navegador juiz-forano avalia que a edição deste ano do Rally dos Sertões, apesar de ter um trajeto menos intenso que o do ano passado, foi mais complicada para chegar ao final. “Neste ano foi muito mais desafiador do que o ano passado, por conta do piso, do tipo de terreno. Pegamos tudo quanto é tipo de terreno, muita pedra, muita erosão, umas estradinhas mais travadas. No ano passado, como era um rally mais longo, ele precisava ser mais rápido. Neste ano, foi mais travado, mais quebradeira”, analisa.
O percurso, que inclusive passou por dunas, também serviu para Matheus Mazzei reforçar o interesse em disputar o South American Rally Race (Sarr), na Argentina. “Neste ano eu não consegui (disputar a competição), por falta de experiência em duna. Eu nunca naveguei lá fora, mas vou dar uma estudada agora para começar a ir neste tipo de navegação por duna lá fora, já que, aqui no Brasil, a gente teve no último dia navegação por duna e deu tudo certo. Agora é preparar para os próximos”, projeta.