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Do título para a “realidade”: rebaixado à Superliga C, JF Vôlei pode dar pausa no time adulto

JF Volei Aprov Chapeco foto Divulgacao
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Em 19 de abril de 2021, o JF Vôlei comemorava a principal conquista da história da equipe e uma das maiores do esporte juiz-forano – o título inédito e invicto da Superliga B masculina. Onze meses depois, e no último sábado, 19 de março, após derrota para Aprov/Chapecó em Santa Catarina por 3 sets a 1 (26/24, 25/19, 22/25 e 25/19), o time local acabou rebaixado para a terceira divisão nacional, encerrando um período marcado pela desistência da disputa da elite do voleibol brasileiro diante da falta de recursos, consequente volta à divisão de acesso e lanterna da Superliga B com três vitórias e seis derrotas em nove rodadas.

À Tribuna, o diretor do JF Vôlei Maurício Bara avalia que o período do acesso e título invicto ao rebaixamento à Superliga C significa “a realidade do esporte local. Já provamos que temos capacidade, falei isso a você quando fomos campeões e repito com o rebaixamento. Temos condições, conhecimento técnico para estar entre os melhores do país, mas a realidade não é essa e temos que nos adequar.”

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Ainda conforme o principal responsável pelo projeto, o rebaixamento ocorre devido à uma série de fatores. “Se deve principalmente à minha pessoa, porque eu que controlei todo o processo. Escolhi os jogadores, a comissão técnica e principalmente parei de botar dinheiro no time, coisa que fiz durante anos, e principalmente no ano passado. Perdemos, então, o principal patrocinador de salários, porque temos fortes parceiros em outras vias. Essa perda nos limitou, mas reforço que o trabalho da comissão e dos atletas foi muito bom, de total empenho”, analisa. “Ainda sobre os atletas, volto a dizer que o fator principal foi a maturação. Com mais seis meses de trabalho, tenho certeza de que o resultado final seria diferente, porque eles vêm evoluindo numa capacidade enorme. Se pudesse manter eles para a Superliga C, faria, assim como a comissão técnica, tenho que enaltecer o trabalho firme.”

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Incremento à base e chance de pausa no adulto

Como Maurício já havia antecipado, antes mesmo do início da temporada, já era estudada a possibilidade de o JF Vôlei deixar as disputas profissionais a partir deste ano, o que segue em pauta. A prioridade poderá ser a concentração de esforços na formação de atletas nas categorias de base do projeto. “A realidade é trabalharmos com os núcleos e as escolinhas com um incremento, se depender de mim. Mas o JF Vôlei não é só o Maurício mais, volto a lembrar, e ainda bem. Este incremento seria tanto em investimento, o que não é nada absurdo, mas que ele seja concentrado na base, e também em volume. O time adulto demanda um esforço muito grande e poderemos desprender disso para a base. Tenho certeza de que os resultados da formação de atletas vão sair naturalmente”, opina o diretor. “Se isso significar um intervalo das competições, tudo bem. Só ver o Suzano, que lidera a Superliga B, campeão de Superliga, e ficou tanto tempo fora do cenário. O Vôlei Futuro, o próprio Chapecó, que teve grandes momentos nos anos 1980 e 1990.”

Diante disto, o rebaixamento, conforme Maurício, “não significa muita coisa ao projeto. Claro que entramos em quadra pra vencer cada jogo e competição, não queríamos ser rebaixados de maneira alguma, mas já vínhamos pensando em abandonar a Superliga B. Jogamos com uma verba remanescente e voltando àquele caso de não ter recursos de contratações, já pensávamos. A desistência de disputar a Superliga A, por mais acertada que tenha sido, foi difícil de recuperar. Mas há essa reflexão há mais de um ano. Mas no modelo de hoje não existe perspectiva de disputar a Superliga C. No modelo de hoje.”

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A Superliga C ocorre ainda no segundo semestre deste ano, ainda sem datas oficializadas. Se participar, o JF Vôlei poderia voltar à Superliga B até mesmo na edição de 2023.

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