A temporada europeia de handebol se encerrou no dia 9 de junho, com a vitória do Barcelona sobre o Aalborg, da Dinamarca, na final da Liga dos Campeões da Europa. Novamente, o armador juiz-forano Thiagus Petrus foi destaque do clube catalão. Aos 35 anos e em sua sexta temporada pela equipe, o atleta conquistou, novamente, quase todos os títulos que disputou e foi eleito o melhor defensor da Liga Espanhola. À Tribuna, Thiagus fez um balanço de seu desempenho e projetou a próxima temporada.
O atleta participou de 64 jogos nesta temporada, somando as partidas pelo Barcelona e pela seleção brasileira. Para o armador, sua temporada, tanto individual quanto coletivamente, foi muito positiva, mas ele pondera sobre a decepção de não conseguir a classificação aos Jogos Olímpicos de Paris. “Acho que consegui render num nível muito bom e dar o meu melhor, tanto a nível de seleção quanto a nível de clubes”, analisa Petrus.
Os reis da Europa
Na temporada 2023/24, o Barcelona participou de oito competições e terminou como campeão em sete delas: a Liga dos Campeões da Europa, o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei, a Copa da Liga Espanhola, a Supertaça Ibérica e a Copa da Catalunha. O único torneio que a equipe não saiu com o título foi o Mundial de Clubes, em que foi derrotada pelo Fuchse Berlin-ALE nas semifinais, mas ficou com o terceiro lugar após vencer o KS Kielce-POL.
Thiagus reconhece a soberania do Barcelona no cenário espanhol e europeu. “Tem bastante diferença de dinheiro mesmo e de qualidade dos jogadores do Barcelona com relação às outras equipes, que ainda assim podem ganhar, podem surpreender alguma vez. Na Europa é um pouco mais difícil. Esse ano a gente teve três derrotas na Liga dos Campeões, o nível foi bastante alto, mas no final das contas a gente conseguiu ganhar”, afirma o armador.
“O Barcelona possui atletas da prateleira mais alta do mundo. No plantel da próxima temporada, que deve ser de 16 jogadores, 12 vão estar na Olimpíada. Então isso já fala por si só. Temos aqui bastante nacionalidades, o que atribui pegar apenas o que o clube acha melhor e necessário para o elenco”, complementa Thiagus.
Alegria e frustração com a seleção brasileira
Se a temporada de Thiagus pelo Barcelona foi incontestável, pela seleção brasileira foi diferente. Com a camisa do Brasil, Petrus foi campeão do torneio Sul-Centro Americano em janeiro, mas ficou com o vice-campeonato nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, e ficou em terceiro no Pré-Olímpico. Com isso, a seleção não se classificou à Olimpíada de Paris. O juiz-forano conta que não foi fácil superar o baque para dar continuidade à temporada pelo Barça.
“A não classificação do Brasil foi bem difícil. Teve dois momentos: primeiro, no Pan, em Santiago, que foi duro, e logo em seguida eu perdi o Mundial de Clubes com o Barcelona também, e foram duas semanas bem complicadas e, depois, o Pré-Olímpico. Quando acabou o Pan de Santiago, eu sabia que ainda tinha mais uma chance no Pré-Olímpico, e aí, quando não nos classificamos, os dias seguintes foram bastante difíceis. E no final, é trabalhar a cabeça, pensar no objetivo e focar mais ainda para ajudar o clube. Isso era o que a gente tinha em mente. Demorou um tempo para assimilar tudo e conseguir”, relata Thiagus.
O próximo grande desafio de Thiagus pela seleção é o Mundial de handebol, que acontecerá entre 14 de janeiro e 2 de fevereiro. O Brasil está no Grupo E, juntamente com Portugal, Estados Unidos e Noruega, um dos países-sede.
O futuro de Thiagus
Na próxima temporada, Thiagus afirma que seguirá no Barcelona. “O objetivo é, pelo menos, ganhar todos os títulos como nessa temporada e ganhar o Mundial de Clubes, se tudo der certo”, projeta. Jogando no Barça desde a temporada 2018/19, Thiagus acumula 308 jogos pela equipe, 93 gols e 29 títulos, sendo três Ligas dos Campeões e seis Campeonatos Espanhóis.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva