“É a oportunidade da minha vida. De todas as chances que eu tive como jogador, acho que essa é a mais concreta. Só depende de mim para dar certo.” Assim o atacante Igor Rossignoli, 17 anos, descreve a oportunidade de jogar no juvenil do Criciúma. O atleta defendeu o Tupynambás na Taça BH Sub-17 e chamou a atenção de olheiros. Com o encerramento da participação da equipe catarinense no torneio na última quarta-feira, o jogador embarcou com os novos companheiros rumo ao Sul do Brasil.
A chance de defender o Tigre caiu do céu para o juiz-forano, que já havia desistido do sonho que começou aos 7 anos, no futsal do Sport. Após períodos de testes no Flamengo, Fluminense, Boavista-RJ, Vasco e Bonsucesso-RJ, Igor se voltou para os estudos no início do ano, buscando uma vaga na faculdade de medicina. Mas aí veio o convite para participar da Taça BH e, mesmo com a campanha ruim do Baeta, o atacante atraiu o olhar do técnico da equipe juvenil do Criciúma, Luiz Gonzaga Milioli.
“Observamos vários jogadores. Nosso objetivo é esse: captação. Levar os meninos para terem identidade com o clube desde novinhos, para quando chegarem no sub-20 terem uma história no clube. Hoje o futebol está queimando etapas. Virou um grande negócio. Buscamos resgatar esse trabalho. O Igor chamou atenção pela velocidade e boa técnica. Só é uma pena que esteja no último ano de juvenil. Mas vamos tentar trabalhar bem, dando uma condição boa, para, quem sabe, transformá-lo em um grande jogador no futuro”, afirma Milioli, que também elogiou os zagueiros do Tupynambás.
Nasce o ‘Igor Futebol Clube’
Até o fim da temporada, Igor terá quatro meses para provar que merece passar para a equipe de juniores, que abriga jovens de até 20 anos. Um desafio que não coloca medo no atleta. “Ser jogador de futebol é o sonho de qualquer garoto. Caso não dê certo, ainda serei muito novo para decidir a vida. Se for para estudar, eu continuo em um ou dois anos. Tenho que treinar com vontade sempre. Buscar progredir cada vez mais. Vou dar tudo para ficar no Criciúma”, diz o atacante, que torce pelo Flamengo e terá a oportunidade de conhecer o ídolo Petkovic, atualmente treinador do elenco profissional do Tigre.
Se o sonho de Igor parece mais próximo de se tornar realidade, para a família o que fica é saudade. Em especial, para a mãe do garoto, Alexsandra Gomes. “O coração fica muito apertado, sangrando até. Mas se é o sonho dele, a gente apoia. O Igor já morou fora de casa, mas não tão distante. Ele é muito persistente. Tem mais uma chance e está lutando.” Já o pai, Julio Cesar Rossignoli, trocou o amor pelo Flamengo por outro “clube”. “É Igor Futebol Clube. Sou flamenguista, mas agora torço pelo time do Igor, vendo a camisa que ele veste. Para quem é pai, tudo que um filho faz é motivo de orgulho. Ele é sempre dedicado, e as coisas ficam mais fáceis por ser bastante compromissado. Acho que vai se dar bem.”