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Há 17 anos, JF recebia competição de futebol com 500 indígenas de 22 etnias

campeonato indigena by aelson f amaral arquivo tm
Abertura da Taça das Nações Indígenas contou com representantes de 13 etnias de Minas Gerais, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará (Foto: Aelson F. Amaral/Arquivo TM)
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Entre os dias 18 e 21 de janeiro de 2007, Juiz de Fora recebeu a I Taça das Nações Indígenas de Futebol, promovida pelo Instituto Cidade em parceria com o Ministério do Esporte. A competição contou com a participação de 500 indígenas de 22 etnias de diferentes regiões do Brasil, conforme arquivos da Tribuna de Minas.

Os jogos do campeonato aconteceram nos campos da Faculdade de Educação Física (Faefid) na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Associação Atlética do Banco do Brasil, 10º Batalhão de Infantaria, e 4º Grupamento de Artilharia e Comando. Já a final foi realizada no Salles Oliveira, campo do Tupi. No Dia dos Povos Indígenas, comemorado nesta sexta-feira (19), a Tribuna rememora essa disputa com os relatos da ocasião e entrevista com organizador do evento à época e, hoje, secretário de Esporte e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora (SEL/PJF), Marcelo Matta.

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Vários estados representados

A abertura da Taça das Nações Indígenas contou com representantes de 13 etnias de Minas Gerais, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará. O evento começou com uma saudação de um pajé, que agradeceu ao povo da cidade e pediu a união dos povos branco, negro e indígena. Na sequência, houve desfile das delegações, acendimento da pira olímpica, execução do hino nacional e apresentação das danças típicas de cada tribo, conforme matéria da ex-repórter da Tribuna de Minas, Juliana Duarte.

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“O importante não é competir, mas celebrar. O que queremos é ensinar um pouco dos nossos costumes para o povo não-indígena, mostrar que ser aguerrido é diferente de ser agressivo. Queremos fazer uma troca: praticar o esporte de vocês, mas deixar alguma lição”, explicou o presidente do Comitê Intertribal à época, Carlos Terena.

Organizador e presente nas partidas, Marcelo Matta define que a competição “movimentou a cidade” e ressalta o grande público presente nas partidas. “O projeto foi feito em parceria com a UFJF, que coordenou a competição. Teve ampla divulgação, até na televisão. Aconteceram também competições de jogos, como carregar toras e outras atividades próprias da cultura indígena”, conta.

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Jogos e cultura indígena

Após a cerimônia de abertura, os jogos tiveram inícios com 22 tribos indígenas de nove estados do país. As partidas tiveram duração de 30 minutos em cada tempo. Na primeira fase da Taça, os times foram divididos em seis grupos e jogaram em sistema de dupla eliminatória. Quatro times se classificaram para as semifinais e, posteriormente, dois para a final – as tribos Yawalapiti, do Mato Grosso, e Xerente, do Tocantins. A final terminou empatada em 1 a 1, e a equipe de Tocantins levou a melhor nos pênaltis.

As etnias também aproveitaram para expor suas culturas para Juiz de Fora. Houve uma feira no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, com mostra de artesanato e dança. “Foi muito bacana, porque além dos jogos, tiveram locais para eles apresentarem sua cultura, artes, artesanato”, diz Marcelo. “Foi uma mistura do nosso futebol e do comportamento deles, sua forma de chegar e falar. Todos nós nos divertimos muito”.

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Conforme o secretário de Esporte e Lazer, a Taça das Nações Indígenas foi importante para “conhecer a cultura indígena e o quanto ela merece ser respeitada”. Perguntado se há possibilidade de realizar outra celebração esportiva para os indígenas na cidade, Marcelo fala que “a SEL não vê demanda no momento, mas está sempre aberta para realizar atividades e respeitar a diversidade”.

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