A noite deste sábado (19) será uma daquelas em que centenas de corredores irão tomar a pista central da Avenida Barão do Rio Branco para celebrar a paixão pela corrida. Uma das provas mais tradicionais do Brasil, a Corrida da Fogueira volta a ocorrer, com a 73ª edição do evento que larga em frente à Praça Presidente Médici, no Bom Pastor, às 19h. Serão 7km no percurso principal e trajeto alternativo, para caminhada, de 3,5km. São esperados, conforme a organização, cerca de 2.200 pessoas, já inscritas na prova que não vale pontos para o Ranking da cidade, mas carrega uma mística que faz, dela, uma das mais populares do estado em distâncias mais curtas.
Após a saída na Praça do Bom Pastor, local também da chegada, os participantes seguem pelas avenidas Doutor José Procópio Teixeira (em contramão, pista sentido Centro/bairro), Barão do Rio Branco (pista central) até Rua Agassis, retornando também pela área central da via, até a Avenida Doutor José Procópio Teixeira, seguindo e finalizando na Praça Presidente Médici.
Celebração da história e o ‘amor à primeira disparada’
A Corrida da Fogueira é, também, a história dos principais corredores da região e até do país, caso de Ronaldo da Costa. Mais que isso, é o encontro de diferentes gerações e amigos formados ou apaixonados pelo esporte no evento mais antigo do município na modalidade; o encontro de pessoas como Fernando Costa, atleta da equipe Super Amigos e que respira a corrida de rua.
À Tribuna, Fernando teve tarefa árdua de tentar resumir, em palavras, o que a corrida significa em sua vida, quase que onipresente em cada passo seu pelos benefícios gerados ao longo dos anos. “Outro dia assisti a dissertação de mestrado em educação física do meu amigo Toninho Buda, onde o mesmo discorreu sobre o tema ‘Motivação e Flow Feeling na Corrida de Rua’. Confesso que apesar dos mais de 30 e tantos anos de prática frequente de corrida rústica, apesar de ter lido mais de uma centena de revistas e dezenas de livros sobre corridas, e de ter participado ainda de vários simpósios e palestras tratando deste mesmo assunto, eu nunca havia ouvido falar de Flow Feeling. Fiquei surpreso em descobrir que em várias ocasiões vivenciei, sem saber, um grande fluxo de emoção, ou melhor, Flow Feeling”, contextualiza o atleta.
“Viajei no tempo e cheguei até 1980, quando eu ainda adolescente, fui apresentado a este esporte maravilhoso. Foi amor à primeira vista, ou melhor, á primeira disparada. Foi quando o professor de educação física do colégio onde eu estudava colocou a turma de alunos pra correr. Me destaquei, fui elogiado, ganhei uma medalha, impressionei a garota a quem eu paquerava e me apaixonei… não pela garota, mas pela corrida. Decidi, naquele momento, que queria ser corredor. Eu ainda não sabia, mas, ali, naquele momento eu estava dando um importante passo rumo a uma vida saudável, disciplinada, prazerosa e cheia de amigos”, recorda Fernando.
A partir daquele dia, ele jamais deixaria o esporte distante de si. “Apaixonado, corri quase todos os dias por três meses seguidos e ainda aguentei firme a gozação dos meus amigos, que diziam que correr era coisa de maluco ou ladrão. E eu era apenas um garoto decidido a se tornar um corredor.” Após criar e chamar amigos ao esporte, dividindo o prazer de correr, “em 21 de abril de 1982, me alinhei com outros 597 corredores para participar da 1ª Corrida da Inconfidência, em Juiz de Fora. Essa foi, oficialmente, a minha primeira corrida.” Uma história foi eternizada. “Após a premiação, me aproximei do campeão da prova, o ‘fera’ Joel Elídio, que ganhava todas as provas na cidade e região. Perguntei o que eu deveria fazer para me tornar um campeão, e ele sabiamente disse que eu deveria cuidar da minha alimentação, ter muita disciplina e treinar, treinar e treinar. Passou a ser o meu ídolo. Hoje, somos amigos e parte de uma mesma equipe.”
Assim foi também com João da Mata e Ronaldo da Costa, entre os exemplos de atletas-amigos de Fernando. Hoje, após 29 maratonas, duas ultramaratonas e mais de 600 outras provas, entre elas, a Fogueira, Fernando é pura emoção ao falar da corrida. “Este é o meu esporte. Afinal, em nenhum outro encontrei a quantidade de adrenalina, serotonina, endorfina e melatonina de que preciso para viver feliz. A corrida tem algo diferente, especial, incompreensível, e porque não dizer, mágico. Acho a corrida um esporte muito ético, democrático, disciplinador, agregador e de muita ‘camaradagem’. Aliás, correr é literalmente, um grande passo para se fazer amigos”
Kits e premiação
Os kits, com camisa e meias, além de sacola e copo ecológicos, serão entregues nesta sexta-feira (18), entre 10h e 17h, e no sábado (19), de 10h às 14h, no 2º piso do Shopping Santa Cruz, no Centro juiz-forano. Já o número de peito com o chip serão entregues a partir das 18h do sábado.
Todos os participantes irão receber medalha. Os cinco primeiros colocados na disputa geral ainda são contemplados com troféus, assim como o top 3 das equipes, tanto no masculino quanto no feminino. A melhor equipe na disputa entre pessoas com deficiência (PCD) também será agraciada.
Alterações no trânsito
Conforme a Prefeitura de Juiz de Fora, para a realização da 73ª Corrida da Fogueira, a Avenida Rio Branco e outras vias do bairro Bom Pastor vão passar por interdições totais e parciais neste sábado. Além disso, a partir das 14h de sexta-feira (18), a Avenida Doutor José Procópio Teixeira, entre as ruas Doutor João Penido Filho e José Mário Vilella, será totalmente interditada. A intervenção acontecerá na pista sentido Centro/bairro, e a via permanecerá fechada até as 22h de sábado.
No dia do evento, a partir das 16h45, serão interditadas as seguintes vias: Avenida Doutor José Procópio Teixeira, entre Avenida Rio Branco e alça da Igreja do Bom Pastor (sentido Centro/bairro); Rua Renato Dias, entre Avenida Doutor José Procópio Teixeira e Rua Senador Salgado Filho; Rua Doutor João Penido Filho, entre Avenida Doutor José Procópio Teixeira e Rua Senador Salgado Filho; e ruas Christóvão Malta e Coronel José Mário Vilella.
Também será proibido o trânsito na pista central da Avenida Rio Branco, entre as avenidas Brasil e Doutor José Procópio Teixeira, a partir das 16h45, no sábado; e na pista lateral da Avenida Rio Branco, entre Rua Senador Salgado Filho e Avenida Doutor Procópio Teixeira, após as 18h. As vias poderão ser liberadas quando não houver conflito com a corrida, a critério da autoridade de trânsito. Para o desvio de quem precisar atravessar a Rio Branco, deverá subir até a Rua Senador Salgado Filho, virar à esquerda na Rua Pedro Mendes, contornar a rotatória em volta da Igreja do Bom Pastor, e pegar a Procópio Teixeira lado esquerdo sentido centro.
Transporte coletivo
Na pista central da Avenida Rio Branco, o tráfego de ônibus será proibido a partir das 17h de sábado, até o término da prova. Os ônibus que normalmente utilizam este trajeto deverão circular pela pista lateral, fazendo breves paradas para embarque e desembarque de passageiros, paralelamente aos pontos existentes. Nas travessias da Avenida Barão do Rio Branco, onde houver conflito com a corrida, o tráfego ficará paralisado enquanto estiverem passando os corredores, ou a critério do agente de trânsito, devendo ser liberado de acordo com a evolução da prova.
Devido às intervenções realizadas pela SMU, a partir das 17h de sábado será alterado o itinerário dos ônibus com destino ao Centro, que trafegam pela Avenida Rio Branco.