Na véspera da partida, o técnico espanhol Roberto Martínez, que comanda o time belga, havia dito que o Panamá tinha “uma das histórias mais bonitas desta Copa”, lembrando a classificação ao Mundial e o orgulho do feito para o país. E o que se viu no Fisht Stadium nesta segunda-feira corroborou com o discurso.
A seleção panamenha carece de técnica e tem um grupo de jogadores comuns, mas em campo todos eles substituíram isso por muita entrega. O time chegou a atrasar em alguns segundos o protocolo inicial da partida porque decidiu fazer uma rodinha dentro de campo para desejar sorte uns aos outros. O apelo do árbitro para que se alinhassem para a partida mal foi ouvido.
Se deixou a desejar em qualidade no gramado, fora dele o Panamá foi o grande vitorioso. Seus torcedores estavam em maior número nas arquibancadas e fizeram um espetáculo digno das melhores Copas do Mundo. Começou no momento da execução do hino, cantado a plenos pulmões. Depois, os panamenhos vibravam quando sua seleção tinha um escanteio a favor ou mesmo quando os zagueiros Escobar e Román Torres rifavam a bola ao ataque de qualquer maneira. E quando Blas Perez ou Rodriguez conseguiam colocar a bola no chão e buscar um contragolpe, era puro êxtase nas arquibancadas.
Do outro lado, a Bélgica era dona do jogo propriamente dito. A despeito do primeiro tempo difícil, demonstrou ser uma equipe muito bem treinada, com boas opções ofensivas e jogadores perigosos a partir do meio de campo. O placar final de 3 a 0, nesse sentido, foi mais do que justo.
O capitão Eden Hazard foi o grande articulador do time, mas as jogadas de ataque não passavam apenas pelos seus pés. Mertens, na direita, e Carrasco, pela esquerda, se revezavam nos avanços até a linha de fundo e tentativas de arremate. Pelo miolo da área, Lukaku estava preso entre os defensores, mas era sempre uma opção, principalmente pelo alto.
Nesse ritmo, era uma questão de tempo para os belgas construírem a vitória. Se faltou capacidade para o time furar o bloqueio panamenho na primeira etapa, na segunda o time soube aproveitar seu qualificado toque de bola e o cansaço do adversário. Para facilitar ainda mais, um golaço de Mertens logo aos 2 minutos jogou por terra toda a estratégia defensiva do Panamá. Lukaku, aos 24 e aos 30, fechou o placar.
Após a boa estreia desta segunda-feira, a Bélgica voltará a atuar no próximo sábado, quando enfrenta a Tunísia, às 9 horas (de Brasília), em Moscou. No domingo, no mesmo horário, o Panamá terá pela frente a Inglaterra, em Nijni Novgorod.
Ficha técnica:
Bélgica 3 X 0 Panamá
BÉLGICA – Courtois; Alderweild, Boyata e Vertonghen; Witsel (Chadli), De Bruyne, Carrasco (Dembele) e Meunier; Eden Hazard, Mertens (Thorgan Hazard) e Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.
PANAMÁ – Penedo; Murillo, Roman Torres, Escobar e Davis; Gomez, Cooper, Godoy, José Luis Rodriguez (Diaz) e Barcenas (Gabriel Torres); Blas Perez (Tejada). Técnico: Hernán Gomez.
GOLS – Mertens, aos 2, e Lukaku, aos 24 e aos 30 do segundo tempo.
ÁRBITRO – Janny Sikazwe (ZAM).
CARTÕES AMARELOS – Meunier, Vertonghen e De Bruyne (Bélgica); Davis, Barcenas, Cooper, Murillo e Godoy (Panamá).
PÚBLICO – 43.257 torcedores.
LOCAL – Fisht Stadium, em Sochi.