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Jornalista Dudu Monsanto lança livro sobre a conquista do Fla na Libertadores

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Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

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Dudu Monsanto, 41 anos, tinha 16 páginas para escrever um capítulo sobre o bicampeonato do Flamengo na Libertadores da América sobre o River Plate, em Lima, Peru, para lançar uma reedição do livro “1981: O ano rubro-negro” (2011). No entanto, as 120 páginas entregues pelo jornalista formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) à Editora Panda Books transformaram-se em um novo livro, “A virada – Milagre em Lima”, a ser lançado nesta terça-feira (17), às 19h, em transmissão ao vivo nas redes sociais da Panda Books, com convidados especiais, a uma semana do aniversário de um ano do título continental. Nas próprias palavras de Dudu Monsanto, em entrevista à Tribuna, o livro é “um filho não planejado” que será materializado por “vontade própria”.

O livro “A virada – Milagre em Lima”, da Panda Books, será lançado nesta terça-feira em transmissão ao vivo (Foto: Reprodução)

Aliás, conforme Dudu, o caráter “inesperado, sobrenatural” do livro sobre o bicampeonato é a grande diferença em relação àquela obra lançada em 2011, ocasião em que as conquistas rubro-negras tanto da Libertadores quanto do Mundial completaram 30 anos. “Comecei o projeto do ‘1981 – O ano rubro-negro’ em 2006 ainda, quando ia se fazer 25 anos da conquista do Mundial. Na época, não consegui editora. Havia acabado de chegar em São Paulo e não tinha o nome estabelecido no mercado. Deixei o projeto engavetado e o retomei mais ou menos de 2009 para 2010. Somando todo o tempo que me dediquei ao livro, fiquei uns três anos trabalhando nele.”

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Para o jornalista, em meio ao processo de apuração para escrever o “1981 – O ano rubro-negro”, ele teve a chance de revisitar a história de maneira mais crua. “Foi super trabalhoso, mas o mesmo tempo tive a oportunidade de entrevistar a galera quase 30 anos depois com um distanciamento que já permitia a eles abrir determinadas histórias que a galera que viveu 2019 não abriria, porque ainda trabalham juntos. Tenho certeza que muitas das coisas que perguntei não foram respondidas com a sinceridade que haveria se a gente tivesse o mesmo papo em 2049, por exemplo, que foi mais ou menos o que vivi com a galera de 1981. A grande diferença de um projeto para outro é que o ‘1981’ foi planejado, estudado etc. Foi um livro muito meticuloso.”

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De acordo com Dudu Monsanto, em 40 dias, com a ajuda da amiga Ana Paula Garcez, ele conseguiu conversar com todos os titulares do plantel que levou o Flamengo ao bicampeonato da América e ao hepta do Campeonato Brasileiro, de Diego Alves a Jorge Jesus, com a exceção de apenas um: Gabriel Barbosa, o protagonista. “O estafe dele infelizmente não enxergou a importância do projeto. Lamento, nem tanto pelo projeto, mas mais por ele, porque quem está vivendo a euforia, o auge da carreira, não entende que esse é um documento para o futuro, uma maneira de eternizar tudo o que aconteceu. Isso já está eternizado em livro, mas sem o lado dele, o que é uma pena. (…) Mas, sinceramente, acho que não comprometeu em nada a história. Conseguimos buscar palavras dele por outros meios para preencher essa lacuna muito bem.”

‘É um livro com vontade própria’

Ao escrever “1981 – O ano rubro-negro”, Dudu Monsanto fez um livro, como o próprio diz, que gostaria de ler e não existia. Perguntado se a pretensão da nova obra era materializar um documento histórico, Dudu define o “A virada – O milagre em Lima” como uma obra que nasce totalmente sem querer. “Quando lancei o ‘1981’, coincidentemente surgiram outros livros com o mesmo título. Em vez de pensar que era um azar danado, fiquei muito feliz, porque o time de 1981 merecia uma justiça histórica. O Zico é celebrado até hoje, mas será que as pessoas têm noção de como o Leandro foi fabuloso? Será que as pessoas conheciam o valor de outros caras daquele grupo como o Figueiredo, que morreu, como o Andrade e o Adílio, que era um gênio? (…) E, agora, sendo muito honesto, é um livro que nasce totalmente sem querer. É um filho não planejado. É um livro que parece que tem vontade própria. Qualquer coisa que eu te fale (além disso) é mentira.”

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Formado pela UFJF, Dudu Monsanto é, atualmente, narrador do serviço de streaming de esportes Dazn (Foto: Dazn/Divulgação)

Ao abordar o bicampeonato rubro-negro da Libertadores, Dudu voltou à reconstrução econômica e política do clube a partir de 2013, e, ainda, ao incêndio nas dependências do Ninho do Urubu que matou dez atletas da base do Flamengo em fevereiro de 2019. “O que tento fazer é humanizar esses meninos, porque se fala muito em ‘dez do Ninho’, mas eram dez indivíduos. Procuro contar como era cada um de uma maneira sucinta – até porque isso renderia um livro à parte –, o que tinham de diferente, como eram os relacionamentos com as famílias etc. Tentei mostrar para quem vai ler o livro que não são dez meninos que perderam a vida e acabou. Fica aquele sentimento dúbio, porque, no meio daquela festa toda, que foi um acontecimento esportivo fabuloso, não sei se o clube fez por esses meninos e por essas famílias o que deveria ser feito.”

Além de ter o depoimento da maioria dos jogadores do plantel de 2019, o “A virada – Milagre em Lima”, que já está em pré-venda no site da Panda Books por R$ 55,90, reproduz fotos de bastidores do título liberadas pelos próprios atletas, bem como outras de autoria dos fotógrafos Nayra Halm e Alexandre Neto. A obra ainda terá a ilustração de todos os gols da trajetória rubro-negra na Libertadores, sob a assinatura de Lycio Ribas, além da ficha técnica de todos os jogos disputados pelo Flamengo. O “A virada” tem 176 páginas, divididas em 12 capítulos.

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