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Athirson, sobre jogo beneficente: ‘Não quero levar nada para o Rio’

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(Foto: Fernando Priamo)

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“Tudo o que arrecadarmos ficará para as instituições locais. Não quero levar nada para o Rio de Janeiro. Quero deixar o legado (do jogo solidário) para a cidade. E que seja o primeiro de muitos. Não quero promover só um, e, sim, um calendário anual”, conta Athirson, 42 anos, ex-jogador, mas, hoje, empresário, em entrevista exclusiva à Tribuna. Os donativos a serem arrecadados em jogo beneficente, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em 14 de dezembro, às 17h, serão doados ao Instituto Vitória, ao Educandário Carlos Chagas e à Ascomcer. Embora não haja data específica para a retirada de ingressos, a expectativa da organização é iniciar a troca de dois quilos de alimentos não perecíveis pelos tíquetes ainda nesta semana. Estarão presentes ex-jogadores como Sávio, Ronaldo Angelim, Beto, Aloísio “Chulapa” e Tita, além dos músicos MC Koringa e MC Estudante.

Athirson concedeu entrevista exclusiva à Tribuna na última semana (Foto: Fernando Priamo)

O critério para a escolha das entidades é o cadastro junto à Prefeitura de Juiz de Fora. A troca por alimentos perecíveis será obrigatória, mas, caso queiram os espectadores, a organização planeja recolher peças de vestuário para doação às pessoas em situação de rua. “Alguma peça que alguém tenha dentro de casa e não utilize, ou, então, use pouco, para que a gente possa doá-las para algumas crianças de rua. Não instituições em si. As roupas seriam somente para pessoas de rua. Não é obrigatório. Apenas caso alguém tenha”, explica Athirson. As doações de roupas também poderão ser feitas durante a retirada de ingressos. “Vamos separar no estádio, porque tem espaço para isso. Quero deixar outro legado para as pessoas carentes, de rua. De repente, podemos alcançar (as doações). (…) Espero que a torcida vá mesmo. Que encha o estádio e abrace a causa.”

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Mobilizado por participação em projeto de assistência social no Rio de Janeiro, o ex-jogador pretende ir às ruas em Juiz de Fora durante a entrega das roupas. “Eu mesmo vou às ruas para entregar às pessoas, como a gente faz no Rio. (…) Uma sobrinha me apresentou este projeto. Certa vez, fizemos uma roda para ir às ruas e doar os alimentos para as pessoas de rua. Aquilo me emocionou muito”, relembra, emocionado. “Era brechó. Um homem pegou uma roupa, do nada, e a minha sobrinha foi dar um abraço. Era só o que ele queria. Ele quis dar o tênis para ela. E ela não precisava. É tanta gente boa… Pensei então que teria que continuar fazendo algo. Foi onde as coisas foram me trazendo um lado social maior ainda.”

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Dez mil ingressos
A princípio, Athirson almejava disponibilizar mais de 10 mil ingressos aos interessados. Entretanto, em razão de custos operacionais maiores, a carga está inicialmente limitada à capacidade de um terço do Mário Helênio. “A Polícia Militar exige que tenha monitoramento de câmeras quando o público supera 10 mil pessoas. Salvo engano, é uma regra do Estatuto do Torcedor. Como não conheço os valores (do sistema de segurança), a ideia inicial é colocar 10 mil tíquetes para serem trocados e analisar qual será a resposta da cidade em si. Se tiver a oportunidade de aumentar, farei. Se não tiver, fazemos, primeiro, 10 mil, e depois, nos anos seguintes, ampliamos”, planeja. Até o momento, há três pontos de troca: as lojas Nação Rubro-Negra (Rua Mister Moore 70, Centro, e Avenida Brasil 6.345, Bairro Mariano Procópio) e Ypê Sports (Travessa Castro Alves 110, Centro). A partida será transmitida pelos canais SporTV.

Sávio, Angelim, Tita & Cia

Athirson não é de Juiz de Fora. Tampouco defendeu as hostes de Tupi ou Tupynambás. Profissionalmente, esteve no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio apenas em 1997. À época, enfrentaram-se Flamengo e Botafogo em amistoso preparatório para o Campeonato Brasileiro. Era a primeira temporada de Athirson entre os profissionais; no empate sem gols, não entrou em campo. No entanto, apesar da possibilidade de levar o jogo beneficente para Belo Horizonte e para o Rio de Janeiro, Juiz de Fora foi selecionada para sediar a primeira edição do Futebol Solidário Athirson e Amigos.

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“Pelo fato de eu ser natural do Rio, começamos a buscar lá, mas, por exemplo, o Zico já tem o Jogo das Estrelas há anos, já consolidado. Com isso, fui correndo atrás de alguns estádios. Começar logo no Maracanã seria muito dinheiro. E, sempre no final de ano, as datas acabam confrontando. Ficamos esperando os eventos acontecerem. Há muitos jogos no Maracanã. Pintou a oportunidade no Estádio Nilton Santos. Com contratempo contratuais, em 2018, não conseguimos fazer”, detalha.

Juiz de Fora emergiu como possibilidade por sugestão de um amigo. “Tenho vários amigos em Juiz de Fora, como o Juarez (Loures), advogado. Sempre venho participar de jogos com ele. Sempre me convida para peladas. Vêm ex-jogadores para cá também, como Tita, Marcelo Leite etc… Então, comentei com o Juarez sobre a possibilidade. Ele me respondeu: ‘Pô, Athirson, por que você não traz o jogo para Juiz de Fora?’ Pensei: ‘Seria um sonho. O estádio é bonito.’ Havia também a possibilidade de levar para Belo Horizonte, porque conheço o pessoal da Prefeitura. Pensei: ‘Vamos embora. Vamos correr atrás.’ Só que em Juiz de Fora aconteceu de maneira muito rápida. O Juarez marcou a reunião com o prefeito (Antônio Almas), levei o projeto e ele gostou da ideia”, lembra Athirson. De acordo com o ex-lateral do Flamengo, os custos de transporte, alimentação, hotelaria e segurança interna serão arcados por ele próprio.

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Já confirmaram presença no jogo solidário ex-jogadores como Sávio, Ronaldo Angelim, Beto, Tita, Aloísio “Chulapa” e Fernando, além do ex-pugilista Popó e dos músicos MC Koringa e MC Estudante. “O José Aldo falou que provavelmente vem se não tiver luta. Estou tentando os atores Castro Alves e Bruno Gissoni. Já estamos fazendo convites para outros amigos, mas o problema é a agenda. A agenda do pessoal da música, por exemplo, é muito complicada em final de ano. O Fernando e o Alexandre Pires, por exemplo, terão show. Vou tentar também a Marta, mas ainda não consegui contato, além da Natália, do futevôlei. Convidei também o Mauro Galvão, o Odvan, o Reinier – que falou que, se tiver a possibilidade, vem -, o Rafinha e o Nenê, meus amigos particulares, mas dependem muito da agenda.”

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