A atleta de enduro de regularidade – ou moto off road – Mariana Coutinho, de 33 anos, moradora do Bairro Salvaterra, Zona Sul, está em busca de ajuda financeira para disputar o Enduro da Independência. A prova, de mil quilômetros, é uma das mais tradicionais do esporte e acontece durante os dias 6 a 9 de setembro, com passagens pelas cidades de Paraty, Baependi, Barbacena e Ouro Branco. Mariana, vice-campeã brasileira neste ano, busca R$ 10 mil para conseguir custear suas despesas e disponibiliza o pix maricoutinho27@icloud.com a quem puder auxiliá-la.
“Esse enduro é muito custoso pela quantidade de dias de prova e por não ter a possibilidade de ir sozinha. Eu levo um amigo de ‘apoio’ (como é chamado no mundo da regularidade), que me encontra nos pontos chamados ‘neutros’, nos quais paramos 25 minutos para abastecer, comer algo e fazer a manutenção da moto, se necessário. A inscrição custa R$ 2,5 mil e precisamos de hotel e alimentação para os dois, combustível, alimentação e manutenção da moto”, explica.
A esportista diz que está finalizando seu uniforme nessa semana e que empresas da região podem procurá-la através do número (32) 98406-0956 para a patrocinarem na competição.
Trajetória e dificuldades
Mariana começou a praticar o enduro de regularidade há oito anos, mas só se dedicou à modalidade por metade desse tempo, já que em determinado período precisou vender sua moto. “Sempre gostei de esportes e natureza, e a moto faz essa união muito bem. Ela me leva para vistas deslumbrantes e é um desafio pessoal pilotar em terrenos bem complicados”, destaca. Durante sua trajetória, ela participou duas vezes do Campeonato Brasileiro, conquistando a quarta colocação no ano passado e o vice-campeonato em 2023. No mês passado, ela ficou na segunda colocação do Ibitipoca Off Road, e atualmente lidera o Campeonato Mineiro e a Copa Sul Mineira.
Apesar dessas conquistas, a atleta tem diversas dificuldades para treinar e participar de competições. “Faço meus treinos de força em casa, moro em um sítio e treino com a moto, sozinha. (…) Faço o que eu posso com o melhor que eu tenho. A modalidade é muito viva no Brasil, mas falta incentivo aos atletas, principalmente as mulheres, que ainda ‘engatinham’, com número de participantes pouco expressivo”, lamenta.
Outro fator que dificulta Mariana é a falta de apoio do Poder Público, conforme ela diz. “Há falta de interesse em apoiar uma mulher em um esporte super masculinizado, mas estamos rompendo barreiras. É necessário valorizar as atletas amadores da nossa cidade, incentivar o esporte e a educação. Se tivéssemos incentivos de verdade, muitas crianças iam saber que existe um caminho e é possível chegar lá”, opina.
Mesmo com os empecilhos, viver do esporte continua sendo o maior sonho de Mariana. Ela pretende participar de mais competições, e depende do apoio de Juiz de Fora. “Quero poder viver disso, ser uma atleta profissional. Venho me dedicando muito desde o ano passado, indo em todas as provas que consigo, treinando muito e fazendo treinos de força e resistência, além de dieta. Sigo procurando o apoio da cidade”, frisa.