A boa fase do Tupi na série C do Campeonato Brasileiro levou o torcedor de volta aos Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, no último domingo (16), às 11h, quando a equipe enfrentou o Tombense. No entanto, houve presença maior de público acima da carga colocada à venda, de 500 ingressos. De acordo com o informativo do jogo, divulgado pela Federação Mineira de Futebol (FMF), foram vendidos 500 ingressos (300 inteiras e 200 meia), totalizando um público presente de 972 pessoas, já que mulheres e crianças menores de 12 anos tinham gratuidade.
Mas, segundo diversas reclamações de torcedores que se manifestaram nas redes sociais nesta segunda (17), houve venda de ingressos na bilheteria no estádio antes da partida destinados a cortesias e até mesmo de bilhetes sem validade para o jogo, como senhas da Liga de Futebol de Juiz de Fora.
De acordo com um torcedor que não quis se identificar, apenas dois guichês e uma roleta estavam funcionando, por isso formou-se uma grande fila no portão do estádio. Ao chegar à bilheteria para adquirir o ingresso, ele afirma que, no lugar do bilhete, foram vendidas cortesia, que não continha o valor do ingresso, e também uma senha da Liga de Futebol local. “Achei um absurdo, pois comprei um bilhete sem canhoto para comprovar minha compra. Caso acontecesse alguma coisa, eu não teria como acionar nenhum seguro. Além disso, minha esposa e um amigo compraram um bilhete que nada tinha a ver com o jogo”, reclama. Outras reclamações semelhantes foram registradas nas páginas de torcedores do Facebook nesta segunda (17).
A Tribuna fez contato com a diretoria do Tupi mas a assessoria do clube informou que, devido a problemas familiares de um dos diretores, o clube só iria se pronunciar sobre o assunto nesta terça-feira (17). A Federação Mineira de Futebol, através do seu gerente administrativo, Felipe Rajão, confirmou a carga de ingressos pedida pelo Tupi de 850 bilhetes, sendo 300 inteiras, 200 meias e outras 350 cortesias. Segundo regras da FMF, cortesias não podem ser comercializadas pelo clube, devendo apenas ser distribuídas a patrocinadores ou a quem o clube desejar. Sobre a possível venda de senhas da Liga de Futebol de Juiz de Fora, Rajão aponta que, caso o fato fosse flagrado por representantes da entidade no jogo, a Polícia Militar seria acionada.
“Até agora não recebemos nenhuma reclamação formal. As vendas de ingressos são de responsabilidade do clube mandante. Trabalhamos com um quadro móvel enxuto e, como os portões do estádio são distantes, não conseguimos acompanhar toda movimentação. Caso os funcionários da FMF flagrassem essa venda, a bilheteria seria fechada no mesmo momento”. Em casos de irregularidades, Rajão destaca que o torcedor, no momento da compra, pode fazer um Boletim de Ocorrência e acionar os órgãos de defesa do consumidor. Além disso, nos jogos, a denúncia pode ser encaminha ao ouvidor da CBF.
Apesar de envolver o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) informou, através de nota, que a operação das partidas de futebol realizadas no estádio é de responsabilidade do clube mandante, no caso, do Tupi, com a contratação de segurança privada, quadro móvel, venda de ingressos, bilheteria, catraca e demais situações pré-estabelecidas em contrato entre a PJF e o clube.
Resultado
Dentro do estádio, a torcida ajudou a empurrar o Tupi para mais uma vitória na Serie C, por 1 a 0 sobre o Tombense. Para o técnico do Tupi, Ailton Ferraz, o papel do torcedor foi decisivo para a vitória. “Às vezes, falamos que a torcida cobra demais. Mas hoje (domingo) a torcida gritou e isso ajuda muito os jogadores lá dentro. Eu sempre falo, que tem que torcer. Se cobrar no meio do jogo, nem todo mundo aguenta a pressão. Essa cobrança me faz crescer, mas temos jogadores jovens, que podem sentir isso”. O treinador disse ainda que “o primeiro objetivo do Tupi é se manter na Série C e isso está sendo conseguido”. O Galo Carijó volta a campo domingo (23), contra o Ypiranga, em Erechim (RS), no Estádio Colosso da Lagoa, às 15h.