Atletas da UFJF embarcaram na manhã desta sexta-feira (17) com destino à Serra, município a aproximadamente 23 quilômetros de Vitória, no Espírito Santo. Os corredores irão enfrentar um percurso repleto de obstáculos durante a Copa Brasil Caixa de Cross Country, que mobiliza 40 clubes de 13 estados, além do Distrito Federal. A competição, que acontece no sábado (18), é o primeiro evento nacional do calendário da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e recebeu mais de 270 inscrições. Os três melhores das categorias adulto e sub-20 irão representar a Seleção Brasileira no Pan-Americano de Cross Country, previsto para acontecer no dia 29 de fevereiro, em Victoria, no Canadá.
A equipe de 11 atletas da UFJF tem como técnicos a dupla Zirlene Santos e Jorge Perrout. Entre os componentes, três nomes carregam grandes possibilidades de medalhar: Amanda Oliveira (adulto – 10 km), que busca o bicampeonato, Noemi Alves (sub-20 – 6 km) e Glenison Gilbert (adulto – 10 km). Também almejam subir ao pódio os atletas Eberth Silvério, Flavio Stumpf, Luan de Oliveira e Neemias Alves pela categoria adulto (10 km); Chrystian Marques compete pelo sub-20 (8 km) e Domingos de Nascimento, pelo sub-18 (6 km). Entre as mulheres, Paula dos Santos corre pelo adulto (10 km) e Ana Carolina Alvim, pelo sub-18 (4 km). Com desfalque de duas atletas que não puderam viajar, Aline Barbosa e Camila dos Santos, a UFJF não poderá competir como equipe pela categoria adulto feminino, disputando apenas pelo masculino.
Segundo Zirlene, a prova é um desafio diferente para corredores que estão acostumados com asfalto, além de ser uma oportunidade rara no calendário de atletismo. “Esses atletas têm esse tipo de prova só uma vez por ano, não é muito comum, acho que pela questão de terreno e logística. E é uma competição que surpreende, porque uma atleta que está sempre ganhando provas de rua, quando entra em uma disputa dessas, o resultado pode mudar. É como um jogador de futsal que vai para o campo e pode não jogar bem”, comenta a treinadora, ressaltando que pela peculiaridade do terreno, o cross country necessita de treinamento diferenciado. Com um percurso circular de 2km de extensão, nas provas de 4, 6, 8 e 10km, os corredores deverão completar entre duas e cinco voltas, segundo suas respectivas categorias.
Em busca do bicampeonato
Segundo a treinadora Zirlene Santos, o cross country é uma modalidade que combina com o perfil de Amanda Oliveira, 22 anos. A atleta já tem o costume de praticar em terrenos acidentados, sobretudo em sua terra natal, Mercês (MG). Com um calendário que inclui Troféu Brasil e meias maratonas em São Paulo e no Rio de Janeiro, a fundista não deve descansar tão cedo. “Esse ano o calendário de provas está com datas adiantadas, por causa das Olimpíadas. Estou treinando bastante e, se Deus quiser, vai ser um ano de mais conquistas”, diz a atleta, que obteve a 16ª colocação geral na São Silvestre.
No ano passado, a mercesana foi campeã brasileira de cross country, título que rendeu classificação para o Pan-Americano, onde ficou na 10ª posição. Neste ano, conforme ela, a concorrência deve ser diferente, já que a equipe de Pinheiros (SP), uma das favoritas na Copa, deve participar. “É uma competição que exige força, resistência, velocidade e vários outros fatores. Tudo pode acontecer. Esse ano o nível estará mais forte, mas vou com confiança para tentar terminar entre as três.”
Novos desafios
Enquanto a maioria dos atletas viajaria apenas nesta sexta – quando terão, inclusive, a oportunidade de conhecer o local da prova – Gilbert de Carvalho, 33, queria mais um dia para descansar. Ele embarcou para Espírito Santo um dia antes, esperando que a decisão possa conferir alguma vantagem na classificação para o Pan-Americano. No ano passado, em sua primeira participação, o atleta de São João del-Rei foi o 5º colocado na prova e conquistou vaga no Mundial. Na Dinamarca, ele chegou a ser o segundo brasileiro melhor colocado e foi essa experiência, de representar o Brasil no exterior, que o impulsionou a disputar novamente a competição.
“Esse ano acredito que estou melhor fisicamente, por estar fazendo mais treinos de força, com subida e descida, além de musculação”, avalia o atleta, ressaltando, porém, que os desafios dessa edição são bem diferentes daqueles enfrentados na última. “Esse ano o local da prova será novidade, porque será em Serra (ES), sendo que até o ano passado as etapas aconteciam em São Paulo. Além disso, outro atleta de Minas é o favorito, o Gilberto Silvestre Lopes, que já venceu seis provas. Tem também o pessoal do Pinheiros, que não participou ano passado, mas estarão esse ano. Acredito que será uma prova de mais alto nível, o que é bom para estarmos sempre melhorando”, observa.
Enquanto a área urbana de São João del-Rei é palco para os treinos de velocidade em asfalto, Gilbert pratica o cross country no distrito de Rio das Mortes, onde reside atualmente. No ano passado, o atleta foi campeão da tradicional Corrida da Fogueira, ao lado de Amanda. Em 2018, foi 16º geral na São Silvestre, sendo o quinto melhor brasileiro na prova.