O Tupynambás está acertando os detalhes finais para concluir a venda de parte da estrutura do clube no Bairro Poço Rico, na região central de Juiz de Fora. Caso seja concluído, o processo vai repassar à iniciativa privada a área de 22 mil metros quadrados que compreende o espaço utilizado pela equipe de futebol: o campo, o ginásio e os setores de musculação e fisioterapia. A informação foi antecipada pelo colunista César Romero na edição da Tribuna do dia 14 de dezembro. De acordo com uma fonte ouvida pela Tribuna, restam apenas trâmites burocráticos para que a venda seja efetivada, uma vez que o negócio já foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do Baeta.
Pelo negócio, será preservada com o Leão do Poço Rico a área dedicada à parte social do clube, como a sauna e as piscinas. A administração da agremiação também seguirá na atual localização, que foi revitalizada recentemente. O ginásio e a arquibancada, segundo uma fonte ouvida pela reportagem, estavam inutilizados por conta da precariedade da estrutura. Caso o processo avance, no local será construído um empreendimento imobiliário, que inclui a construção de um supermercado.
A venda da estrutura, que foi erguida ainda durante a década de 1950, após o clube sair do Bairro Fábrica, na Zona Norte, onde a agremiação foi fundada, já está na fase da elaboração de contrato. Há cerca de um mês, o Conselho Deliberativo do Baeta já havia dado aval para o negócio. Conforme apurado pela Tribuna, dos 70 membros que compõem o conselho, cerca de 40 compareceram à reunião que sacramentou a decisão e aprovaram, por unanimidade, a venda.
A reportagem tentou contato com o presidente do Tupynambás, Cláudio Dias, mas não obteve retorno. O valor que será arrecadado com o negócio e o nome da empresa que vai assumir a área de 22 mil metros quadrados devem ser divulgados apenas após a oficialização da venda em cartório.
Novo CT
A intenção do clube é, com o dinheiro que será arrecadado na venda, construir um novo centro de treinamento para o departamento de futebol na BR-040, próximo ao Expominas Juiz de Fora. A expectativa é que o local tenha três campos de futebol, além de estrutura de moradia para hospedagem de atletas.
A construção deve estar adiantada até a metade de 2022, conforme o planejamento do Baeta, que tem, no calendário do futebol profissional no próximo ano, a disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro. Neste ano, a competição foi iniciada em julho, com o cronograma atrasado por conta da pandemia de Covid-19. A tendência é que, na próxima temporada, o torneio comece ainda no primeiro semestre.
Processo de tombamento
Um possível entrave à negociação seria um processo de tombamento da área que o Tupynambás pretende vender, por se tratar de uma propriedade do clube de aproximadamente sete décadas. De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, entretanto, o Baeta já obteve com a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) o aval para efetivar a venda do imóvel. Internamente, a avaliação é de que não deverá haver embargo ao negócio.
A informação foi confirmada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac), órgão responsável pelos procedimentos de tombamento de patrimônio em Juiz de Fora. Em contato, por nota, a Funalfa afirmou que a entidade decidiu, em reunião na segunda-feira (13), “pelo não tombamento do conjunto arquitetônico do Tupynambás”, o que deixa o caminho livre para a comercialização da área.