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Paratleta juiz-forana entra em ranking sul-americano de jiu-jítsu

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Em constante evolução, a paratleta Marcelina do Nascimento registrou uma marca histórica no esporte local. Após conquistar o ouro no Rio Challenge de Jiu-Jítsu, a juiz-forana conseguiu se qualificar para o ranking da Federação Sul-Americana de Jiu-Jítsu, a Sport Jiu-Jitsu South American Federation (SJJSAF), ocupando, atualmente, a segunda colocação. Marcelina é a única lutadora de Juiz de Fora com sequela de paralisia cerebral, e, agora, completa o ranqueamento nas principais federações do esporte.

O Rio Challenge foi realizado há menos de um mês, ainda em outubro, e colocou fim a um período de afastamento de Marcelina das competições. Em 2019, a juiz-forana teve uma lesão durante a disputa do Abu Dhabi Internacional Pro Jiu-Jitsu Championship, sediado em Barueri (SP). Quando estava fisicamente apta para o retorno, houve uma nova mudança nos rumos: ela trocou de equipe, sendo acolhida na Alliance Juiz de Fora pelos treinadores André Santos e Paulo Borracha.

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A mudança na rotina de treinamentos, na visão da paratleta, foi fundamental para a evolução recente no desempenho dentro do tatame. “A melhor forma de se qualificar para o ranking (da SJJSAF) é treinar. Com a troca de equipe, tive a graça de reencontrar o André Santos, que travou uma estratégia mudando toda a dinâmica de mobilidade e agregando movimentos não vistos antes”, afirma, contente, Marcelina.

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Marcelina exibe a medalha conquistada no último mês, do Rio Challenge de Jiu-Jítsu (Foto: Arquivo pessoal)

‘Força, voz e vez’

Além de protagonista na classificação continental, na segunda colocação do ranking sul-americano, a juiz-forana também está bem cotada no ranking da Federação Brasileira de Jiu-Jitsu Paradesportivo (FBJJP). Atualmente, ela é a terceira colocada entre as competidoras mineiras e está na sexta posição em âmbito nacional. “Estar no ranking das federações mais importantes do Brasil traz força, voz e vez para conquistar uma parceria de peso junto de grandes empresas das cidade que acreditam e estão dispostas a investir no potencial humano”, projeta Marcelina.

Diante dos gastos com viagens, por exemplo, a paratleta entende como um dos principais desafios em sua carreira esportiva justamente o sucesso no apoio do empresariado local, tendo que dividir suas atenções entre a busca pela evolução de performance e as caça às parcerias.

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Desenvolvimento contínuo

Já em relação à disposição e à busca pelo aprimoramento técnico-físico e, prioritariamente, pela saúde, a paratleta não parou sua rotina de treinamentos durante a pandemia, fator crucial para o bom desempenho nas competições que seguem ocorrendo, desde a retomada oficial do calendário do jiu-jítsu. O crescimento no tatame é atribuído pela paratleta ao acompanhamento multidisciplinar e constantemente adaptado às singularidades físicas de Marcelina.

“É fundamental que haja uma equipe multidisciplinar me acompanhando, sendo imprescindível o envolvimento da equipe. Além de ampliar o conhecimento do jiu-jitsu convencional e desenvolver as adaptações para agregar à mobilidade, habilitação e qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência”, enumera Marcelina.

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Legenda: Marcelina ao lado do professor Paulo Borracha, da Alliance, sua nova equipe (Foto: Arquivo pessoal)

Ascensão

A paratleta vem ganhando notoriedade no jiu-jítsu paradesportivo desde abril de 2018, quando entrou no tatame. Portadora de paralisia cerebral congênita, Marcelina conseguiu recuperar o funcionamento da área cognitiva, mas vive com sequelas que reduzem sua cinesia. Desde o início no esporte, há dois anos e meio, a juiz-forana dribla a falta de apoio financeiro com a dedicação diária ao esporte e segue com o topo do pódio como objetivo. “O propósito é ser referência como única paratleta com paralisia cerebral nas competições de parajiujítsu e no ranking das maiores federações exclusivas de parajiujítsu no Brasil”, afirma.

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