A final da Copa do Mundo neste domingo (15), no estádio Luzhniki, em Moscou, com um amplo esquema de segurança, não conseguiu evitar a invasão de campo por quatro pessoas. Elas vestiam roupas que sugeriam uniformes policiais. Instantes depois, o grupo Pussy Riots declarou nas redes sociais a responsabilidade pelo protesto e pedia que a repressão na Rússia terminasse.
O protesto foi um golpe contra as pretensões do presidente Vladimir Putin de mostrar um país onde os questionamentos contra seu governo não existem. Assim que conseguiram entrar em campo, cada uma delas correu para um lado do campo. Mas a transmissão da TV deixou de mostrar as imagens a mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo.
Rapidamente, policiais entraram em campo para tentar retirá-las. Pelo menos uma delas teve de ser arrastada para fora por três agentes de segurança. O zagueiro croata Lovren ainda derrubou outra manifestante, antes da polícia chegar. “Olá todos a partir do campo de Luzhniki. É bem legal aqui”, escreveu o grupo, nas redes sociais.
Em uma reivindicação, o grupo faz seis pedidos, entre eles a liberdade de todos os presos políticos, o fim de prisões ilegais em manifestações, permitir uma competição política justa no país e o fim de casos criminosos “fabricados”.
Invasão supera forte esquema de segurança
Com um dos maiores esquemas de segurança criados para um evento esportivo, a Rússia proibiu qualquer tipo de manifestação e passou a censurar até mesmo um protesto silencioso em praças de Moscou. O grupo de punk rock feminista russo questiona o estatuto das mulheres na Rússia e voltou a agir durante a campanha eleitoral de Vladimir Putin.
O grupo ganhou uma dimensão internacional quando as suas integrantes foram condenadas a dois anos de prisão por “vandalismo” depois de terem invadido uma missa na Catedral de Moscou e protestado. Elas questionavam o uso da Igreja para fazer campanha por Vladimir Putin.
A performance foi no dia 21 de fevereiro de 2012. Mas a prisão de três das cinco cantoras ocorreu apenas 10 dias depois. Em agosto, duas delas foram condenadas a dois anos de prisão.
O grupo Pussy Riots usa métodos inusitados para passar uma mensagem, quando acharam que a tática convencional não funcionava. Em 2012, o ato de protesto foi uma resposta à iniciativa do patriarca de Moscou de fazer campanha por Vladimir Putin.