Após o fim da Superliga B, o sentimento dos membros do JF Vôlei é de dever cumprido, apesar da tristeza pela derrota para o Monte Carmelo por 3 sets a 2 (parciais de 25/22, 19/25, 25/13, 18/25 e 15/13), na grande final da competição, realizada na última segunda-feira (14), no Ginásio Municipal Jornalista Antônio Marcos. Isso porque a equipe conseguiu o principal objetivo do ano – o acesso à Superliga A – por ter chegado à decisão. A expectativa é que a divisão de elite comece em outubro, e o diretor Maurício Bara já garantiu à Tribuna a participação do time juiz-forano.
Durante toda a Superliga B, o JF Vôlei foi líder. Na primeira fase, terminou invicto, com 13 vitórias em 13 jogos. Depois, nas quartas de final, venceu os dois jogos contra o Praia Grande. Nas semifinais, perdeu para o Norde na primeira partida, mas ganhou as duas seguintes para ir à final. Com o revés na decisão, o time local terminou a competição com 17 vitórias em 19 duelos, um aproveitamento de 89,47%.
“Orgulho por ter mexido com a cidade”
Em entrevista à reportagem após a final, André avalia que o resultado não foi o esperado, mas que não faltou luta. “Um jogo decidido no detalhe. Tivemos chances de empatar, mas não conseguimos rodar a bola, e eles foram muito bem no contra-ataque. É um jogo de xadrez, tentamos de tudo para vencer. Mas em alguns momentos, erramos quando não podíamos. Isso não tira o mérito do time de Monte Carmelo, que também fez um jogão e mereceu a vitória”.
Mesmo que conte ainda não ter fechado acordo para ser o treinador do time na Superliga A, André diz que há “muita água para rolar. Vamos seguir em frente, é um orgulho muito grande ter mexido com toda a cidade, conquistado a prata e, principalmente, o acesso. Antes de sonhar com o título, era preciso garantir o acesso. A torcida esteve presente o tempo todo, comprou a ideia. Esse momento a gente vai guardar com muito carinho”.
“Missão cumprida”
Também depois do confronto, o levantador Tarik definiu o momento como um misto de tristeza e felicidade. “A gente merecia o título, mas eles também. Hoje, o Monte Carmelo defendeu muito, sacou com eficiência e colocou nosso time em situações difíceis. Agora é hora de descansar, respirar fundo e manter a cabeça erguida, porque a campanha que fizemos foi gigante. Colocamos Juiz de Fora no topo novamente, onde sempre mereceu estar. A cidade abraçou o time, e a torcida deu mais um show. Estou muito feliz por tudo que vivemos. Só tenho a agradecer a Deus”
O acesso tem um gosto especial para o levantador, que é juiz-forano e já esteve em diversas oportunidades na equipe. “Conquistar a prata e garantir a vaga na Primeira Divisão é motivo de orgulho. Desde o começo, nosso principal objetivo era subir para a Superliga A. A medalha de ouro seria o sonho completo, e todo mundo queria esse título, mas com calma, olhando tudo que fizemos, a missão foi cumprida. O acesso veio. E por isso, só posso agradecer a Deus por cada passo dessa caminhada”, acredita.
“JF Vôlei é um dos times mais inesquecíveis”
Para o ponteiro Rodrigo Ruiz, a sensação após o apito final da decisão foi parecida com a de Tarik. “Resumo hoje como agradecimento por tudo que fizemos nesta temporada e também por uma insatisfação. A gente merecia, por tudo que apresentou ao longo do campeonato, por todas as lutas, por nunca desistir. O que faltou hoje foi um pouco mais de agressividade no saque, e nos momentos decisivos, um pouco mais de paciência. Mas não tiro o mérito deles, fizeram uma grande partida.”.
Cria da base do Sesi-SP e com diversas temporadas jogadas no voleibol grego, Ruiz sente orgulho do município que o abraçou. “Representamos Juiz de Fora com muito orgulho. A torcida está feliz e isso nos motiva ainda mais. Acredito que todos deram o seu melhor para serem vistos, e, agora, é colher os frutos do que foi plantado. Se a temporada foi boa, vão surgir boas propostas. Só tenho a agradecer a toda a cidade que comprou o projeto, que nos apoiou sempre, ganhando ou perdendo, gritando e empurrando o time. Isso é raro. Não é todo lugar que tem isso”, enxerga.
Dessa forma, o ponteiro diz que o JF Vôlei foi um dos times mais inesquecíveis que já passou. “É um grupo que me marcou. Sempre vou lembrar da sensação de entrar na quadra e ver esse caldeirão cheio, o pessoal gritando. É tudo muito marcante”.