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Na base da força de vontade

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Arquivo Pessoal

Depois de seis meses de preparação e de dificuldades no levantamento de verba para tornar possível sua primeira competição em solo norte-americano, o sonho do lutador de jiu-jitsu Antônio Inácio foi materializado. E em dose dupla. Com apenas nove segundos de luta, o juiz-forano foi o grande campeão da categoria absoluto, que reuniu todos os faixas preta do New Jersey Jiu-Jitsu International, um dos mais importantes campeonatos internacionais da modalidade.

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O atleta ainda conquistou o título no peso médio sem sequer pisar no tatame. Com a contusão de seu adversário na decisão, a vitória sobre o brasileiro João Cruvinel nas semifinais foi suficiente para tornar ainda mais marcante o fim de semana de quem há poucos meses sequer se imaginava entre os competidores do torneio. “Estou muito feliz. A aclimatação foi a melhor possível, o fuso quase não me atrapalhou e pude tirar o melhor de mim. Foi uma emoção muito grande ser campeão em apenas nove segundos de luta, meu recorde pessoal e recorde de todo o torneio”, comemora. “Até então, minha vitória mais rápida tinha sido em 2012, com 28 segundos de combate. Antes do pessoal ligar o celular para gravar a luta, disputada contra o João Silva, um brasileiro radicado nos Estados Unidos, eu já o havia finalizado”, diverte-se. Além dos dois ouros, Inácio ainda conquistou o bronze na categoria No Gi, que não é a sua especialidade.

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Motivado com os resultados, o atleta permanecerá na terra do Tio Sam, onde disputa, no dia 3 de outubro, o Pan-Americano, em Nova York. Ele aproveitará a oportunidade para trocar experiências com lutadores da escola ianque, além de se preparar para novos desafios. “Fui muito bem recebido pelos americanos, que abriram as portas para mim. Depois do Pan, pretendo disputar o Sul-Americano, em São Paulo, no mês de novembro e, em seguida, o Campeonato Europeu, em Portugal, em janeiro”, planeja.

Pé nos States e olho em Abu Dhabi

De maio para cá, a vida do então professor e lutador sofreu uma reviravolta profissional. Após reportagem publicada pela Tribuna no fim de maio deste ano, o atleta conseguiu vender cerca de R$ 1 mil em rifas, destinadas ao custeio das passagens aéreas, e ainda festejou o acerto com um novo patrocinador, a empresa de material esportivo, acessórios e equipamentos de proteção Budô Brasil, possibilitando melhoria na estrutura de treinamentos. Apoiado também pela empresa de metalurgia MetalRail, pelo restaurante Marquise e pela academia Estação Fitness, Inácio deixou de dar aulas em duas das três academias nas quais trabalhava para focar nas competições. Neste ínterim, conquistou o vice-campeonato carioca e foi campeão em Três Rios, encerrando o combate também por finalização, em menos de um minuto.

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“Foi uma escolha acertada, já que agora tenho mais tempo para descansar e focar nos campeonatos”, analisa. Além de realizar o sonho de ser campeão em sua primeira disputa em solo americano, o juiz-forano aproveita a passagem pelos Estados Unidos para dar um up no inglês, visando a um outro caminho: tornar-se professor de jiu-jítsu em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. “A inscrição será em dezembro. Até lá, estarei treinando o inglês para fazer a prova on-line. Se for aprovado, ministro uma aula prática, também na língua inglesa, no Rio de Janeiro. E se tudo der certo, em fevereiro posso estar deixando o Brasil”, projeta o campeão.

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