O Tupi está disposto a não retomar a disputa do Campeonato Mineiro do Módulo II em 2020. É o que o clube pleiteia em documento enviado à Federação Mineira de Futebol nesta quarta-feira (13). O pedido, assinado pelo presidente José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, é justificado “em virtude da pandemia do Covid-19, que assola todo o país e vem devastando as finanças da grande maioria dos clubes brasileiros”.
Segundo o ofício, com a paralisação do futebol em todo o país, os parceiros “cortaram seus repasses das cotas de patrocínio, fazendo com que o clube, em consequência, também não consiga cumprir com os compromissos assumidos com atletas, comissão técnica, funcionários e com a própria FMF”. Na solicitação de desistência da competição, o Tupi pede que não sofra as “sanções e punições constantes nos regulamentos geral e específicos que regem a competição”.
O Campeonato Mineiro do Módulo II foi paralisado depois da sexta rodada, após o Carijó ser derrotado pelo Nacional de Muriaé, fora de casa, por 2 a 0. Faltando cinco rodadas para o término da fase classificatória, o Alvinegro de Santa Terezinha ocupa a nona colocação na tabela, com 6 pontos ganhos, em uma campanha que soma uma vitória, três empate e duas derrotas. O líder é o Pouso Alegre, com 16 pontos, e o lanterna, o Mamoré, com 3.
‘Punidos, nós todos já fomos com o coronavírus’
O presidente do Tupi reafirmou, em entrevista à reportagem, a necessidade de envio do pedido de desistência em virtude da diminuição de receita e da elevação dos gastos futuros. “Com a pandemia, temos várias consequências imediatas, e a primeira é a saída dos patrocinadores. Não tem como expor a marca, e muitos também foram atingidos e estão em dificuldades financeiras. Além disso, gastávamos R$ 15 mil para colocar o Tupi para jogar a cada semana. Com jogos às quartas e domingos, como se tem falado, gastaríamos R$ 30 mil. Ou seja, além de ter meu patamar financeiro afetado, vamos duplicar nossos gastos. É inviável.”
Juninho relatou também que os contratos dos jogadores estão próximos de vencer, e alguns deles foram sondados por outros times e não pretendem permanecer no Carijó. “Eu tenho ainda aqui 12 jogadores que estão apalavrados para disputar as séries C e D por outros clubes, e o contrato desses jogadores vence no dia 31 de maio. Eles não vão querer permanecer no clube e perder um semestre.”
Ainda de acordo com o presidente alvinegro, o momento não é de punir, mas sim de criar soluções, por isso o pedido de se desligar do campeonato sem as sanções previstas no regulamento. “Não está em momento de a federação punir ninguém. Punidos, nós todos já fomos com o coronavírus. Alguns dos meus jogadores estão com entes doentes. A Federação Mineira e a CBF precisam se posicionar, por enquanto está uma total indefinição. É preciso auxiliar os clubes e criar soluções.”
Em análise
A Federação Mineira informou que “vai estudar” a solicitação do Tupi e reiterou que “as atividades seguem suspensas até o fim de junho”. Ainda de acordo com a entidade, “se for necessário”, o retorno pode até ser antecipado, mas isso dependerá do monitoramento que é feito diariamente com as forças públicas.