A Seleção Brasileira masculina de handebol participa, desta quinta-feira (14) até o domingo (17), do Pré-Olímpico da modalidade, sediado na Espanha e que dará duas vagas para a disputa dos Jogos Olímpicos de Paris. O Brasil está em um quadrangular, juntamente com Eslovênia, Bahrein, e a Seleção Espanhola, anfitriã da competição. O juiz-forano Thiagus Petrus, armador do Barcelona, faz parte do elenco que irá buscar a terceira classificação consecutiva às Olimpíadas pelo País. À Tribuna, o atleta analisou os adversários, e comentou sobre as perspectivas da equipe nacional.
Thiagus entende que, apesar da qualidade dos jogadores brasileiros, a Seleção não se enquadra como uma das favoritas à classificação. “A gente está correndo por fora”, afirma Petrus. Isso se dá pelo alto nível dos adversários, como a Eslovênia.
“Fisicamente, eles têm jogadores muito fortes, principalmente que defendem no centro da defesa, e atletas muito rápidos também. Então, eles conseguem ter uma mistura boa de time de bola, que tem jogadores fortes e outros mais rápidos. São uma equipe que joga junto há muito tempo e que tem uma qualidade técnica e tática muito boa. Fizeram um Europeu muito bom e estão bastante preparados para essa competição”, analisa o armador.
Ainda conforme o juiz-forano, um dos líderes da Seleção Brasileira, a grande favorita do quadrangular é a Espanha, apesar do momento recente não ser positivo para os donos da casa. “Eles vêm de um Europeu que não foi muito bom, e agora eles querem garantir a vaga olímpica, ainda mais jogando em casa. A Espanha, dos últimos quatro Europeus, chegou na final em três e ganhou dois. Além disso, conseguiram medalha na última Olimpíada, e no último Mundial terminaram em terceiro lugar. É uma seleção que está acostumada a brigar por medalhas em todas as competições que disputa”, explica Petrus.
Já entre as equipes de menor capacidade técnica, de acordo com Thiagus Petrus, está a do Bahrein. Porém, jogam sem a pressão pela classificação, o que pode ser perigoso para o Brasil. “É uma seleção asiática com um estilo bem diferente, joga mais aberto, faz coisas não tão habituais no handebol europeu e não tem nada a perder”, diz o jogador.
Thiagus Petrus vê vaga possível até com uma derrota
Com adversários de alto nível no quadrangular, Thiagus Petrus afirma que é possível acontecer um resultado negativo, mas entende que, caso a Seleção Brasileira seja derrotada em um jogo, ainda existem chances reais de se classificar aos Jogos de Paris. “O lado bom desse quadrangular é que classificam dois, então perder um jogo talvez não interfira tanto. E, dependendo do resultado do jogo entre Espanha e Eslovênia na sexta-feira (15), a gente chega para enfrentar a Espanha – considerando que a gente ganha do Bahrein -, com boas chances”, afirma.
“A gente pode perder uma vez e ainda assim classificar, como também pode ganhar dois jogos e não conquistar a vaga. Temos que ir jogo a jogo, e jogar tudo o que podemos na estreia, depois no segundo duelo e no terceiro”, complementa Thiagus Petrus.
O jogo mais decisivo do Pré-Olímpico é contra a Eslovênia, segundo Thiagus. Em caso de vitória, o Brasil poderá ter seu caminho em busca da classificação facilitado. “Eu acredito que se a gente ganhar da Eslovênia e depois ganhar do Bahrein, e a Espanha ganhando dos dois também, as duas seleções chegam classificadas para a última rodada. Então, sem dúvida nenhuma, o primeiro objetivo é ganhar o confronto contra a Eslovênia”, projeta.
O fator casa
O Brasil, além de equipes fortes, também terá que enfrentar a torcida local a favor da Espanha, anfitriã do Pré-Olímpico. Porém, para Thiagus Petrus, isso não é um problema. “A gente está jogando em Granollers, que é uma cidade bem famosa pelo handebol. Terá bastante público, mas para a gente é bom. É sempre bom jogar com casa cheia, então a gente acha que vai ser uma experiência bem legal. Se tiver torcida contra, talvez até melhor, pode nos motivar ainda mais”, avalia o atleta do Barcelona e da Seleção.
O Pré-Olímpico: confrontos e horários
O Pré-Olímpico de handebol é dividido em três quadrangulares, cada um com sede própria, com seleções que ainda não se classificaram para Paris 2024. As equipes enfrentam, em turno único, os países de sua chave, e os dois melhores de cada grupo se qualificam à Olimpíada. O Brasil estreia na quinta-feira (14), às 17h (horário de Brasília), contra a Eslovênia. Na sexta (15), enfrenta o Bahrein, às 14h30, e no domingo (17), às 13h45, fecha sua participação no torneio contra a Espanha. A Seleção Brasileira busca a sua sétima participação nos Jogos Olímpicos, sendo a terceira consecutiva.
*Estagiário sob a supervisão do editor Bruno Kaehler