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TORCEMOS PELOS MAIS FRACOS

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Quase sempre a gente torce pelo mais fraco.

Torcemos pelo Santo André. Pelo São Caetano. A gente torce pelo Paulista de Jundiaí.

Não sei o porquê, mas não é porque a gente tem peninha. A gente não tem peninha, na verdade a gente consegue ser bem cruel, geralmente quando estamos por cima. Quando estamos fortes.

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Acho que torcemos para o pequeno porque queremos ver o grande cair. A gente adora ver um tombo, e como dizem por aí, quanto maior o tamanho…

E depois que o pequeno vira grande, se virar grande, o que é cada vez mais raro em qualquer campo de atividade que envolva dinheiro, uma coisa é certa: passamos a torcer contra. Gostamos de ser do contra, contanto que não tenhamos que levantar nossos traseiros quadrados do assento, seja para derrubar um governo ou para erguer um mendigo bêbado estirado no meio do asfalto, sujando a mão com o lixo que nós mesmos produzimos.

Antes fôssemos um pouco iconoclastas, mas o que temos é um montão de inveja do sucesso alheio, inveja disfarçada de uma rebeldia inofensiva, falastrona, maledicente. E antes fosse rivalidade, o que seria respeitável, mas na maioria dos casos é inveja da popularidade do outro. Do bom momento, da boa fase.

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Quem sabe gostemos de pensar que somos diferentes do resto. E aí torcemos por Davi, quando está na cara que Golias é quem vai vencer. Só pra ser diferente. Nadando contra a corrente, só pra exercitar. De farra. No fundo, desejamos o improvável.

Quase sempre torcemos para o desfavorecido porque talvez seja melhor estar entre a minoria, já que não gostamos do que a maioria representa. Como se quiséssemos nos excluir da massa. Como se não fôssemos massa também.

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Eu não sei por quê, mas quase sempre torcemos pelo mais fraco.

E aí torcemos pelas seleções africanas. Pelas seleções da América Central. Pelo América do Rio. Pelo Boa.

Torcemos pelo Coritiba.

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