Juiz de Fora poderá ter mais um representante nos Jogos Olímpicos de 2024, que acontecem de 26 de julho a 11 de agosto. Trata-se de Luiz Maurício Dias, de 24 anos, atleta do lançamento de dardos, que vive a expectativa de garantir a sua vaga nas Olimpíadas. À Tribuna, o juiz-forano explicou o que é necessário para carimbar seu passaporte rumo a Paris e a expectativa de, quem sabe, representar o Brasil no principal evento esportivo do planeta.
Existem duas maneiras de se classificar para as Olimpíadas: através da obtenção do índice, que é de 85,5 m, ou via ranking da World Athletics (IAAF). Luiz, que ocupa a 51ª posição, com 1.120 pontos, mostra otimismo com relação à vaga para os Jogos Olímpicos e conta a estratégia no primeiro semestre deste ano para garantir sua participação em Paris.
“Vou tentar fazer algumas competições internacionais que valem mais pontos, para que eu mantenha uma boa posição no ranking mundial. No ano passado, eu fiquei na 25ª posição e os 36 primeiros se classificam. Então, é acertar o lançamento. Já comecei a lançar próximo do que lancei no ano passado (82,21 m). Fiz 77 m agora e falta mais um segmento para melhorar e buscar essa classificação”, detalha Luiz.
Luiz tem em seu planejamento participar de quatro competições em maio com o objetivo de se preparar para subir no ranking, ou obter o índice necessário para os Jogos Olímpicos. “Serão dois grandes prêmios no Brasil, um em Cuiabá e outro em Niterói, além do Campeonato Íbero-Americano, que também vai ser realizado em Cuiabá. São essas três competições que vão ser realizadas aqui no Brasil”, relata.
“É muito mais fácil também (competir no Brasil), por conta do clima que eu já estou acostumado. Eu pretendo passar cerca de duas semanas fazendo uma preparação em campo em Portugal, mas logo depois voltar para realizar a última competição, o Troféu Brasil de Atletismo (que acontece de 27 a 30 de junho), que seria para obtenção do índice ou pontuação”, complementa o atleta, destrinchando como será a sua reta final de preparação.
Luiz Maurício em constante evolução
Luiz se destaca no cenário do lançamento de dardo desde as categorias de base, no projeto de extensão Cria UFJF, da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Com 18 anos, em 2018, o juiz-forano competiu no Mundial de Atletismo sub-20 em Tamperes, na Finlândia. Em 2022, o atleta se tornou campeão sul-americano sub-23, com sua melhor marca pessoal até então: 80,79 m.
Em 2023, Luiz obteve a sua melhor marca pessoal, 82,21 m, no Desafio CBAt/CPB, organizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Além disso, se qualificou para participar do Mundial de Atletismo, que aconteceu em Budapeste, capital da Hungria, mas uma lesão atrapalhou seu desempenho. Mesmo assim, o juiz-forano arremessou o dardo a 77,7 m, dois metros a menos que o necessário para ir à final, e terminou na 20ª posição.
“Foi uma experiência incrível (o Mundial), porque poder ver o pessoal que eu assistia aos lançamentos pelo YouTube, pela internet, foi realmente algo que agregou muito para a minha evolução. Creio que estou muito preparado até para competir de igual para igual com o pessoal de lá de fora”, descreve Luiz
Ainda em 2023, Luiz se tornou o sul-americano mais bem colocado no ranking da World Athletics, ocupando a 29ª colocação. Atualmente, o juiz-forano é o segundo melhor brasileiro, atrás apenas de Pedro Henrique Rodrigues, que ocupa a 14ª posição, com 1.218 pontos, e terceiro melhor sul-americano do ranking.
Gratidão por quem lhe ajudou
Com chances reais de conseguir uma vaga nas Olimpíadas, Luiz demonstra gratidão ao relembrar quem o ajudou no começo de sua carreira. “Quando comecei no Cria, estava muito longe participar dos Jogos Olímpicos, de um Mundial. E ir conquistando isso degrau por degrau, a ficha ainda não cai, mas são etapas que, quem me vê desde começo, percebe que vem trazendo resultado”, afirma.
“Sou muito grato, principalmente pelo começo, pelas pessoas e pelo apoio que tive, e isso que motiva a treinar mais e mais para conseguir alcançar os objetivo, os sonhos, as metas, e que 2024 seja um ano muito importante para que eu consiga obter esse índice ou conseguir competir pelo ranking de pontos na Olimpíada”, conta o juiz-forano.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva