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Os pés pelas mãos

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BOM SENSO

á virei calçada maltratada, pedi ajuda e dormi na rua. Muitas vezes, diga-se de passagem. Há alguns anos encontrei o meio-termo em uma fase mais racional. Desde então, atingi e sou um árduo defensor do tal bom senso. Por isso, torço muito para que a união dos jogadores brasileiros em defesa de um calendário nacional mais atrativa, oportunamente alcunhada de Bom Senso FC, torne-se uma empreitada vitoriosa. Já passava da hora de os atletas, responsáveis de fato pelo espetáculo, levantassem suas vozes, muitas vezes silenciadas por salários astronômicos injustificáveis. Eles não são santos ou vítimas, mas é genuinamente interessante ver as melhores cabeças do esporte brasileiro, capitaneadas por nomes como Juninho, Paulo André, Seedorf e Dida, colocarem seus times em campo em busca de melhorias.

A qualidade do futebol praticado no Brasil cai a olhos vistos. O que fica claro com o baixo nível das partidas e a dificuldade de se revelar grandes astros. Uma geração atrás, víamos Ronaldo, Romário e Rivaldo dividirem os mesmos holofotes que, hoje, queimam as costas de Neymar. A queda passa pelos excessos do calendário nacional. Não há tempo para formar atletas em uma sequência onde os clubes podem chegar a 90 jogos por ano, sem respeito ao período de férias e às pré-temporadas. É um cenário que favorece a contusão de atletas sem a preparação ideal e a promoção de jovens sem a qualificação necessária. Assim, o calendário deveria ser o tema central defendido pelos boleiros. Só espero que a iniciativa não vire moeda política e sucumba ao poder financeiro dos donos da bola.

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