Se o torcedor que tem acompanhado de perto a campanha do Tupi sub-20, semifinalista do Campeonato Mineiro da categoria, for questionado sobre quem é Samuel Meguias de Almeida Conrado, dificilmente ele irá identificar de forma imediata. Mas quando perguntado sobre o atacante Cazares, certamente as chances de uma rápida e certeira resposta aumentam. Um dos destaques do Galinho na campanha do Estadual de base, o jovem Samuel Cazares, 20 anos, vive um dos melhores momentos de sua curta e ascendente carreira.
Não bastasse a titularidade na equipe de base comandada pelo treinador Wesley Assis, o Cazares do Galo de Juiz de Fora também atuou na última rodada da Série D do Campeonato Brasileiro pelos profissionais do time alvinegro, em junho, contra o Hercílio Luz, e ainda marcou o seu gol na única vitória carijó em toda a temporada, por 2 a 0, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.
“Sou muito feliz aqui no Tupi, tenho grandes amigos, parceiros de verdade. Tive a oportunidade de fazer meu primeiro jogo como profissional no clube e ainda consegui marcar meu primeiro gol, então estou muito feliz. E acho que ainda podemos mais. Estamos na semifinal com uma grande campanha e tenho que agradecer a Deus por tudo o que tem feito na minha vida, porque sei de onde ele me tirou, tudo o que passei para chegar aqui, e espero ainda fazer grandes jogos pelo Tupi”, conta o atleta à Tribuna.
No entanto, nem toda a trajetória do atacante foi um mar de rosas. Natural de Santa Luzia (MG), o filho de Cristiane de Almeida passou pelo Cruzeiro, atuando um mês até ser dispensado, e depois no América-MG. “Depois eu acabei parando porque fiquei com vontade de ajudar minha mãe em casa. Ela fica sozinha. Meio que desanimei, parei de jogar”, recorda. O desânimo e a aparente ausência do futebol no futuro de Cazares, contudo, foram deixados de lado pelo destino.
“Quando desanimei, disse que não queria mais seguir em campo. Mas quando a gente nasce para jogar futebol, porque acho que nasci para isso, sempre fui apaixonado pelo esporte, desde criança só queria saber de ir pra rua jogar bola, e a oportunidade apareceu e acabei chegando até aqui”.
A nova chance em sua vida era a de defender o Villa Nova (MG). “Depois conheci o André (Luiz, consultor de futebol do Tupi) e fui pro Figueirense (MG). Tivemos a oportunidade de jogar na Holanda um torneio e ser campeões e agora estou no Tupi”, relata Cazares.
Espelho no jogador do Atlético-MG
Basta ver Samuel Cazares em campo por poucos segundos para entender o motivo do apelido. A semelhança com o meia equatoriano do Atlético-MG, sobretudo no modo de correr, é evidente. Mas o atacante carijó deixa claro: a idolatria só existe dentro das quatro linhas. “Gosto muito do futebol do dele, acho que ele vacila um pouco fora de campo, mas me espelho nele no futebol. Os meninos sempre brincam comigo me chamando de Cazares por causa das jogadas, arrancadas e o apelido veio por causa disso”, explica Samuel.
‘Cabeça no lugar’
Após o 3 a 1 na ida, o Galinho define a vaga na final do Mineiro sub-20, bem como o título do interior do estado, neste sábado (14), às 15h, no Parque do Sabiá, em Uberlândia, contra os donos da casa. O Tupi só não avança em caso de derrota por dois gols ou mais. A vantagem, para Cazares, não pode se transformar em relaxamento do time juiz-forano. “Estamos concentrados e temos que esquecer o jogo passado. Não adianta nada a gente fazer 3 a 1 e ser desclassificado lá. Temos que manter a cabeça no lugar, os pés no chão e fazer uma grande partida. Não tem nada ganho ainda.” O Tupi viaja na noite desta quinta-feira (12) para Uberlândia.