Após ter apresentações ruins e confessar que precisava buscar por ajuda psicológica, Richarlison vive outra fase graças à terapia. Dorival Júnior o manteve na lista de convocados para a Seleção Brasileira mesmo depois de ele machucar o joelho. O novo momento do atacante do Tottenham foi marcado por superação de lesões antigas causadas por estresse e reencontro com o bom futebol.
Na temporada 2023/24, Richarlison tem dez gols em 22 jogos pelo Tottenham. É o vice-artilheiro da equipe, atrás do sul-coreano Son, que tem 14. O destaque, porém, é que os gols do brasileiro começaram a sair depois que ele buscou apoio para sua saúde mental. Antes de novembro, ele tinha marcado apenas uma vez.
No penúltimo mês de 2023, além de buscar ajuda psicológica, Richarlison passou por uma cirurgia no púbis. Ele sofria com dores na região e chegou a não conseguir completar treinos, tanto pelo clube quanto pela seleção.
“Estavam dando errado as coisas dentro de casa. Nos treinamentos, não vinha bem. Veio Seleção, convocado mesmo no meu limite, com dor. (Emerson) Royal e Son falaram para operar. Fui teimoso porque queria estar na Seleção. Fui mal, não conseguia chutar para o gol, nem participar dos treinos de finalização. Vinicius Júnior até me deu uma dura dizendo que era para eu ir para o médico”, contou o atacante ao canal do YouTube Desimpedidos. Nove dos dez gols de Richarlison vieram depois da terapia e da cirurgia.
“Agora que eu faço (terapia), posso falar que acho que os jogadores precisam procurar. Estou muito feliz em estar fazendo. Antes eu tinha um preconceito. Falava: ‘h, não, não estou ficando louco…’. Me sinto 100%, com a mente aliviada, com minha psicóloga, posso falar tudo para ela”, contou.
Torcida pelo Vasco
Na entrevista, o atacante revelou ser torcedor do Vasco. Ele foi revelado pelo América-MG e vendido ainda jovem ao Fluminense. Segundo contou, o tricolor carioca foi fundamental para que ele aprendesse sobre respeito no futebol, e Richarlison guarda gratidão a Abel Braga, treinador na época.
“Quando eu estava no Fluminense, quase fui para o Palmeiras. Empresários falaram que eu não podia jogar uma partida, justamente contra o Palmeiras, porque, se eu machucasse, não seria vendido. Aí fui eu com 18 anos no Abel (Braga) e falei: ‘não estou com cabeça para jogar’.”, revelou.
Após os boatos de possível saída do clube vazarem, Richarlison enfrentou a ira da torcida. Logo, porém, a relação foi apaziguada pelo bom futebol do atacante, que contou com apoio de Abel. “Tive mais cabeça para valorizar o clube que me abriu as portas”, resumiu.
A vontade de jogar no Brasil seria para defender as equipes pelas quais passou por aqui. Mas o Vasco é outro possível destino. “Minha família toda é vascaína. Sou tricolor, porque joguei lá, mas sou vascaíno. Acompanho o Vasco de madrugada, chego no CT cansadão, às vezes com raiva”, confessou.