O juiz-forano Ighor Luis Horta, de 32 anos, tem representado a sua cidade natal no jiu-jítsu dos Estados Unidos. Ex-morador do Centro, ele está em Portland, no estado do Oregon, há mais de três anos, e, durante esse tempo, conquistou diversos campeonatos. O lutador também ministra aula para vários atletas estrangeiros, e, recentemente, entrou para o ramo de gestão esportiva, com a organização de campeonatos em solo estadunidense.
Duas vezes medalhista pan-americano, campeão brasileiro sem kimono e por equipes, e vencedor do Submission Underground, importante evento do FC Fight Pass, organizado pelo famoso lutador Chael Sonnen, o juiz-forano colecionou títulos durante a carreira. Ele também já ganhou medalha de ouro nos Opens Internacionais de Roma, Long Beach, San Antônio, Portland e Chicago.
Já adaptado aos Estados Unidos, Ighor ressalta a visão diferente que a sociedade estadunidense possui sobre os esportes. “Aqui você tem suporte, consegue viver da modalidade, ter qualidade de vida. Não falo em fazer dinheiro, mas em ser uma pessoa respeitada. No Brasil é muito difícil você ter respeito quando se vive de esporte. Todo mundo gosta, mas ninguém dá valor, não aceitam pagar o valor do seu trabalho. Aqui as pessoas dão muito significado ao esporte, pesa muito”.
Do começo em Santa Terezinha aos Estados Unidos
A história de Ighor no esporte começa aos 10 anos, quando começou a praticar judô, em Juiz de Fora. Depois, ele passou três anos no Rio de Janeiro, e, quando retornou à cidade que nasceu, aos 13, fez sua primeira aula de jiu-jítsu. “Comecei com o professor Pianta, em Santa Terezinha. Encontrei com ele na rua, recebi um flyer da modalidade e decidi praticar, foi algo muito aleatório”, relembra.
Pouco a pouco, Ighor aumentou a rotina de treinamentos, até perceber que o esporte seria também sua profissão. “Um amigo meu também treinava sério e a gente começou a se destacar. Depois de sete meses, nos mudamos para a Brasília Top Team, a melhor equipe de competição da cidade, com o professor Ricardo Marques. Tive muita influência também de outros treinadores, mas ele sempre foi meu mestre”, diz Ighor, que representa a equipe juiz-forana até hoje.
Já durante a pandemia, o atleta estava morando na Europa, mas decidiu se mudar de vez para os Estados Unidos por ser o primeiro país a voltar com competições da modalidade após a quarentena. “Pensei que minha vida estava parada e tinha que dar um norte, competir, trabalhar de novo, fazer o que amo. Fiz as minhas malas e fui”.
Após três anos no país da América Central, Ighor afirma estar em uma transição de carreira. Ao mesmo tempo em que se dedica como atleta, ele é também treinador de outros esportistas. “Quero fazer pessoas alcançarem o que consegui. Não é mais a minha vitória, mas sim a de um aluno ou atleta”.
Como se não bastasse o trabalho duplo, ele também atua na área de gestão esportiva. “Também trabalho organizando campeonatos de jiu-jítsu, me encontrei nisso, sou gerente de um no Oregon. É meu maior empenho no momento, poder realizar competições para os alunos”.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva