O Tupynambás será um dos 68 clubes participantes da Série D do Campeonato Brasileiro a receber o auxílio financeiro de R$ 120 mil anunciado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) esta semana. Embora a confederação tenha anunciado o repasse a partir de terça (7), o vice-presidente do Leão do Poço Rico, Cláudio Dias, informou à Tribuna que o recurso ainda não está em caixa, bem como não foi comunicado sobre “como e quando vai acontecer”. O Tupynambás estrearia na competição em 23 ou 24 de maio, contra o Bahia de Feira de Santana (BA), no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. Entretanto, diante da paralisação do calendário em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a retomada da temporada é uma incógnita para federações, clubes e jogadores.
Conforme Cláudio, o pleito dos clubes da Série D totalizava o repasse de R$ 225 mil em três parcelas, mas a proposta final da CBF foi de R$ 120 mil em parcela única, o que, para o vice-presidente, é insuficiente. “Pelo que estava acompanhando no grupo dos dirigentes de clubes da Série D, a reivindicação era três parcelas de R$ 75 mil. Ficou em R$ 120 mil em um parcela única. Qualquer recurso que o clube recebe é muito bom, mas a CBF não resolve o problema de quem está sem recurso. A não ser que façamos uma folha bem baixa, com atletas bem novos e com salários baixos. Só assim conseguiríamos montar um elenco para participar da competição. O que a CBF está fazendo? Dando oportunidades para as equipes que não têm recursos contratar uma folha de apenas R$ 30 mil para jogar a primeira fase do campeonato pelo menos.”
Após depositado, o montante será aplicado pelo Baeta para investir na montagem do elenco para a disputa da Quarta Divisão nacional, uma vez que não há pendências com folhas salariais referentes aos meses anteriores, de acordo com Cláudio. “Caso recebamos o dinheiro nos próximos dias, deixaríamos aplicado até começar o Brasileiro para ver se conseguimos contratar melhores jogadores. Não o utilizaríamos para nada.” No entanto, o vice-presidente do Tupynambás pondera que o repasse deve ser feito apenas próximo ao início da competição. “A Federação Mineira de Futebol (FMF) paga os direitos de transmissão (apenas) dois dias antes do início do Campeonato Mineiro. Então, acho que, assim que houver definição sobre o calendário do Campeonato Brasileiro, a CBF deve repassar os recursos. Imagino que seja por volta de agosto.” Questionada pela Tribuna sobre a data do repasse, a CBF não retornou até a edição desta reportagem.
Embora o início da competição estivesse prevista para o fim de maio, Cláudio acredita que a Série D deva acontecer apenas no segundo semestre. “Isso provavelmente não será mantido. Só deve ter alguma coisa no segundo semestre. Mas, se o campeonato começar somente no segundo semestre, muitos clubes podem desistir de participar. Com essa situação, como vai ficar o lado financeiro? O valor de R$ 120 mil não paga nem uma folha salarial do Tupynambás, que é de R$ 150 mil.” Antes da paralisação, a ideia do dirigente era ampliar os gastos mensais com a folha. “Como a gente não fazia uma boa campanha no Mineiro, teríamos que investir mais na Série D para tentar o acesso. E traríamos outros jogadores. Achamos que o grupo que foi feito é qualificado, mas não estava ganhando. Estávamos querendo reformular o grupo completamente para a Série D. Já estava começando as negociações para isso.”
Outros beneficiados
Além dos clubes da Série D, as agremiações da Série C, as federações e as equipes do Brasileiro Feminino A1 e A2 foram contemplados pela ajuda de custo da CBF. Os clubes da Terceira Divisão nacional receberão R$ 200 mil. Já os clubes da A1 e as federações terão auxílio de R$ 120 mil, a exemplo das agremiações da Série D. As equipes da A2, por sua vez, terão R$ 50 mil. A CBF já havia anunciado a isenção aos clubes, por tempo indeterminado, das taxas de registro e transferência de atletas.