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Após pensar em parar de jogar, atleta é contratado e vai para a Polônia

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O desejo em se tornar um jogador profissional de futebol faz com que muitos meninos sempre acordem com a esperança de que um dia o sonho enfim se torne realidade. Natural de Juiz de Fora, do Bairro Santa Cruz, Jhon Lee do Carmo, 21 anos, é um desses sonhadores: o menino que começou jogando bola em campo de várzea hoje é atleta profissional do clube polonês Polonia Swidnica, através do projeto “F.D. Management Polônia”. No último sábado, a equipe estreou pela Liga Polonesa e John Lee iniciou sua primeira participação com o pé direito. O juiz-forano entrou aos 35 minutos do segundo tempo e atuou no lance do único gol da partida, na vitória por 1 a 0 sobre a equipe Bielawianka Bielawa, fora de casa. No minuto final do jogo, Lee ainda sofreu um pênalti, que foi perdido pelo companheiro do time.

Paixão desde a infância

Desde criança, Jhon sempre foi apaixonado por futebol. Ele fez parte do projeto “Bom de Bola”, da Prefeitura de Juiz de Fora e já demonstrava um potencial diferente, que lhe garantia elogios dos próprios colegas. A performance alertou o pai, Jardeson do Carmo, a observar mais de perto o talento do filho. “Os colegas sempre falavam que ele jogava muita bola e eu, como não acompanhava, achava que tudo era normal. Até que comecei a observar e notei que ele tinha um diferencial em relação aos outros garotos da mesma faixa etária.”

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A partir dos 13 anos, o filho começou a ser levado pelo pai para testes em categorias de base locais e até fora de Minas Gerais. Um dos treinadores que acompanhou Lee, logo no início de sua jornada foi Sérgio Eduardo (Dudu), que conheceu o jovem quando ele passou pela categoria infantil, no Uberabinha. “Como treinador, eu queria um camisa 10 igual a ele no time. Tinha dificuldade na marcação, mas todo cara habilidoso passa por isso. Com a bola no pé era muito inteligente, fazia diferença no jogo. É um cara de muito potencial que chegou onde está por mérito e persistência. Tem que ter muito objetivo e isso ele teve”, disse o treinador. Entre as dificuldades com a concorrência no mundo do futebol e o aporte financeiro, alguns testes limitaram a continuidade do percurso de Jhon. No Baeta, teve sua primeira chance profissional através de um projeto do clube, onde fez o teste, passou e ficou por duas temporadas (2016 e 2017), onde conquistou a segundona do Mineiro de 2016.

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Mudança radical em tempo recorde

“O início foi complicado, o polonês é muito difícil. Mas o futebol aqui é muito tático e muito forte fisicamente, a adaptação foi relativamente boa, com muito treino e dedicação”, diz o jogador. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quando encerrou o contrato com o Tupynambás, Lee começou a trabalhar e já não pensava no retorno ao futebol. Porém seu pai, em contato com um amigo de Belo Horizonte, descobriu um projeto de vitrine para jogadores, na Polônia, coordenado por brasileiros. “Eu conversei com o Jhon sobre a chance para uma experiência profissional. O pessoal lá viu o material dele e agradou”, comenta Jardeson. Em menos de um mês tudo estava pronto para um novo desafio. “Meu pai chegou falando que apareceu uma oportunidade no futebol polonês e tinha que ser imediato, eu tive aí uns 15 a 20 dias pra largar tudo e vir pra Polônia, novamente tentar a carreira de futebol”, diz o jogador. A família arcou com o custo da viagem e o restante ficou por conta do projeto. Jhon chegou à Europa em maio deste ano e, após alguns amistosos, o Polonia Swidnica gostou do garoto e fechou contrato para a temporada 2018/2019 no início de agosto.

Nessa mudança radical, trocar o idioma português pelo polonês se tornou o obstáculo mais complicado, já que de futebol ele entende. “O início foi complicado, o polonês é muito difícil. Mas o futebol aqui é muito tático e muito forte fisicamente, a adaptação foi relativamente boa com muito treino e muita dedicação.” No que depender dele, será fácil se sentir como se estivesse jogando futebol em casa. “A vivência no clube é muito agradável, e os poloneses amam o futebol brasileiro, são fãs do futebol técnico e dos dribles que são os principais destaques no Brasil “, afirma.

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A princípio, o desejo é de continuar na Europa após o fim contrato, em junho do ano que vem. Mas a vontade não o deixa esquecer a saudade que sente da família. “Com certeza é o que mais pesa nessa hora, mas estou aqui por eles, pra vê-los orgulhosos. Graças a Deus tenho uma família que me apoia muito”.

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