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Felipe Silva encerra a carreira como lutador de MMA

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(Foto: Reprodução/Instagram)

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Atleta teve passagem pelo Brave após deixar o UFC (Foto: Reprodução/Instagram)
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Após uma década como lutador de MMA, o juiz-forano Felipe Silva decidiu se aposentar aos 38 anos. O atleta esteve entre os da modalidade, com passagens pelos principais eventos do mundo da luta, como o UFC e o Brave. Em entrevista à Tribuna, o lutador confirmou o encerramento da carreira no octógono, além de relembrar seus principais momentos no esporte e projetar o futuro, que ainda será envolvido com as lutas, mesmo fora do ringue.

A decisão de pendurar as luvas aconteceu, segundo Felipe, após a constatação de que ele já não está mais no auge como lutador. “Eu não estava num momento muito bom. Estava vindo de três derrotas consecutivas e isso nunca tinha acontecido antes. Achei melhor dar um tempo ali, já que não estava me sentindo bem comigo mesmo”, justifica.

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Apesar disso, o juiz-forano mantém em aberto a possibilidade de realizar uma última luta para conseguir encerrar sua carreira com uma vitória. “Muita gente vive me falando, principalmente os atletas: ‘você tem potencial, por que não faz mais uma luta?’. Talvez eu possa vir a fazer pela questão de eu ter terminado a minha última luta com derrota. Seria uma coisa mais pessoal. Mas, por enquanto, sigo aposentado”, afirma o ex-lutador.

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A última luta de Felipe Silva aconteceu em abril de 2021, quando o lutador foi nocauteado pelo polonês Maciej Gierszewski, no Brave. No duelo, o juiz-forano acabou fraturando a tíbia, mas conseguiu se manter de pé durante o combate. Nestes dois anos de intervalo, entre subir no ringue pela última vez e o anúncio da aposentadoria, Silva conta que se dedicou à vida de treinador em Buffalo (EUA), onde mora atualmente com sua família.

“Hoje eu opero uma academia aqui com um grande número de alunos. Eles me contrataram para poder desenvolver a parte profissional da academia, já que é um ambiente com muitos membros, mas focado em treinamentos convencionais para quem busca qualidade de vida, defesa pessoal. Nesse novo projeto, que estou há um ano e cinco meses, eu já consegui colocar muitos atletas para lutar. Já temos dois lutando profissionalmente no MMA, no circuito dos Estados Unidos”, relata.

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“A estreia no UFC foi uma coisa que me marcou muito e foi muito importante pra minha vida” (Foto: Rerodução/Instagram)

Início e auge no UFC

Felipe entrou no mundo das lutas através do muay thai, em 1999. Sua primeira luta na modalidade aconteceu em 2001 e, dois anos depois, passou a ser atleta profissional. Dentro do muay thai, o lutador acumulou o cartel de 21 vitórias em 23 combates, sendo 16 por nocaute. A transição para o MMA aconteceu apenas aos 28 anos, em 2013 e, em maio de 2016, o primeiro duelo profissional, pelo Cage 35, com vitória. O nocaute sobre o finlandês Anton Kuivenen fez com que o UFC, principal evento da categoria, olhasse com mais atenção para o juiz-forano.

Na primeira luta pelo UFC, Silva levou apenas um minuto e 13 segundos para superar o canadense Shane Campbell, o “Shaolin”. Em 2019, o brasileiro se transferiu para o Brave, onde permaneceu até 2021.

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Ao repassar sua carreira, Felipe se considera uma pessoa realizada. “Alcancei meu objetivo dentro do que me propus a fazer. Hoje estou nos Estados Unidos, podendo dar uma qualidade de vida excelente para minha família, um estudo de qualidade para o meu filho. Minha esposa está grávida agora, e o bebê, que deve nascer em agosto, será um um cidadão estadunidense. Também já dei andamento ao meu processo de visto de trabalho, que permite a permanência da minha família por um longo tempo”, analisa Silva.

Felipe Silva entende que viveu muitos momentos especiais e vitoriosos em sua carreira, mas uma glória em especial o marcou: a vitória no Cage 35. “A estreia no UFC foi uma coisa que me marcou muito e foi muito importante pra minha vida. Mas eu acho que o momento mais glorioso foi a luta contra o finlandês (Anton Kuivenen)”, avalia. “Foi uma disputa de cinturão, num dos maiores eventos da Europa, em que tive a minha sétima vitória por nocaute no primeiro round, em cima de um cara que era um ex-UFC, de muito nome. Eu consegui nocauteá-lo com apenas quatro minutos de luta. Aquilo me credenciou para entrar dentro da cena. Foi um divisor de águas na minha carreira na verdade”, afirma.

Futuro como treinador

Mesmo aposentado, Felipe não pretende se afastar do MMA. Atualmente trabalhando como técnico, o ex-lutador pretende seguir nos Estados Unidos e abrir a sua própria academia. “O meu plano para o futuro é montar a minha academia aqui nos Estados Unidos. Já falava um pouco de inglês e agora que estou aqui há um ano e meio, dei uma boa aprimorada na língua. Estou estudando questões de negócios para montar minha academia e seguir com um time de MMA”, projeta. Atualmente, o juiz-forano, juntamente com seu irmão e treinador, Fabiano Silva, administra uma rede de academias no Brasil.

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“Nos EUA, o suporte é maior”

Felipe Silva entende que, pela falta de apoio, tanto público quanto privado, os lutadores brasileiros passam por muitas dificuldades para se dedicar às lutas e, por isso, são obrigados a conciliar trabalho e treinamentos. “Nos Estados Unidos, existe um suporte maior do que a gente tem no Brasil. Quem luta aí (no Brasil) hoje, sabe que não é fácil ter que levantar cedo, trabalhar, e chegar no final do dia ainda ter que treinar forte para poder lutar. Vários atletas profissionais fazem isso até hoje. Aqui, você tem um pouco mais de oportunidade, nas questões de patrocínio, de apoio. Existem também atletas aqui que trabalham e lutam, mas a grande maioria dos atletas profissionais podem se dar o luxo de somente treinar”, analisa o juiz-forano.

Apesar das dificuldades, Felipe enxerga que em Juiz de Fora existe um grande potencial diante dos resultados que os atletas da cidade conquistam nas competições nacionais. “Juiz de Fora é um celeiro de grandes atletas. Eu acho que se continuar nessa pegada, o futuro será muito bom pra cidade”.

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