A cidade de Takasaki, no Japão, será a sede da edição deste ano do Mundial de Karatê JKA, que acontecerá de 21 a 27 de outubro. A Seleção Brasileira da modalidade estará presente na competição e convocou 17 atletas juiz-foranos para lutar no torneio. Para viabilizar a participação, cinco deles – Davi Miranda, Enrico e Lorenzo Saço, Fernando Macedo e Igor Urso – estão promovendo uma vaquinha para custear os gastos necessários para a viagem e estadia na terra do sol nascente.
A vaquinha tem como objetivo arrecadar R$ 75 mil, que serão divididos igualmente entre os caratecas para viabilizar a participação de cada um no Mundial. O objetivo é que esse valor seja o suficiente para custear hospedagem, passagem aérea, passagem de ônibus de Juiz de Fora para São Paulo, alimentação, transporte local, taxas de inscrição do campeonato, equipamentos e uniformes, “já que não temos nenhum patrocínio”, conforme afirma Igor Urso. Para contribuir, basta acessar o link.
Igor irá competir em duas categorias: a Kata, que é uma apresentação representando uma luta imaginária, e Kumite, que consiste na luta de fato. Para ele, conquistar o título seria a realização de um sonho. “Eu iniciei meus treinos no karatê em 2011, com sete anos, mas em 2017, quando eu conquistei meu primeiro título brasileiro, eu determinei que seria campeão mundial e treino nesse foco desde então. É uma satisfação ver que o trabalho duro está valendo a pena por ser convocado pela quinta vez para representar a Seleção Brasileira”, afirma o carateca.
A honra de representar o Brasil
Quem também está promovendo uma vaquinha para participar do Mundial é Isabela Giovannini, de 14 anos. A carateca, que irá competir nas categorias Kata e Kumite, é um sentimento inexplicável poder representar Juiz de Fora e o Brasil no Japão. “Eu me sinto extremamente honrada, maravilhada, impressionada de como o meu talento e meu esforço me levaram à um nível bem maior em questões de desafios e principalmente disciplina. Sentir que meu sonho está se realizando é um sentimento muito inexplicável, mas o que posso dizer em poucos palavras é que eu estou muito feliz de ter sido classificada para honrar minha cidade e, principalmente, meu país”, descreve.
Isabela busca arrecadar R$ 40 mil para custear seguro, passagem aérea, uniforme, hospedagem, translado, alimentação e documentação. Além disso, a atleta afirma que busca “correr atrás de patrocínio também, para que eu possa realizar esse sonho e essa minha grande oportunidade no esporte que amo fazer”, almeja. Para contribuir, baste acessar o link.
Orgulho para a família
Davi Miranda, de 11 anos, também é um dos convocados para o Mundial. Apesar de seu talento para o esporte, seu começo no karatê aconteceu por acidente. “Ele começou a fazer karatê na escola com o sensei Fernando, e eu coloquei ele na aula simplesmente pelo fato de que eu precisava que ele permanecesse uma hora mais na escola para conseguir buscá-lo. Então eu nem dei muita opção para ele”, relata a mãe do carateca, Maria Elisa Oliveira.
No início, fazendo por obrigação, Davi não gostava das aulas de karatê. Porém, a modalidade foi lhe conquistando aos poucos. “Ele foi para a academia do sensei e hoje ele treina todos os dias, só não treina no domingo. O Davi respira karatê, pensa em karatê todos os dias. Se ele não está fazendo, está assistindo vídeos de karatê. Virou uma grande paixão”, afirma a mãe.
Para Maria Elisa, é impossível descrever o sentimento de ver que seu filho foi convocado pela Seleção Brasileira para disputar o Mundial do outro lado do mundo. “Ele ainda é tão novinho, e eu nunca imaginei que teria um filho atleta. Nunca fui boa de esporte, então isso tudo é uma novidade muito feliz e agradável para a nossa família. Ele está alcançando coisas tão grandes que a gente nunca imaginou, e nos proporcionando esse feito tão bonito”, conta.
“A família toda está muito emocionada e na torcida. Não colocamos pressão, claro, mas ele está fazendo a parte dele, treinando muito, e se Deus quiser teremos um bom resultado. Mas independente disso, a jornada já está valendo. Todo o aprendizado, os valores que o karatê prega. Isso é muito mais importante do que um dia de competição, do que um título”, complementa Maria Elisa, reforçando a emoção de ver seu filho em uma competição mundial.
União entre mestre e alunos
Fernando Macedo, sensei da CEKS, também irá competir no Mundial. Essa será a terceira edição em que o carateca irá participar, sendo a segundo levando alunos.
“Em 2017, no último Mundial, botei a meta de ter mais alunos, comecei a trabalhar para isso. E graças a Deus e a um trabalho muito forte, eu consegui agora, nesse campeonato, levar mais 16 junto comigo, e estou muito satisfeito. É a realização de um sonho de muitos anos, e estou me dedicando muito nesse dia a dia, tanto para os alunos chegarem, mostrarem o melhor e representarem da melhor forma possível nossa cidade, nosso estado e nosso país, quanto como atleta também. Estou treinando muito forte para chegar bem legal lá”, relata.
Confira os atletas juiz-foranos que vão representar o Brasil no Mundial de Karatê:
- Renzo Prata – 9 anos – categorias Kata e Kumite
- Mateus Coutinho – 10 anos – categorias Kata e Kumite
- Jack Zambelli – 10 anos – categorias Kata e Kumite
- Davi Miranda – 11 anos – categorias Kata e Kumite
- Davi Macedo – 11 anos – categoria Kumite
- Heitor Kort – 11 anos – categorias Kata e Kumite
- Carolina Coutinho – 12 anos – categorias Kata e Kumite
- Bell Zambelli – 12 anos – categorias Kata e Kumite
- Enrico Saço – 12 anos – categorias Kata e Kumite
- Ricardo Dutra – 13 anos – categorias Kata e Kumite
- Isabela Giovannini – 14 anos – categorias Kata e Kumite
- Auriel Oliveira – 14 anos – categorias Kata e Kumite
- Lorenzo Saço – 15 anos – categoria Kata
- João Gabriel Trindade – 19 anos – categoria Kata
- Igor Urso – 19 anos – categorias Kata e Kumite
- Fernando Macedo – adulto – categorias Kata e Kumite
- Clare Zambelli – master – categoria Kata