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No caminho de gente grande

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O ano de 2015 começou bem para uma promessa do tênis de Juiz de Fora, Giulia Aguiar, 13 anos. Após 34 dias em Vitória, Espírito Santo, dos quais 23 foram competindo, a tenista juiz-forana voltou com o peito cheio de medalhas conseguidas nas quatro etapas do Circuito Capixaba – Copa Vini, parte do calendário oficial da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e que conta pontos para o ranking nacional da entidade. Em sua faixa etária, a local conquistou três vice-campeonatos de simples, além de ter alcançado uma semifinal. Nas duplas, ao lado da também mineira Giovanna Coelho, faturou um ouro.

Não satisfeita em atuar em sua categoria, a Giulia também disputou duas etapas de duplas na divisão para tenistas até 16 anos e também se deu bem. Ao lado da paulista Carolina Fabbri, ficou com o vice em um dos torneios e chegou à semifinal de outro, novamente ao lado de Giovanna. Feliz com os resultados conquistados logo no primeiro mês do ano, Giulia sabe que as boas apresentações foram fruto de esforços que começaram em 2014. “Começamos esse trabalho ainda no ano passado. Tive cinco dias de folga no início do ano e fomos para os torneios. No dia 31 de janeiro acabou tudo. É uma mistura de início de temporada, mas que envolve o que foi feito em 2014 também. O resultado veio esse ano, mas os treinos são do ano passado”, explica a adolescente.

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Para o treinador e irmão de Giulia, Thiago Aguiar, não só os resultados da pupila são animadores. Segundo ele, a forma com que a tenista local atuou nas partidas que teve principalmente em sua divisão foi empolgante. “Ela foi muito bem nas quatro etapas que disputou do circuito, que conta como o Brasileiro da Região Sudeste em sua faixa de idade. E somente agora em 2015 é que ela vai entrar no segundo ano dessa divisão. Começar o ano disputando sete torneios e fazendo cinco decisões com mais duas semifinais não é fácil e nos deixa animados para a sequência da temporada”, avalia.

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Planejamento

Se começou a temporada 2015 bem, a intenção da tenista local é continuar a crescer no ranking nacional. Por isso, o ritmo de competições será intenso. Mesmo recuperando-se de uma gripe, a juiz-forana já pensa na volta aos treinos e competições. “Vou treinar fevereiro todo e jogar dois torneios em março. No fim do ano, quero ficar entre as oito primeiras do Brasil para estar na chave dos masters”, pretende Giulia. O novo ranking da CBT deve ser divulgado nos próximos dias, e o treinador espera um bom salto na classificação. “Ela terminou o ano de 2014, seu primeiro na nova faixa, como a 35ª colocada. Com as conquistas no Espírito Santo, acredito que apareça entre 13ª e 17ª”, prevê Thiago.

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Mas para competir, primeiro a tenista local tem que cumprir o planejamento em casa. “Vamos variando torneios fortes e médios. Não posso disputar todos porque tenho que conciliar o esporte com os estudos. Os principais não há como fugir, que são o Banana Bowl, o Circuito Correios, por exemplo. Mas, primeiro, tenho que estudar bastante, porque não posso participar dos torneios se não tirar notas acima de 80. Isso é estabelecido lá em casa. Vai ficando mais difícil com o tempo, por isso a rotina de estudos é firme. Atualmente, treino pela manhã, vou para o colégio e estudo mais tarde”, conta.

Em casa

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Além da rotina de treinos na quadra de saibro do Arena Tênis Clube, no Aeroporto, Giulia cumpre uma rotina de trabalhos intensa. Tudo acompanhada de perto pelo treinador-irmão. “Ela já está fazendo treinamentos técnicos e táticos de cerca de três horas dentro de quadra, inclusive aos sábados, faz a parte física e fisioterápica, além da nutrição. Procuramos a melhor estrutura para que ela continue se desenvolvendo, não sofra lesões e tenha continuidade na carreira. Estamos estudando muito e buscando a melhor maneira de fazer essa transição de adolescência para adulto com ela. Optamos por um treino de mais qualidade do que quantidade. Sempre analisando como ela está no dia. Se se cansou mais ou menos, se o treino surtiu o efeito desejado. Todos os dias sempre reavaliando o nível de desempenho e fazendo um crescimento bem controlado.”

Para a tenista, ter o irmão como técnico traz mais benefícios, apesar de a cobrança ser mais intensa. “Ter meu irmão como treinador é muito bom. É um pouco mais difícil, mas aproveito muito, pois ele tem bastante a me ensinar. Cada dia aprendo mais com ele. E as broncas que ele me dá dentro e fora de casa são importantes. Na quadra, corrigindo minha técnica para eu evoluir, e se preocupando fora, com meu sono, minha alimentação, pois tudo isso influencia nos resultados”, constata a jogadora.

Exemplo

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Rodando o Brasil com a irmã depois de uma temporada em Portugal, Thiago, que além de tenista que ainda disputa torneios pela região é professor de educação física, se preocupa com o desenvolvimento do esporte na cidade. Ele espera que Giulia seja uma inspiração e que mais jovens busquem a prática da modalidade. “Uma cidade do tamanho da nossa ainda está carente de crianças e adolescentes praticando o tênis nesse nível. Esperamos que a Giulia sirva de incentivo para isso crescer também, fonte de inspiração para que se busque o tênis de competição. É uma oportunidade que elas têm de vivenciar situações que, mesmo que elas não virem profissionais, vão ser importantes para a vida. O esporte envolve muita disciplina, rotina de dedicação, respeito, momentos de glória e fracasso, por exemplo”, considera o treinador.

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