Na próxima quinta-feira (9), os conselheiros natos, efetivos e suplentes do Tupi decidem o futuro do presidente licenciado José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, no quadro associativo do Galo Carijó. A partir das 18h30, em uma reunião convocada pelo presidente do conselho deliberativo, Jarbas Raphael da Cruz, será ouvida a defesa do dirigente afastado após acusações apresentadas por um grupo de conselheiros e votada a saída definitiva do presidente licenciado do clube.
O edital de convocação para a reunião foi publicado na edição da Tribuna no último dia 30. Na pauta do encontro, está destacado: “Receber, analisar e votar defesa apresentada sócio/conselheiro com base art. 21 (sic)”.
O artigo do estatuto do Tupi mencionado no edital define que “o sócio poderá ser punido pela transgressão de quaisquer das obrigações estatutárias ou dos demais regulamentos do clube, sob a pena de receber advertências, sejam elas verbais ou escritas, suspensão de até seis meses ou eliminação. A pena será graduada de acordo com a gravidade da falta”.
Batalha nos bastidores
A reunião de quinta-feira será mais um capítulo na longa disputa travada nos bastidores do Tupi ao longo dos últimos meses. No último dia 17, a Tribuna revelou que um grupo de conselheiros do Galo Carijó se organizou para pedir a expulsão do Juninho do quadro associativo do clube, após uma apuração interna oficializar acusações de supostas irregularidades cometidas pelo dirigente enquanto presidente alvinegro.
Um documento, ao qual a Tribuna teve acesso, notifica a decisão pela eliminação de Juninho dos quadros do clube, “uma vez que, conforme demonstrado por robusta prova documental, chegou-se à conclusão que Vossa Senhoria causou danos imensuráveis à imagem e ao patrimônio do Clube, não possuindo idoneidade moral para ocupar o cargo de Presidente do Tupi Foot Ball Club, tampouco, para permanecer como membro da referida entidade (sic)”.
Na ocasião, o presidente licenciado criticou a atitude do grupo de conselheiros, que é ligado ao atual líder do executivo carijó, Eloísio Pereira de Siqueira, o Tiquinho. Juninho negou que tenha recebido oficialmente a notificação e reafirmou que não houve votação, como teria de acontecer, por seu afastamento definitivo do clube. Nesta terça-feira (7), em novo contato, o dirigente afastado criticou, novamente, o modo como o processo tramitou, mas afirmou que já formulou a defesa que será apresentada aos conselheiros na quinta.
Novela política carijó
O Tupi passa por intensa movimentação nos bastidores desde que foram reveladas denúncias de supostas irregularidades na gestão da base do clube, em junho. No mesmo mês, a Polícia Civil deu início a investigações sobre as práticas. À Tribuna, foram denunciadas cobranças de R$ 300 a R$ 4.500 para avaliação nas clínicas de futebol do alvinegro e até mesmo promessas de profissionalização. As categorias inferiores do Galo tinham a gestão realizada pelo Grupo Multisport, sob a responsabilidade do vice-presidente financeiro do Galo na época, Tiago Ferreira Conte.
Três meses após dar início às investigações, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do Tupi e na casa do agora presidente licenciado. Durante as buscas, os policiais encontraram uma arma de fogo irregular na residência de Juninho, o que gerou a prisão em flagrante do ex-presidente, que foi liberado da delegacia no dia seguinte.
Ainda em setembro, Juninho pediu afastamento da direção do clube por 90 dias, agora renovado por mais 180. A solicitação foi ratificada pelo Conselho Deliberativo alvinegro, abrindo caminho para que o então vice-presidente financeiro do Tupi, Tiquinho, assumisse a cadeira da presidência. Logo nos primeiros dias na direção carijó, o presidente interino tratou de estabelecer diferenças com o dirigente afastado. “Minha relação com o Juninho é só de respeito. Os pensamentos são diferentes”, disse, na ocasião.