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‘Jiu-jítsu é integração’, diz Amaury Bitetti, ex-lutador do UFC e professor

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Amaury Bitetti, 49 anos, foi o primeiro campeão mundial absoluto de jiu-jítsu, em 1996, e é faixa preta na arte marcial há 30 anos (Foto: Divulgação)
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Juiz de Fora recebeu neste sábado (6) o primeiro campeão e bicampeão mundial absoluto de jiu-jítsu da história. O carioca Amaury Bitetti, hoje com 49 anos e faixa preta na arte marcial há 30, com lutas até no UFC, desembarcou no município a convite do amigo e mestre Passarinho, da Carlson Gracie JF, para ministrar pela terceira vez um seminário com o objetivo de compartilhar conhecimento esportivo na prática com atletas de todas as idades e modalidades. O melhor do mundo em 1996 e 1997 concedeu entrevista à Tribuna por telefone e elogiou o nível técnico do jiu-jítsu praticado na cidade, assim como exaltou o poderio da arte marcial no país. Atualmente, além de professor, ele ministra seminários em todo o mundo, já tendo participado de encontros nos Estados Unidos, Emirados Árabes e Europa. Confira a entrevista exclusiva.

Tribuna de Minas: Já conhecia Juiz de Fora?
Amaury Bitetti: Conheço a cidade, já tinha ido algumas vezes e inclusive dado outros dois seminários. Juiz de Fora apresenta um nível muito bom de jiu-jítsu. O Passarinho, por exemplo, dá aulas há muitos anos pela Carlson Gracie e é meu amigo desde criança. Evoluímos, crescemos juntos no jiu-jítsu, competimos juntos. E essa oportunidade de mais um seminário veio a convite dele e da Academia Carlson Gracie, inclusive. E sobre a cidade, gosto muito do açaí daí também! Vou em uma praça e tomo sempre!

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– A cidade tem atletas como o Felipe Silva, do UFC, e o número de academias só cresce. O que é fundamental, na sua visão, para o crescimento da arte marcial?
– Essa integração, como no seminário. Porque o jiu-jítsu é integração. E a prática tem diversos benefícios. Os seminários, por exemplo, precisam ser feitos de vez em quando porque auxiliam no crescimento de cada atleta. Cada pessoa tem um jogo diferente, uma maneira peculiar de jogar. E a reciclagem é sempre importante. Com os seminários percebo que os atletas evoluem muito. Mas esta é a tendência do jiu-jítsu, uma arte que nunca deixamos de aprender, evoluir. Precisamos nos atualizar sempre.

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– O Brasil segue como referência no esporte?
– Com toda a certeza. Rodo o mundo inteiro graças a isso. Sempre estou buscando ensinar, mas também aprender com atletas de diferentes países. Normalmente os estrangeiros têm mais dificuldades em posições de finalização ou em usar o o próprio peso para imobilizar o adversário, estabilizar seu corpo. E podemos ajudar identificando e melhorando isso.

(Foto: Divulgação)

– Você foi o primeiro campeão mundial absoluto de jiu-jítsu em 1996. De lá para cá o que mudou na arte marcial?
– Fui o primeiro e o segundo. Inclusive recebi neste ano dois aneis da IBJJF (International Brazilian Jiu-Jitsu Federation) em Las Vegas, uma homenagem aos campeões absolutos desde 1996. Foi muito gratificante porque fui o cara que deu o pontapé inicial para que depois surgissem mais campeões. E de lá para cá o esporte evoluiu muito. A cada dia que passa. Ficou mais dinâmico, os atletas possuem mais velocidade e precisam de características assim para acompanhar melhor as posições de luta.

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– Você ainda luta?
– Não tenho participado de competições oficiais. No ano passado lutei em Abu Dhabi (Abu Dhabi World Pro de Jiu-Jitsu) contra o Roberto Traven (e venceu). Foi uma experiência maravilhosa porque lutei em frente aos sheiks, que me convidaram para dar aulas nos Emirados Árabes. Dei aula até para uma princesa de lá.

– Pela sua experiência no UFC, qual a importância do jiu-jítsu no MMA?
– O jiu-jítsu é 70% da luta na minha visão. Quem não souber jiu-jítsu não tem uma das bases do MMA. Recomendo que os iniciantes busquem essa prática e também o judô, que dá uma base boa e, inclusive, é oriundo do jiu-jítsu. Mas no seminário passo um pouco das necessidades de cada atleta, busco corrigi-los. É, sem dúvidas, uma troca de experiências porque também aprendo muito.

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