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Entrevista com Thomás, jogador do Flamengo

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Foto: Leonardo Costa
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Foto: Leonardo Costa

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Assim como todo garoto que busca o sonho de ganhar a vida jogando futebol, Thomás teve que sair cedo de casa. Aos 13 anos deixou Juiz de Fora e os amigos para trás e foi tentar a sorte. Com a base iniciada no Tupi e no Sport, o garoto passou pelo Roma, da Itália, e Botafogo, antes de chegar ao Flamengo. Na base do Rubro-Negro conquistou títulos importantes, com destaque para a Copa São Paulo de 2011, que apresentou Thomás como integrante de uma geração promissora, abrindo caminho para a chegada ao elenco profissional.

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Na equipe adulta a realidade se mostrou mais dura. A alta expectativa que se criou em relação aos talentos da base, aliada à forte concorrência de jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Deivid, Thiago Neves e Renato Abreu, aumentaram a pressão sobre os garotos, que passaram dificuldades para se afirmarem. Sem espaço, Thomás foi emprestado ao Siena, da Itália, em 2013. Depois passou pela Ponte Preta, participando da campanha que trouxe a Macaca de volta à Série A em 2014. Nesse ano o atacante teve a oportunidade de disputar a liga norte-americana de futebol pelo Seattle Sounders.

Já na expectativa pela temporada de 2016, a princípio Thomás retornará ao Flamengo em janeiro. O atacante aguarda por uma oportunidade de se firmar com a camisa rubro-negra. Em visita à redação da Tribuna, a jovem promessa juiz-forana que se tornou uma realidade no futebol avalia seu amadurecimento e o futuro com a bola nos pés, e ainda comemora a chegada do Tupi à Série B no próximo ano.

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– Tribuna – Com a experiência que você adquiriu nos últimos anos, como avalia a possibilidade de retornar ao Flamengo em 2016?

– Thomás – Gostei muito da experiência nos Estados Unidos. Da cultura, do futebol, mas ter a oportunidade de voltar para o Flamengo e disputar o Carioca é uma vontade que eu tenho. Sinto que ainda não acabou minha passagem pelo Flamengo. Isso está sendo conversado, e depois a gente vê se fico para o Brasileiro, se volto para os Estados Unidos. Mas hoje minha vontade é voltar para disputar o Carioca.

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– Com a criação da Primeira Liga, o Flamengo vai precisar de mais jogadores no elenco, e muitos atletas formados no clube podem ter oportunidade agora. Você vê o Campeonato Carioca como uma oportunidade para se afirmar?

– Acho que sim. Agora vão precisar de um elenco maior, e acredito que possa ter boas oportunidades. Não só eu como jogadores como o Muralha e outra galera que está fora. Inclusive é uma vontade de todos. Crescemos dentro do Flamengo. A gente confia que pode render bem por lá.

– Quando escuta que o Flamengo vai entrar em campo com uma equipe “alternativa”, o torcedor pensa logo em um time enfraquecido. Esse tipo de rótulo cabe para um grupo formado por muitos jogadores formados na base do clube?

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– Acho que não. Já estamos acostumados com a pressão do clube. Sabemos o que é jogar no Flamengo, com a torcida. Fiquei lá três anos como profissional, a maioria também ficou lá bastante tempo. Não fizemos tudo o que poderíamos, nosso trabalho está inacabado. Não será enfraquecido. Ganhamos muita coisa na base, crescemos ganhando tudo. Temos total possibilidade de vestir a camisa e colher bons frutos.

– Foram três anos pelo Siena, Ponte Preta e Seattle Sounders. Qual é a diferença daquele Thomás que saiu do Flamengo aos 20 anos para esse que tem a oportunidade de voltar?

– Eu era bem novo quando saí do Flamengo. Subi cedo para o profissional, com 18 anos. Acho que amadureci bastante como jogador e como pessoa. Aprendi algumas coisas que só se adquire com a experiência. Acho que hoje sou um jogador melhor formado. Gosto de desafios e estou preparado para o que vier.

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– O Jayme de Almeida (auxiliar-técnico) conviveu com você anteriormente e deverá seguir no Flamengo. Profissionais como ele, que estão há bastante tempo no clube, podem ajudar na sua volta?

– Cresci com o Jayme na base. Essas pessoas têm carinho por mim. Cresci lá, já conversamos e nos conhecemos bastante. Acho que é um trunfo, sim. É um ganho a mais que a gente tem, mas tenho que esperar para ver. O Luxemburgo (Vanderlei, técnico do Tianjin Songjiang) também está levando todo mundo da comissão técnica para a China. Já levou cinco ou seis. Então tenho que esperar para ver o que vai acontecer. Tem a eleição para presidente do Flamengo (nesta segunda-feira) também. Não sei o que vão decidir.

– Pelo que deu para você acompanhar do Flamengo nesse ano, o que achou da campanha na temporada?

– Foi um ano atípico. Todo ano de eleição é um pouco mais complicado. Já passei por um e sei que é complicado. Qualquer coisa que você faça já explode, para o bem ou para o mal. Foi um ano de altos e baixos. Acho o time do Flamengo muito bom. Joguei com a maioria que está lá, ao lado ou contra, e é um time muito bom. Acho que deveria estar em um lugar melhor, estar no bolo que brigou pela Libertadores. Mas não cabe a mim dizer. Não sei como o time foi nos treinamentos. Mas torci muito. Espero que ano que vem seja melhor, ganhe o Carioca, possa ir para a Libertadores, ir bem no Brasileiro. E se Deus quiser, quero estar junto também.

– E como é um ano eleitoral no Flamengo? É importante estar no Ninho do Urubu, distante da Gávea?

– Ano de eleição é complicado em qualquer clube. No Flamengo, que é o maior clube do Brasil, é mais complicado ainda. Nossa função não é votar ou ser conselheiro. Temos que estar longe disso mesmo. Mas essa presidência está sendo muito bem feita, honrando os compromissos. Acredito que quem for eleito vai continuar dando sequência ao que está sendo feito.

– Você nasceu em Juiz de Fora e viveu aqui até os 13 anos. Que tipo de recordação a cidade traz para sua vida no futebol?

– Ah, cresci aqui, né? Jogando futebol na Escolinha do Zico e na minha escola, a Academia de Comércio. Depois fui para o Sport. Também joguei no Tupi, no Bom Pastor. Tenho muitas recordações boas. Joguei com muita gente aqui em Juiz de Fora. Meus amigos também cresceram jogando bola comigo. Minhas raízes estão aqui, minha família também.

– Nesses 13 anos de Juiz de Fora, se lembra de alguma partida inesquecível que pôde acompanhar no Estádio Municipal?

– Eu lembro que, sempre que tinha jogo dos times grandes, meu pai me levava. E do Tupi eu ia direto nos jogos do Campeonato Mineiro. Não teve um jogo em especial. Mas agora também fiquei muito feliz pelo Tupi ter conseguido subir para a Série B. Tenho alguns amigos que estavam jogando lá esse ano. Tomara que continue na Série B e faça um bom Mineiro. Quem sabe não consegue subir para a Série A? Imagina o Tupi na Série A daqui a pouco? Fiquei muito feliz pela cidade. A Série B é um campeonato de visibilidade grande. O Tupi está crescendo cada vez mais. Fico feliz por ser daqui e torço pelo sucesso do Tupi.

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