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Torcedor do JF Vôlei acusado de injúria racial já respondeu processo por delito semelhante em 2019

torcedor jf volei by leo editada
Acusado de injúria racial (de casaco preto ao centro da imagem) sendo retirado do Ginásio (Foto: Leonardo Costa)
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O torcedor do JF Vôlei de 68 anos, retirado das arquibancadas durante o jogo contra o Montes Claros no sábado (4), acusado de cometer injúria racial contra o técnico da equipe visitante, Walner Santos, já respondeu a processo por um ato ilícito semelhante em 2019. Na ocasião, ele teria ofendido um homem com falas racistas em um bar durante um jogo do Flamengo. No momento, o suspeito, que foi preso em flagrante pela Polícia Militar no Ginásio Municipal após a partida, responde a acusação em liberdade após ser liberado no domingo (5).

A primeira acusação aconteceu na noite do dia 27 de novembro de 2019, em um bar no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul de Juiz de Fora, durante a partida entre Flamengo e Ceará. De acordo com o relato que consta no processo, o suspeito, sem motivo aparente, teria começado a ofender flamenguistas que estavam no estabelecimento, utilizando termos como “negradas faveladas” e “cambada de ladrões”.

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Em sequência, o suspeito teria passado a dirigir as ofensas exclusivamente para um homem que assistia ao jogo no local. O processo informa ainda que o acusado também teria tentado agredir a vítima, mas foi impedido pelos garçons e pelos próprios amigos. Ele foi convidado a se retirar pelo dono do estabelecimento, mas permaneceu no local após solicitação do grupo que o acompanhava. O processo foi extinto após a vítima falecer em dezembro de 2020.

Nova acusação

Durante o terceiro set do jogo de sábado, a partida foi paralisada após o técnico do Montes Claros, Walner Santos, denunciar que havia sido vítima de injúria racial. Na sequência, a comissão técnica da equipe visitante indicou o suspeito, que foi acusado de chamar o profissional de “macaco”.

A torcedora do JF Vôlei, Claudia Lopes, estava assistindo ao jogo e ajudou a retirar o suspeito das arquibancadas, juntamente com a equipe de segurança. Ela afirma não ter ouvido a ofensa pois ela teria sido proferida no momento em que o suspeito passava acima do banco de reservas do Montes Claros e se dirigia a seu assento. “Quando cheguei próximo ao local, ele disse que não queria sair do lugar. Eu fui pedir a ele para se retirar, dizendo que ele ia prejudicar a equipe se continuasse com aquela atitude”, relata a torcedora.

O homem foi preso e encaminhado à delegacia após o jogo, mas teve a liberdade concedida após o juiz da Vara Plantonista da Microrregião XXV, Daniel Reche da Motta, emitir um alvará de soltura por considerar que não havia elementos para decretar a prisão preventiva. A decisão também prevê que o acusado deverá comparecer em juízo, está proibido de manter contato com vítima ou testemunhas e não poderá se afastar da comarca até o final da instrução processual, salvo se houver autorização. A Tribuna não conseguiu contato com o acusado.

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O Montes Claros publicou, em suas redes sociais, uma nota de repúdio, afirmando que “atitudes como essa são inaceitáveis e inadmissíveis em qualquer ambiente, principalmente no esporte, que deve ser espaço de respeito, inclusão e igualdade. Reafirmamos nosso apoio irrestrito ao técnico Walner, profissional exemplar e ser humano íntegro, que tem toda a confiança e solidariedade de nosso clube”.

Ainda no sábado, o JF Vôlei também repudiou o caso e afirmou ter tomado todas as medidas que cabiam ao clube.

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